Através da música, paciente também recebe cuidados no HRSC

20 de dezembro de 2018 - 15:54 # # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Produção/ Edição: Helga Rackel
Reportagem: Thiago Conrado
Arte: Jeorge Farias

A música e o seu poder de mexer com os sentimentos das pessoas. Através da canção ‘O Homem’, de Roberto Carlos, as técnicas de enfermagem Érika Almeida e Norma Maia realizaram um ato de amor e carinho com a paciente Antonia Beatriz Silva Duarte, de 20 anos, da cidade Umirim, que está internada no Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), em Quixeramobim, da rede pública do Governo do Ceará.

Beatriz chegou ao HRSC no dia 23 de setembro e precisou ficar internada três vezes na Unidade de Terapia Intensiva. Foi nesta etapa de seu tratamento que a jovem recebeu essa ação de humanização. A equipe da UTI percebeu que ela estava triste devido à hospitalização, como também a distância de casa. “Pensamos em algo que pudesse ajudar a Bia além do tratamento terapêutico. Incentivei as meninas a saberem qual o gosto musical dela”, revela a coordenadora de enfermagem da UTI adulto, Gabriela Bandeira.

A melodia foi escolhida pela própria Beatriz, que confessou a felicidade em receber a homenagem. “Eu fiquei muito feliz por encontrar pessoas boas e que me fazem bem”, disse. Um momento que durou poucos mais de dois minutos, mas que ficará para sempre no coração de todos. “Há um tempo eu tinha começado a cantar, mas por conta da faculdade tive que parar. Foi muito gratificante cantar naquele momento, impossível não se emocionar. A mensagem que quisemos passar foi que o tratamento vai além de uma medicação. Cuidar também é se sensibilizar com o outro, individualizar o cuidado com cada pessoa que passa nas nossas mãos”, afirma Érika.

Valdenice Costa, 42, mãe de Beatriz, não pôde estar presente no dia da ação, mas não escondeu que chorou bastante de emoção quando viu o vídeo. “Ave Maria! Chorei demais quando vi depois. Fiquei muito feliz. Ela estava com dificuldade de dormir e triste também. A partir dessa atitude a minha filha não se sentiu mais insegura. Esses profissionais são anjos sem asas que acolhem a gente e passam segurança para nós. Ela se sentiu muito amada, feliz por aquele ato”, diz Valdenice, emocionada.

Das cordas do violão tocado por Norma surgiram muito mais do que sons, fluíram sentimentos que tocaram, literalmente, a todos que visualizaram esse encontro. “Foi um momento único e ímpar nas nossas vidas. Foi difícil conter as lágrimas, mas tive que me segurar um pouco, mesmo vendo-a (paciente) cantar, sorrir e chorar durante a música, a qual é a sua preferida. Isso é uma das melhores sensações pessoais minhas, por ter ajudado uma pessoa através da música. Esse dia ficará marcado na minha memória”, declara Norma.

“Eu me senti muito feliz. Por eu não puder ficar com ela, encontrar pessoas que puderam dar essa assistência a ela, não só a física, mas a psicológica e emocional. Fazer um ato tão singelo, mas que foi importante para a recuperação dela. Eu me senti mais segura. Apesar de a gente ser de longe e não conhecer ninguém, tem aquele medo de a gente chegar na cidade estranha e não ser bem recebida. Esses profissionais são anjos sem asas que acolhem a gente, passam segurança para nós. E no caso é muito amada e muito feliz por aquele ato”, agradece Valdenice.

Os encontros podem trazer consigo a beleza do afeto, de novos relacionamentos, a criação e o fortalecimento de vínculos. Na rotina de uma unidade hospitalar, caminhos se cruzam, histórias diferentes se encontram, pessoas se conhecem, mudanças acontecem. E é esse intercâmbio de ideias, culturas e trocas de experiências, que cada história se redesenha em seu papel de cuidados, planos e sonhos. Uma vida, mesmo que sutilmente, pode afetar outra para sempre. Caminhos do Afeto é uma série de reportagens da Secretaria da Saúde do Ceará. Até 21 de dezembro, histórias de profissionais e usuários da rede pública de saúde do Ceará serão contadas sob diferentes perspectivas.

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