Atenção e afeto auxiliam recuperação de paciente no HGF

18 de dezembro de 2018 - 09:23 # # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Produção/ Edição: Helga Rackel
Reportagem: Débora Morais
Arte: Jeorge Farias

É natural que a doença exponha a necessidade de um amparo emocional, geralmente encontrado na pessoa que está ao lado e que transmita confiança para alívio dos medos e angústias e renovação da esperança do paciente. Foi assim, estendendo a mão, que uma amizade começou no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), da rede pública de saúde do Governo do Ceará, e mudou a vida da técnica de enfermagem Francisca Núbia Freitas, 44, e da aposentada Maria do Carmo, 85.

A história dessa amizade começou antes mesmo de dona Maria do Carmo ficar internada no HGF, em novembro de 2017. Ela veio para o hospital tratar de uma doença renal. Foi durante a hospitalização, que os laços se estreitaram mais ainda, pois a técnica de enfermagem a acompanhava para os exames e procedimentos. A partir daqueles breves momentos, a relação das duas já não era mais a mesma, como conta a irmã da aposentada, Maria Nice Rodrigues, 71 anos.

“A gente já se conhecia da rua, porque quando ela vai pra mãe dela, passa aqui pelo caminho da nossa casa. Então quando nós fomos para o tratamento no HGF e quando vimos que a Núbia trabalhava aí, foi como se Deus tivesse enviado seus anjos para nos ajudar naquele momento. Ela nos passou muita segurança e confiança, isso é muito bom porque ficamos mais frágeis nesses momentos”, conta.

Tão logo essa relação crescia, a amizade ganhava novos cenários. “Agora quando ela vai para mãe dela sempre para aqui em casa e nós ficamos conversando, além das mensagens que trocamos diariamente. Ela se tornou uma pessoa muito importante para nós. Tem sorte quem tem acesso a essa amizade que é a Núbia, um ser humano incrível”, enfatiza.

Servidora do HGF há mais de 20 anos, Francisca Núbia vê em sua função uma responsabilidade de cativar e de quebrar um eventual distanciamento entre a profissional e o paciente, bem como diz sentir a necessidade pessoal de se mostrar companheira no momento em que o próximo passa por uma dificuldade.

“Eu sempre fico conversando sobre as coisas que eles gostam de falar, falo de comida, de viagem, de amizade, é isso que faz crescer o nosso afeto. Eu vejo no olhar deles a carência que tem, pois eles não querem estar aqui, na verdade, ninguém quer ficar doente, né? Então, ali eu vejo a minha família, me identifico com eles que têm que largar tudo para ir ao hospital”, fala.

De acordo com a chefe da psicologia do HGF, Jane Eyre Azevedo, essa troca de confiança é importante para o tratamento. “O vínculo entre o profissional de saúde e o usuário é construído através da escuta e do diálogo. Isso se torna muito importante para a criação de laços afetivos, o desenvolvimento da confiança mútua, pois fortalece a adesão ao tratamento e contribui para práticas mais efetivas do cuidado, ou seja, que respondam as reais necessidades de saúde do usuário”, afirma.

Caminhos do Afeto

Os encontros podem trazer consigo a beleza do afeto, de novos relacionamentos, a criação e o fortalecimento de vínculos. Na rotina de uma unidade hospitalar, caminhos se cruzam, histórias diferentes se encontram, pessoas se conhecem, mudanças acontecem. E é esse intercâmbio de ideias, culturas e trocas de experiências, que cada história se redesenha em seu papel de cuidados, planos e sonhos. Uma vida, mesmo que sutilmente, pode afetar outra para sempre. Caminhos do Afeto é uma série de reportagens da Secretaria da Saúde do Ceará. Até 21 de dezembro, histórias de profissionais e usuários da rede pública de saúde do Ceará serão contadas sob diferentes perspectivas.

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