Fórum de Doenças Crônicas Não Transmissíveis discute estratégias de prevenção ao câncer

23 de fevereiro de 2024 - 15:45 # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto: Levi Aguiar
Foto: Divulgação

O Boletim Epidemiológico de Mortalidade por Neoplasias Malignas reflete o cenário de transição demográfica e a exposição das pessoas a fatores de risco

A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) realizou, na última quinta-feira (22), o Fórum de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT): ações integradas para a prevenção e controle do câncer no Estado. O evento abordou, entre outros assuntos, temas relacionados às redes de atenção à saúde para o enfrentamento às neoplasias, à atuação da atenção primária, à regionalização e ao papel da regulação na atenção ao paciente oncológico.

Durante a abertura do Fórum, o secretário executivo de Vigilância em Saúde da Secretaria da Sesa, Antônio Lima Neto (Tanta), chamou atenção para o cenário epidemiológico da doença. “É uma das cinco principais causas de morte no mundo. Trata-se de um problema de saúde pública tanto em países ricos como pobres. Em relação aos 20 milhões de casos estimados em 2022 no mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula um aumento de 77% de novos registros em 2050. Essa porcentagem torna a tarefa dos gestores em saúde ainda mais complexa”, pontuou o gestor.

O Fórum foi organizado pela Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde (Covep), por meio da Célula de Vigilância e Prevenção de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis (Cevep). O encontro, transmitido de forma on-line, teve como público-alvo gestores, profissionais das policlínicas e técnicos da Vigilância e da Atenção à Saúde da Rede Sesa e dos 184 municípios cearenses. Segundo a articuladora do Grupo Técnico (GT) Vigilância de Doenças Crônicas Não Transmissíveis da Sesa, Helenira Fonseca, o evento possibilitou a discussão de estratégias voltadas à prevenção e ao combate de neoplasias malignas de forma integral.

“Queremos expandir a consciência sobre o controle e a prevenção à doença. Os registros de câncer não são apenas números. Exigem tratamentos de alta complexidade, geram custos aos sistemas de saúde, à sociedade e às famílias, que perdem pessoas para a doença”, frisou.

Boletim Epidemiológico

O câncer é um termo usado para se referir a mais de 100 tipos diferentes de doenças malignas, que têm em comum o crescimento desordenado de células e a capacidade de invadir tecidos localmente ou migrar para órgãos não adjacentes. Analisando o Boletim Epidemiológico de Mortalidade por Neoplasias Malignas, Helenira citou que o aumento da carga global do câncer reflete o cenário de transição demográfica e a exposição das pessoas a fatores de risco. “O câncer não tem causa única, pode estar relacionado aos fatores biológicos, físicos e ambientais”, contou.

“O mundo registrou um crescimento da população de pessoas idosas. O envelhecimento é um forte fator de risco para essa doença. O consumo de tabaco e álcool, a obesidade, a alimentação inadequada e a inatividade física também são fatores-chave para o aumento da incidência da doença”, conclui.

Para a coordenadora de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde (Covep) da Sesa, Ana Cabral, além de realizar o monitoramento da mortalidade, a Vigilância em Saúde do Ceará precisa continuar atuando para acompanhar a morbidade (conjunto de causas capazes de produzir a doença), a fim de fortalecer a prevenção.

“Não basta ver os dados, precisamos interpretá-los para podermos entender o impacto do câncer na nossa sociedade e identificar a necessidade de intervenção. Precisamos continuar trabalhando para construirmos estratégias de prevenção direcionada, programas de rastreamento e intervenção no estilo de vida das pessoas”, explicou.