No HGF, novo procedimento permite transplantes de córnea mais eficientes e de recuperação até quatro vezes mais rápida

19 de janeiro de 2024 - 16:53 # # # # # #

Assessoria de Comunicação do HGF
Texto: Felipe Martins
Fotos: Felipe Martins e Arquivo Pessoal

Com a técnica DSEK, não é necessário o uso de pontos cirúrgicos, o que reduz o tempo de recuperação do paciente de forma considerável

O Hospital Geral de Fortaleza (HGF), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), deu início a procedimentos de transplante de córnea DSEK (Descemet Stripping Endothelial Keratoplasty, em tradução livre “ceratoplastia endotelial por remoção do estroma de Descemet”). A tecnologia reduz o risco de rejeição do tecido e permite uma recuperação até quatro vezes mais rápida que um transplante padrão.

O procedimento cirúrgico DSEK, que é realizado na unidade desde dezembro, auxilia pacientes com problemas no endotélio, parte superior da córnea, explica o médico oftalmologista do HGF, Marcelo Diógenes. “Com o DSEK, apenas uma camada fina da córnea, uma pequena porção do estroma e o endotélio, é substituída por uma camada doadora”, explica. “A técnica requer câmara artificial, bisturi de diamante e espátulas específicas para separar a parte posterior da parte anterior da córnea”, acrescenta o especialista.

Com a técnica DSEK, não é necessário o uso de pontos cirúrgicos, o que reduz o tempo de recuperação do paciente de forma considerável. Para comparação, o transplante de córnea padrão substitui todas as camadas da córnea e necessita de aproximadamente 16 pontos. O procedimento tradicional também exige mais visitas para acompanhamento junto ao especialista, inclusive para retirada dos pontos.

“O tempo de recuperação varia de paciente para paciente, mas, no geral, no DSEK, podemos liberar o paciente para suas atividades cotidianas em até 15 dias após a cirurgia. No transplante convencional, só liberamos a partir dos dois meses”, afirma Diógenes.

A primeira paciente transplantada com a técnica DSEK é Maria Martins, de 73 anos. Moradora de Maranguape, a 27 km da Capital, a aposentada precisou do transplante após uma complicação da córnea, que havia sido operada por catarata. “No mesmo dia da cirurgia, já tirei o tampão e venho fazendo o acompanhamento direitinho. A visão tem melhorado aos poucos. Graças a Deus, não senti dor. Só tenho a agradecer”, compartilha.

Banco de Olhos do HGF é referência no Norte/Nordeste na captação e preservação de córneas e escleras

O equipamento da Rede Sesa mantém, também, o único banco de olhos público do estado. Fundado em 2006, o Banco de Olhos do HGF funciona 24h e atende a população de todo o Ceará e até de estados vizinhos.