Ano novo, vida nova para pacientes transplantados no Hospital de Messejana

16 de janeiro de 2024 - 16:47 # # # #

Assessoria de Comunicação do HM
Texto: Jessica Fortes
Fotos: Jessica Fortes/ Tatiana Fortes (Ascom/Casa Civil)
Arte gráfica: Priscila Sousa

O ano começou trazendo mais esperança para quem está na fila de espera por um órgão. No Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) referência em transplantes de coração e pulmão, entre a última semana de dezembro até o mês de janeiro, foram realizados cinco procedimentos do tipo: quatro de coração e um de pulmão. Só na primeira semana de 2024, o HM viabilizou três transplantes de coração, o triplo do que foi registrado em todo o mês de janeiro, em 2023.

O vendedor José Wilson Ferreira Ramos, 63, recebeu o novo pulmão após dois meses de espera. Em 2021, em decorrência de uma doença autoimune, ele foi diagnosticado com fibrose pulmonar – doença crônica, progressiva, não infecciosa, que causa cicatrizes nos pulmões e impede o funcionamento normal do órgão. Apesar dos tratamentos farmacológicos, da suplementação de oxigênio e da reabilitação pulmonar, utilizados para conter a evolução da doença, em 2023, Ferreira preencheu os critérios e foi indicado ao transplante.

Após passar pelo procedimento, ele relembra os dias de incerteza, celebra o “sim” da família doadora e traça planos para 2024. “Eu era corredor, participava de corridas de rua, mas tive que parar tudo por conta da doença. A fibrose pulmonar me deixou dependente de muitos remédios e do balão de oxigênio. Foram anos difíceis, mas eu nunca perdi a esperança. Tudo acontece da forma que Deus quer e eu nunca me desesperei. Passei dois meses aguardando um pulmão e, graças a Deus e à família que doou, hoje eu posso voltar a planejar meu futuro. Quero voltar a correr. A meta é a corrida de São Silvestre”, completa.

Em 2023, o Hospital de Messejana realizou dois transplantes de pulmão e 27 de coração, cinco deles em crianças. No mesmo ano, o HM alcançou a marca de 500 transplantes cardíacos, tornando-se o segundo maior transplantador do Brasil, ficando atrás apenas do Instituto do Coração, localizado em São Paulo, com mais de mil transplantes.

Hospital de Messejana é referência em transplantes de coração e pulmão (Foto: Tatiana Fortes)

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O jovem Tiago Santos, 22, morador de Luís Correia, no litoral do Piauí, foi um dos beneficiados com um coração neste mês de janeiro. Graças à doação, ele também pode fazer planos. “Eu me sentia cansado, mas não falava nada. Minhas pernas e barriga começaram a inchar e foi aí que procuramos um médico. Fui para um hospital em Parnaíba e depois fui para Teresina, lá eles disseram que eu tinha que vir para Fortaleza, falaram que eu precisava de um transplante. Eu nunca tinha ouvido falar em transplante. Na minha cidade ninguém nunca passou por isso. Foi uma novidade”, lembra.

Para o coordenador da Unidade de Transplante e Insuficiência Cardíaca (Utic) do HM, João David de Sousa Neto, os transplantes realizados na primeira semana de janeiro são motivos de esperança e refletem, segundo ele, uma maior conscientização da população, o comprometimento das equipes e o fortalecimento da rede de saúde.

“Apesar de ainda existir mitos envolvendo o processo de transplante, atualmente vemos mais campanhas sobre o assunto e isso é muito positivo, pois aumenta a oferta. O processo é transparente, sério e beneficia muitos pacientes. As equipes estão cada vez mais engajadas e atentas. Também observamos um maior comprometimento do Governo do Estado e da Secretaria de Saúde que tem fortalecido a rede e temos outros hospitais captando órgãos, como aconteceu recentemente no Hospital Regional do Vale do Jaguaribe e, consequentemente, nossos pacientes ficam menos tempo na fila para recebê-los”, reforça o cardiologista.

Em 2023, o Ceará realizou 1.687 transplantes de órgãos e tecidos. De acordo com a Central de Transplantes do Estado, já foram contabilizados 32 transplantes até o último dia 16 de janeiro.

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Otimista, João David complementa: “Depois da queda dos transplantes, por conta da pandemia, experimentamos um salto no número de procedimentos e isso nos deixa muito otimistas. Esperamos que 2024 seja ainda melhor”, complementa.

Doação de órgãos

Para ser doador de órgãos e tecidos, é necessário avisar à família sobre essa vontade, já que, após a morte, são os familiares que autorizam a doação e retirada. Após a morte encefálica constatada, as doações são direcionadas para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista de espera. A lista é única, organizada por estado ou região e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).