Onda de calor: especialistas alertam para os cuidados com a saúde neste período

28 de setembro de 2023 - 16:24 # # # #

Assessoria de Comunicação do HRC e Sesa
Texto: Cícero Dantas e Levi Aguiar
Fotos: Carlos Alberto Jr.
Arte gráfica: Iza Machado

Especialista recomenda hidratação, mesmo antes de sentir sede, para se proteger das altas temperaturas

Transpiração excessiva, tontura, dores de cabeça e fraqueza são só alguns dos sinais que podem ser sentidos pelos cearenses durante a onda de calor, iniciada na última semana. O fenômeno está associado a um bloqueio atmosférico no extremo sul do país, que impede a entrada de massas de ar frio. As temperaturas mais elevadas podem provocar problemas de saúde e dificultar o trabalho ao ar livre. A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) elenca ações para amenizar os agravos físicos neste cenário.

O calor excessivo pode provocar alterações no organismo humano. “Quando estamos expostos a altas temperaturas, nosso corpo busca se adaptar como um mecanismo de defesa. A elevação da frequência cardíaca e da pressão arterial são alguns dos exemplos. Porém, há um limite. Quando nosso organismo fica exposto por muito tempo ao calor, ele não consegue se proteger”, explica Caroline Cabral, coordenadora da Clínica Médica do Hospital Regional do Cariri (HRC). 

De acordo com a médica, pessoas com comorbidades, idosos e crianças são os mais vulneráveis ao calor, pois possuem menos mecanismos de compensação. Trabalhadores que passam maior parte do horário expostos ao sol e pacientes que fazem uso de medicação também estão na linha de risco. “É necessário dar atenção a alguns sintomas, pois as altas temperaturas podem colocar as pessoas em risco e até ao óbito”, pontuou. Alguns deles são: câimbras, tonturas, náuseas e, em casos mais graves, convulsões e até infarto, no caso de pessoas com predisposição a ter doenças cardiovasculares

A médica alerta ainda: é necessário que familiares, amigos e profissionais fiquem atentos aos sintomas em crianças e idosos, principalmente. “Esse público, muitas vezes, não consegue se expressar de maneira oral clara, por isso é essencial ficar vigilante e perceber precocemente os sintomas causados pelas fortes temperaturas”, ressaltou. Ao sentir qualquer mal-estar, é necessário procurar ajuda. Em casos graves, como convulsões e delírios, a equipe médica precisa ser acionada imediatamente.

Para se proteger das altas temperaturas, a palavra é “hidratação”, mesmo antes de sentir sede. A população pode seguir ainda alguns cuidados básicos como usar roupas leves, com cores claras e soltas; evitar o contato direto com o sol, especialmente entre 10h e 16h; usar protetor solar, boné, chapéu, guarda-sol e sapato adequado se for sair de casa; e diminuir o tempo de atividade física em ambientes expostos ao sol diretamente.

A onda de calor e o alerta para a preservação ambiental

O cenário global não se mostra positivo e a tendência é o agravamento de casos como o que estamos presenciando. Segundo a orientadora da Célula de Vigilância Ambiental da Sesa, Úrsula Caminha, o aumento das temperaturas está afetando os padrões climáticos e o equilíbrio da natureza. “Desde os anos 1980, cada década tem sido mais quente do que a anterior. Isso representa muitos riscos para os seres humanos e todas as outras formas de vida na Terra”, informa. 

“O aquecimento global é uma das principais causas das mudanças climáticas, considerado uma grande ameaça à humanidade. Os impactos climáticos já estão prejudicando a saúde através da poluição do ar, doenças, eventos climáticos extremos, deslocamento forçado, pressões sobre a saúde mental e aumento da fome em locais onde as pessoas não conseguem cultivar ou encontrar alimentos suficientes”, detalha.

Oficina de Vigilância em Saúde orienta municípios sobre riscos de desastres

A Vigilância em Saúde Ambiental da Secretaria atua para proporcionar conhecimento sobre saúde e detectar mudanças nos fatores condicionantes do meio ambiente, que interferem na qualidade de vida humana, como no caso das ondas de calor. Na última quarta-feira (27), a Cevam reuniu, em Sobral, 16 municípios para promover a “Oficina de Vigilância em Saúde dos Riscos Associados aos Desastres”. Os encontros são periódicos e envolvem diversas regiões do Estado.

O intuito é debater ações do Programa Vigidesastres e construir planos municipais de preparação e resposta aos desastres que tiveram decretos de situação em emergência por desastres, como seca e estiagem, inundações e deslizamentos. O Programa Vigidesastres foi criado com o objetivo de elaborar estratégias de prevenção, preparação e recuperação dos efeitos dos desastres na saúde da população.