Julho Amarelo: Saúde orienta sobre a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das hepatites virais

10 de julho de 2024 - 11:59 # # # #

Assessoria de Comunicação do HGF e do HSJ
Texto e fotos: Bárbara Dantheias e Felipe Martins
Arte gráfica: João Paulo

Referência em transplante hepático, HGF recebe os casos mais avançados de hepatites B e C

Hepatites virais são infecções que causam inflamações no fígado. A doença se desenvolve a partir da contaminação por agentes virais e pode ser classificada como A, B, C, D ou E, conforme a tipologia do vírus. Neste mês, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) promove a campanha Julho Amarelo para orientar sobre a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das hepatites. Na Rede Sesa, são duas as unidades de referência para o tratamento da doença: o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e o Hospital São José (HSJ).

O HGF recebe os casos mais avançados. “Os pacientes são estratificados em relação à hepatopatia e à necessidade de rastreio de carcinoma hepatocelular, bem como a necessidade de tratamento”, explica a médica Alessandra Mont’Alverne, gastroenterologista do HGF. Muitas vezes silenciosa, uma hepatite viral pode manifestar sintomas apenas nas fases mais avançadas, quando já há diagnóstico de patologias mais agressivas, como a cirrose hepática e até o câncer de fígado. “Alguns, além do tratamento das hepatites, pode ser necessário realização do transplante hepático”, acrescenta. Atualmente, cerca de 260 pacientes são acompanhados no HGF com hepatites B e C.

Já o HSJ acolhe pacientes com casos mais gerais de hepatites virais, autoimunes, medicamentosas ou, ainda, causadas por álcool e drogas. O serviço conta com equipe médica composta por dois hepatologistas e uma infectologista, além de equipe multiprofissional formada por enfermeira, psicóloga e assistente social, responsáveis pelo atendimento de primeira consulta. De janeiro a junho de 2024, ambulatório de hepatites do HSJ realizou 532 atendimentos.

De janeiro a junho de 2024, ambulatório de hepatites do HSJ realizou 532 atendimentos

Atenção aos sinais

Apesar da nomenclatura parecida, cada vírus possui uma forma de transmissão, evolução, além de tratamentos diferentes. No Brasil, as hepatites A, B e C são as de maior incidência. “Na fase aguda da doença, o paciente pode apresentar fadiga, dor de cabeça, náusea e icterícia (aspecto amarelado nos olhos e/ou pele). O indivíduo que apresentar esses sintomas deve consultar um médico para determinar o diagnóstico”, explica a especialista do HGF.

No entanto, toda a evolução da doença pode ser assintomática, reforça Mont’Alverne. “Não é incomum recebermos pacientes que só descobrem uma hepatite viral quando já estão apresentando um quadro de cirrose descompensada ou até um câncer no fígado. Em alguns casos, só um transplante de órgão pode salvar a vida desses pacientes”, pontua.

“Por isso a testagem regular é importantíssima para garantir um diagnóstico precoce e um tratamento mais eficaz”, acrescenta a médica. O diagnóstico das hepatites virais é feito por meio de exames simples de sangue que podem ser feitos nas unidades básicas de saúde (UBS). Todo indivíduo acima de 40 anos, independente de sintoma ou não, deve realizar testes para rastreio de hepatites B e C anualmente.

A prevenção da hepatite B é feita por meio da vacinação, disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e indicada para todos os indivíduos, independente da faixa etária. Para a Hepatite C, não há vacina, apenas tratamento. Para se prevenir, é preciso evitar relações sexuais sem preservativo e o compartilhamento de objetos perfurocortantes.

Doença silenciosa

Reginaldo [nome fictício], 52 anos, natural de Solonópole, é um dos pacientes atendidos no HSJ. O diagnóstico da hepatite C foi descoberto por acaso: em 2022, em um dia de folga do trabalho, ele participou de uma ação da Prefeitura de sua cidade que oferecia testes rápidos para hepatite, diabetes e HIV. Lá, acabou recebendo o diagnóstico positivo para hepatite C. Após confirmação do resultado no posto de saúde, Reginaldo foi encaminhado para o Hospital São José, em Fortaleza, onde iniciou o tratamento para a doença.

“Aqui, eu fiz vários testes para vários tipos de doença, inclusive o da carga viral da hepatite. Depois que descobrem a hepatite é que vem o remédio específico pra gente tomar. Ele vem do Canadá, até. Foram três frascos de remédio, cada um com 28 comprimidos. A mulher da farmácia me falou que custava R$ 39 mil cada frasco. Só tenho a agradecer mesmo, pois saiu de graça, do SUS. E hoje recebi alta do médico, porque estou completamente curado”, comemora.