Saiba como agir em caso de agressões de animais; disponível nos postos de saúde, vacina contra raiva é segura e eficaz contra a doença

23 de maio de 2023 - 09:30 # # # # # #

Assessoria de Comunicação do HSJ
Texto: Bárbara Danthéias
Artes gráficas: Josias Jeronimo


Após ser agredido por um animal de rua, é natural se preocupar com a possibilidade de ter sido infectado por raiva — a doença infecciosa viral aguda chama a atenção pela sua alta taxa de letalidade, próxima de 100%. O contágio ocorre por meio de mordida, lambedura ou arranhadura de mamíferos. Além de cães e gatos, animais como cavalos, porcos, bois, morcegos e saguis também podem transmitir a doença.

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No atual cenário epidemiológico da raiva no Brasil, observa-se a redução dos casos de raiva humana provocados pelas variantes caninas do vírus e a manutenção da cadeia de transmissão da doença com casos provocados por variantes virais de origem silvestres, como morcegos e canídeos selvagens, a exemplo da raposa.

Prevenção

Apesar de bastante grave, a infecção pode ser evitada com a adoção de algumas medidas simples. Após ser agredido por um animal, a primeira conduta deve ser lavar o local da lesão com água e sabão, a fim de remover quaisquer sujeiras, incluindo saliva contaminada.


Logo em seguida, a pessoa deve procurar a unidade básica de saúde mais próxima. Durante o atendimento, um profissional de saúde irá avaliar o caso e indicar a profilaxia adequada, conforme a gravidade da lesão e o tipo de animal que causou o ferimento.

Profilaxia pós-exposição

Segundo a coordenadora de Imunização da Sesa, Ana Karine Borges, a vacina é indicada para quem sofreu arranhadura ou mordedura de animal desconhecido (cão e gato) — não passível de observação ou com sinais sugestivos de raiva —, animais silvestres, mamíferos de produção (como cavalos, bois e porcos) e morcegos.


O esquema de vacinação antirrábica pós-exposição é composto de quatro doses, ministradas durante duas semanas. “Para qualquer esquema de profilaxia pós-exposição em que há indicação da vacina, é imprescindível a administração do insumo de forma imediata e oportuna, além do cuidado em completar o esquema”, enfatiza Borges.

Já o soro antirrábico é recomendado para acidentes graves causados por animais mamíferos com alto risco para transmissão do vírus da raiva. Esse imunobiológico costuma ser administrado em combinação com a vacina antirrábica, em até sete dias após a primeira dose do imunizante.

Segundo a infectologista Christianne Takeda, a vacina ajuda o organismo a produzir proteínas especiais chamadas anticorpos, que combatem o vírus caso a pessoa tenha sido exposta a ele. “Já o soro fornece anticorpos que podem ajudar a combater o vírus antes mesmo que o corpo tenha tempo de produzir os seus próprios anticorpos”, explica.

Após esse período, a vacina realizará a proteção devida.

Escassez nacional

O Brasil atravessa um período de escassez do soro antirrábico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) determina que, quando o acesso ao soro antirrábico não puder ser garantido para todas as pessoas com exposição do tipo grave, este imunobiológico pode ser utilizado com moderação e priorizado em situações com maior risco, a serem avaliadas individualmente.


Portanto, cabe ao profissional na unidade básica de saúde analisar cada caso e indicar conduta mais adequada.

É importante lembrar que, em situações de lesões superficiais que não tenham sido causadas por morcegos ou outros animais silvestres, a vacinação é capaz de conferir proteção suficiente ao organismo. “O esquema de vacinação completo, realizado conforme orientação médica, possui eficácia superior a 99%”, ressalta Ana Karine Borges.