Saúde do Ceará realiza capacitação sobre vigilância do câncer relacionado ao trabalho

5 de junho de 2024 - 16:51 # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto e fotos:Kelly Garcia

A orientadora da Covat, Jane Miranda, esclarece que as informações sobre os trabalhadores que vêm a adoecer de câncer devido ao ofício são bem diversificadas 

A Secretaria da Saúde do Ceará, em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), realiza a Oficina de Capacitação para Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho e ao Ambiente. O evento acontece nesta quarta-feira (5) e prossegue na quinta (6), em Fortaleza. O estado é o primeiro do Nordeste a receber essa capacitação.

A intenção é sensibilizar profissionais de saúde quanto aos casos de câncer relacionados ao trabalho e treiná-los na identificação e registro do histórico ocupacional dos pacientes atendidos.

O público-alvo é formado pelos profissionais de saúde das Vigilâncias Epidemiológica e Saúde do Trabalhador, dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador, dos técnicos dos Registros de Câncer e dos Núcleos de Epidemiologia Hospitalar.

De acordo com a coordenadora de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Covat) da Sesa, Roberta Oliveira, esse treinamento irá ajudar a melhorar a coleta de dados e, dessa forma, prevenir o adoecimento dos trabalhadores. “Nós temos uma população grande e a gente precisa garantir ambientes de trabalho que não adoeçam as pessoas. Para nós, essa oficina nos trará uma bagagem melhor para desenvolvermos o nosso trabalho”, destaca. 

Para a coordenadora de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde (Covep) da Sesa, Ana Cabral, a oficina visa contribuir para a construção de políticas de saúde mais eficientes nessa área. “Estamos trazendo mais tecnologia para avançar nessa aprendizagem e trazer mais integração entre as diversas instituições. Cada região de saúde, assim como os municípios, têm as suas especificidades. Quando compreendermos esses dados, poderemos construir políticas públicas voltadas para cada região”, diz.

A orientadora da Covat, Jane Miranda, esclarece que as informações sobre os trabalhadores que vêm a adoecer de câncer devido ao ofício são bem diversificadas por conta da extensão do Estado e pelas muitas atividades econômicas “Temos trabalhadores que estão muito expostos ao sol, por exemplo, e que podem desenvolver câncer de pele, como os garis, pescadores e agricultores. Outros, trabalham com agrotóxicos. Queremos que os trabalhadores possam se empoderar da sua proteção e se cuidar, procurar atendimento logo, em caso de sintomas, porque esses casos reverberam no Sistema Único de Saúde (SUS)”, pontua.

A analista de Políticas Sociais do Inca, Fernanda Voietta, destaca que o grande desafio é relacionar o câncer com o ofício

A analista de Políticas Sociais do Inca, Fernanda Voietta, destaca que o grande desafio é relacionar o câncer com o trabalho. “Diferente das doenças transmissíveis, o câncer demora muito tempo para se desenvolver. E, muitas vezes, o trabalhador já está aposentado”, explica.

A coordenadora do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Cerest) Regional de Caucaia, Estrela Pinheiro, acompanhou a capacitação e acredita que o conhecimento adquirido irá ajudar em toda a sua região. “Nossa região é muito grande e se estende por dez municípios e tanto temos zonas rurais como muitas indústrias. E a procura ainda é baixa pelos serviços, por falta de conhecimento dos próprios trabalhadores. Então, nossa intenção é multiplicar o conhecimento nos municípios que fazem parte da nossa região”, finaliza.