História da hanseníase: Memorial do CCAD é destaque em publicação do Ministério da Saúde

28 de novembro de 2022 - 11:34 # # # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto: Evelyn Barreto
Fotos: Armed Mustafa/Divulgação


O equipamento cultural foi destaque no livro “Saúde com Arte”, do órgão federal

O Memorial Leprosaria Canafístula, equipamento cultural localizado no Centro de Convivência Antônio Diogo (CCAD), foi destaque no livro Saúde com Arte, um projeto do Centro Cultural do Ministério da Saúde que objetiva reunir iniciativas e histórias de profissionais que levam o acesso à saúde de forma lúdica e artística para a sociedade. A unidade, a mais antiga da rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), está situada no município de Redenção, no Maciço de Baturité. O CCAD é referência no tratamento de pessoas com hanseníase no Estado.

“O nosso objetivo é resgatar a história institucional a partir de espaços temáticos e contextualizados, trazendo desde o período da internação compulsória até os dias atuais. Os documentos e os objetos, enriquecidos com a memória das pessoas que vivem e convivem no Centro, são destinados para um público amplo, desde profissionais de saúde que estudam a hanseníase até acadêmicos e interessados na história do Brasil”, explica Francisco de Assis Duarte Guedes, diretor do CCAD. Além do Memorial, outros três projetos do Nordeste foram citados na publicação.


A visitação é aberta ao público e pode ser agendada por telefone e e-mail da unidade

O projeto da Sesa é um resgate à memória de quase um século do tratamento de hanseníase no País. O Memorial conta com sete salas que abrigam uma parte considerável do percurso da doença, reunindo documentos, recortes de jornais e objetos que foram guardados ao longo do tempo. No equipamento, a perspectiva de pacientes e familiares também é trazida em uma sala com fotografias, obras de arte e histórias daqueles que conviveram no CCAD.

Nas atividades disponíveis, há, ainda, a possibilidade de uma experiência imersiva num espaço interativo, cujo objetivo é proporcionar aos visitantes uma prática sensório-motora do processo de exclusão social, adoecimento, cura e ressocialização de pacientes internados de maneira compulsória.

“Neste espaço, os visitantes são recepcionados como se fossem pacientes na década de 1920. Eles entram amparados com um guizo na perna; um óculos embaçado, representando a visão de uma pessoa com hanseníase; uma mão protegida por uma luva, diminuindo a sensibilidade; e um pé protegido por um propé também para simular a perda de sensibilidade”, detalha Guedes.

Visitas

A visitação ao Memorial Leprosaria Canafístula é aberta ao público e pode ser agendada por telefone e e-mail da unidade (ver abaixo). Para instituições de ensino interessadas em conhecer o projeto, a ida deve ser programada junto à Escola de Saúde Pública do Estado Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE). As programações estão disponíveis de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Desde 2019, o equipamento já recebeu mais de 970 visitas. Somente neste ano, foram 217. De acordo com Guedes, as visitas, em sua maioria, são de pessoas que vivem fora da microrregião de Baturité.

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“A hanseníase é uma doença intitulada como negligenciada. Então, é interessante que a gente comece a ver que, no Ceará, ela não está sendo esquecida, mas, na realidade, estamos colocando luz na história da doença no território cearense. Precisamos trazer conhecimento para trabalhar mais sobre o estigma da doença, para que ressignifiquemos a ideia de que ela não recebe atenção”, reforça Guedes .

O Memorial também é uma programação prevista em eventos locais e itinerantes, além de ser destino de visitantes esporádicos.

Serviço

Memorial Leprosaria Canafístula do Centro de Convivência Antônio Diogo (CCAD)
Onde: R. Irmã Augusta, 120 – Antônio Diogo, Redenção
Agendamentos: (85) 3332-2673 / 3332-9483 ou pelo e-mail hospitalantoniodiogo@gmail.com