Fórum das Leishmanioses discute situação epidemiológica e manejo terapêutico no Ceará

30 de maio de 2025 - 17:06 # # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto:Kelly Garcia
Fotos:Raiane Ferreira (ESP/CE) e Kelly Garcia

No primeiro dia de evento, a programação foi focada na situação epidemiológica das leishmanioses nas regiões de saúde

A Saúde do Ceará, por meio da Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde (Sevig), concluiu, nesta sexta-feira (30), o Fórum das Leishmanioses – Vigilância e Manejo Terapêutico. Ocorrido na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), o evento foi voltado aos profissionais da vigilância epidemiológica e em saúde, com o objetivo de trazer atualizações sobre as rotinas de atendimento relacionadas às doenças.

No primeiro dia de evento, a programação foi focada na situação epidemiológica das leishmanioses nas regiões de saúde, no manejo terapêutico, nos relatos dos serviços de referência hospitalar e na vigilância laboratorial da doença. O segundo dia trouxe formações sobre a vigilância dos óbitos das leishmanioses, com a diretora-geral do Serviço de Verificação de Óbito Dr. Rocha Furtado (SVO), Anacélia Gomes de Matos.

O segundo dia trouxe formações sobre a vigilância dos óbitos das leishmanioses, com a diretora-geral do Serviço de Verificação de Óbito Dr. Rocha Furtado (SVO ), Anacélia Gomes de Matos

O médico epidemiologista e coordenador da Célula de Vigilância e Prevenção de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis (Cevep), Carlos Garcia, explica que as duas formas de leishmaniose são endêmicas no Ceará, ou seja, são doenças são comuns e prevalentes no estado.

“Tanto a leishmaniose visceral, como a tegumentar, são transmitidas pela picada de um inseto. No nosso estado, temos dois campos de prevenção. No caso da tegumentar, que acomete, prioritariamente, as zonas rurais e peri-rurais [áreas de transição entre zonas rurais e urbanas], o ideal é a proteção mecânica, com uso de repelente e blusas de mangas compridas. Já na visceral, que é urbanizada, se usam outras medidas de controle, como o encoleiramento dos cães com coleiras impregnadas de inseticidas”, explica.

Leia mais: Leishmaniose tegumentar: saiba o que é e como prevenir a doença

De acordo com o gestor, entre os temas abordados no evento, estiveram o diagnóstico e a vigilância dos casos. “Escolhemos um conjunto abrangente de temas, desde o diagnóstico, o tratamento e a vigilância da doença, especialmente em caso de óbitos, porque é importante compreender como ocorrem”.

O enfermeiro Edson De Albuquerque faz parte da Superintendência Regional Norte, que compreende 55 municípios, e foi um dos participantes do evento. “Aprendi bastante sobre o fluxo de distribuição dos testes e o manejo da leishmaniose visceral, a mais comum na nossa região”.

O enfermeiro Edson De Albuquerque faz parte da Superintendência Regional Norte foi um dos participantes do evento

 

Sobre as leishmanioses

A leishmaniose é uma doença infecciosa e não contagiosa, transmitida pela picada de insetos flebotomíneos fêmeas infectados. Existem dois tipos — a tegumentar ou “ferida brava” e a visceral, também conhecida como “calazar”.

A forma tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo. Já a visceral atinge vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos. No entanto, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico.