Sesa realiza seminário sobre a febre do Oropouche em Redenção; Ceará não registra casos desde setembro
8 de outubro de 2024 - 16:40 #arboviroses #Febre do Oropouche #vigilância
Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto:Kelly Garcia
Fotos:Kelly Garcia e Thamires Oliveira
De acordo com o secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antonio Silva Lima Neto (Tanta), todos os casos registrados este ano eram localizados no Maciço de Baturité
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) levou para o Maciço de Baturité, nesta terça-feira (12), o seminário “Febre do Oropouche: o que saber para enfrentar a arbovirose no Ceará”. O evento ocorreu em Redenção, no auditório do Campus da Liberdade da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
O seminário, realizado pela Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde (Sevig) da Sesa, abordou aspectos relacionados ao manejo clínico, diagnóstico laboratorial, vigilância, controle e medidas de prevenção da doença. Participaram médicos, enfermeiros, agentes de endemias e outros profissionais da saúde.
De acordo com o secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antonio Silva Lima Neto (Tanta), apesar de os casos terem cessado, todos os registrados este ano (de junho a setembro) eram localizados no Maciço de Baturité. Por isso, a escolha pela cidade de Redenção para a realização do evento.
“Os casos são muito associados ao período de chuvas e se concentraram em algumas áreas nas quais a umidade do solo é maior, como nas áreas de Mata Atlântica e de plantio. Apesar de não estarmos mais com novos registros de pessoas doentes, queremos nos preparar para o próximo período chuvoso e destacar a importância da solicitação das amostras sorológicas no período febril”, explica.
Durante o seminário, foi discutido o cenário epidemiológico, as perspectivas da doença para a próxima quadra chuvosa, a abordagem na Atenção Primária e as estratégias de monitoramento.
Durante o seminário, foi discutido o cenário epidemiológico, entre outros assuntos
O médico epidemiologista e orientador da Célula de Vigilância e Prevenção de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis (Cevep) da Sesa, Carlos Garcia, explica que será feito um planejamento de prevenção para o período de chuvas. “Iremos desenvolver uma estratégia de monitoramento do vetor, no caso, o inseto maruim. Se forem evidenciados casos de síndrome febril aguda, faremos a vigilância laboratorial e, depois, medidas de controle da doença”, disse.
Ao fim do evento, os municípios de Capistrano, Redenção e Pacoti expuseram suas experiências no controle da doença.
Para a secretária de Saúde de Redenção, Emanuela Carvalho, o seminário contribuiu para trazer mais aprendizado sobre a febre do Oropouche. “Detectamos os primeiros casos em junho, em parceria com o Lacen [Laboratório Central de Saúde Pública]. Nossos casos se concentraram em áreas serranas, com sintomas leves. Queremos lidar melhor com essa doença ainda nova para a região, porque com mais informações, podemos atender os pacientes com mais segurança”.
A enfermeira Lia Madeira coordena a Vigilância Epidemiológica da cidade de Guaiúba e também participou do evento com sua equipe. “Nós não registramos casos na cidade, mas queremos estar atentos porque é uma doença muito parecida com a dengue. Estamos aqui para ser multiplicadores e fazer toda a sorologia em tempo oportuno, caso seja necessário”, ressaltou.
Saiba mais sobre a febre do Oropouche
A transmissão da febre do Oropouche é feita, principalmente, por insetos. Após picar uma pessoa, o vírus permanece no sangue do inseto por alguns dias. Quando ele pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus.
O Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor no ciclo selvagem. No ciclo urbano, ele também é o principal vetor. No entanto, há ainda o Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos, que pode ocasionalmente transmitir o vírus da febre do Oropouche.
O inseto maruim e o mosquito aedes aegypti, em imagens de microscópio (Foto: Thamires Oliveira)
Os sintomas mais comuns da doença são febre, dor de cabeça e dores musculares. Porém, tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia (intolerância à luz), náuseas e vômitos também podem aparecer.
Eles duram de dois a sete dias e são semelhantes aos de outras arboviroses, como a dengue. Por isso, o diagnóstico precisa ser feito por meio de exame laboratorial. Em caso de sintomas, o paciente deve procurar a unidade de saúde mais próxima.