Terapeutas ocupacionais auxiliam na produção de órteses e na reabilitação de pacientes no HGWA
19 de agosto de 2023 - 09:00 #Fortaleza #HGWA #Órteses #saúde #terapia ocupacional
Assessoria de Comunicação do HGWA
Texto e fotos: Bruno Brandão
A paciente Lourdes Maia, diagnosticada com ELA, é atendida pelo TO que ofereceu o uso da órtese
A Terapia Ocupacional tem entre suas características promover a saúde e o bem-estar das pessoas com problemas físicos, sensoriais, sociais e motores. No Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), em Messejana, unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), esses profissionais buscam ir além para melhorar a vida dos pacientes adultos, pediátricos e atendidos pelo Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD). São diversas as intervenções feitas, desde ações lúdicas, artesanais e funcionais até a produção e uso de tecnologia assistiva.
O detalhe da órtese oferecida para a paciente, que contará com o apoio na mobilidade das mãos
No perfil adulto, nos setores de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Unidade de Cuidados Especiais (UCE), em que os pacientes necessitam de uma reabilitação, o trabalho é feito observando a necessidade de cada um. Recentemente, uma órtese com uma colher acoplada foi construída para auxiliar na alimentação de um paciente. Outra contou com uma mudança mais lúdica: a personalização com um emblema de time. Todas essas ações contam também com a parceria do setor de manutenção da unidade, que ajuda na criação do item, com o acompanhamento do profissional.
Uma das órteses feitas pela equipe conta com o apoio de uma colher para facilitar a alimentação do paciente
Dona Maria de Lourdes Maia, de 77 anos, diagnosticada com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), encontra-se internada no HGWA. Ela foi uma das pacientes que recebeu uma órtese para auxiliar nos movimentos. A filha, Janaina Maia, conta que sentiu a diferença no desenvolvimento das mãos da mãe. “A priori, era uma coisa nova, ficamos com receio, mas quando vimos o profissional fazendo a medição correta, nos explicando a principal função desta órtese, gostamos bastante. Depois que ela recebeu tem sido muito positivo, ela sentiu uma força melhor nos braços, um relaxamento melhor e até a força em segurar alguns objetos tem melhorado. Ela gostou demais, ainda mais que veio na cor preferida dela, que é rosa“, conta.
Um dos terapeutas ocupacionais do HGWA, Fábio Henrique do Amaral, explica como é feito o trabalho com os pacientes das unidades adultas. “No hospital, o meu foco principal é o retorno dos papéis ocupacionais. Para isso, eu faço uma avaliação de funcionalidade dos pacientes e percebo quais são os aspectos que estão em déficit, seja ele o cognitivo, psicossocial ou sensório-motor. A partir daí, eu começo a fazer um trabalho de reabilitação dessas funcionalidades”, explica.
Uma das órteses feitas para um paciente torcedor do Ceará. O item contou com a produção e apoio do setor da Manutenção
Uma das vertentes utilizadas pelo terapeuta são as tecnologias assistivas, que são os usos de próteses, órteses, cadeiras de rodas, muletas e outras adaptações que ajudam os pacientes a voltarem para as atividades de vida diária, as chamadas AVDs. “Fizemos uma órtese para um paciente poder se alimentar com o uso da colher e ele ficou bastante feliz. A órtese, adaptada à estrutura anatômica do paciente, ele usa no hospital e pode levar para casa. Contamos com a ajuda da manutenção. Cuidamos para que tudo seja funcional, prezando sempre pela qualidade”, pontua.
A órtese tem como intuito corrigir e/ou auxiliar na funcionalidade de alguma parte do corpo
A terapeuta ocupacional Viviane Coutinho chegou recentemente na pediatria e deve desenvolver um trabalho também com os pacientes infantis das clínicas pediátricas e da UTI Neonatal e pediátrica. Uma das ações é o uso da musicoterapia. “Um dos focos é promover a humanização e trabalhar com as mães para que elas entendam a importância desse trabalho com os pacientes. A música é usada como um recurso, para centralizar aquele bebê, fazendo com que ele fique mais relaxado. Também pretendo trabalhar com as mães que acompanham seus filhos, que muitas vezes ficam exaustas e precisam de uma atenção especial”, detalha.
O coordenador de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do HGWA, Carlos Henrique, ressalta que a terapia ocupacional é de fundamental importância para os pacientes. De acordo com ele, a TO traz um olhar diferenciado para as questões motoras, sensoriais e cognitivas, auxiliando o paciente a ter mais consciência de suas limitações. “Nem sempre a recuperação total acontece e, nesse contexto, esses profissionais tem realizado excelente trabalho tanto no hospital com no serviço de atendimento domiciliar, utilizando ferramentas para promover autonomia e melhor qualidade de vida, através de adaptações baseadas em uma avaliação minuciosa da funcionalidade e de tudo que possa ser barreira para o desempenho funcional, permitindo que esses pacientes possam receber alta com maior independência nas suas atividades diárias e de autocuidado corporal”, afirma.