61 anos: colaboradores contam o que viram e viveram em suas trajetórias na Sesa

27 de junho de 2022 - 08:45 # # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto: Letícia Maia e Caio Faheina, com colaborações de Jéssica Fortes e Milena Fernandes
Edição: Manuela Barroso e Caio Faheina
Artes gráficas: Francisco Oliveira e Josias Jeronimo
Acervo: Biblioteca Pública Estadual do Ceará (Bece) e Diário Oficial do Estado do Ceará (DOE)

61 anos, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) executa, cotidianamente, o propósito de promover assistência individual e coletiva para melhorar a qualidade de vida das pessoas de maneira integrada e assertiva. Nesta segunda-feira, 27 de junho, celebra-se o aniversário da instituição. Ao longo de mais de seis décadas, diversas histórias vêm sendo escritas a muitas mãos e seguem marcando a trajetória de profissionais e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).


“A Secretaria da Saúde do Ceará, anteriormente agrupada à Secretaria de Educação e Saúde, iniciou, em 1961, um percurso rumo ao protagonismo que hoje conhecemos. Apesar de muito jovem, tem se consolidado como referência em gestão pública na área, principalmente no que se refere à organização regional dos serviços. É muito gratificante saber que estamos contribuindo para o constante aperfeiçoamento de um sistema público que não se equipara ao de outros países. Aqui, entendemos que saúde é, sim, um direito de todos e dever do Estado“, destaca o atual titular da pasta, Marcos Gadelha. 

O gestor enfatiza, ainda, o trabalho que tem sido feito para ampliar e qualificar a cobertura assistencial no território cearense. “Entendemos que regionalizar os serviços é possibilitar que cada cidadão tenha acesso a atendimento integral, em todos os níveis de complexidade, reduzindo desigualdades. E valorizar as pessoas é um dos principais pilares que sustentam a nossa atuação“. 

Um exemplo recente desse cuidado centrado no cidadão, segundo conta, foi a criação da Fundação Regional de Saúde (Funsaúde) do Ceará. “O novo modelo de gestão vai operar com maior eficácia, eficiência e efetividade, promovendo uma assistência ainda mais humanizada e utilizando melhor o recurso público”, avalia Gadelha. 

O que vi e vivi na Sesa

Dos 63 anos de vida de Dolores Fernandes, 44 são dedicados à saúde pública. A coordenadora da Vigilância Sanitária (Visa), em atuação desde 2015, coleciona, no rol de suas memórias, conquistas pautadas pelo enfrentamento e pela superação de múltiplos desafios.

“Sou servidora pública federal cedida pelo Ministério da Saúde e posso afirmar que a minha atuação na Sesa vem representando um divisor de águas na minha carreira. Aqui, além de acolhimento pessoal e profissional, encontrei reconhecimento e sigo desenvolvendo, junto a uma equipe competente e integrada, o nosso maior propósito: cuidar da nossa população e aprimorar o SUS”, afirma. 

Instalada a partir de 2020, a pandemia de covid-19, conforme Fernandes, incitou a administração pública e evidenciou a necessidade de um trabalho intersetorial. “Dentre os fatos históricos recentes, os desafios impostos por essa crise sanitária demandaram bastante assertividade, empenho, compromisso, dinamismo e responsabilidades. O Ceará, sem dúvida, foi destaque nesse enfrentamento, sobretudo, no que diz respeito às ações de controle”, diz. 

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Segundo a gestora, ao longo do tempo, vários ganhos vêm sendo incorporados. “Seguimos investindo em tecnologia, no aperfeiçoamento dos processos, em estratégias mais inteligentes. Temos conseguido escrever, nas páginas da História, o relevante papel de nossa atuação”, assegura.

Pedagoga, especialista e mestre em Saúde Pública, Dolores revela, com orgulho, o constante aprendizado ao qual vem sendo apresentada. “Antes, eu tinha a errônea visão de que a Vigilância Sanitária era completamente verticalizada. Como educadora, acreditava que o foco era a fiscalização. Hoje, sei que a Visa é muito mais do que isso. Possui, também, um papel educativo. Para mim, enquanto militante, é gratificante fazer parte desta jornada e reconhecer os frutos deste trabalho. Se eu resolvesse solicitar a minha aposentadoria, concluiria este ciclo com o sentimento de dever cumprido”, garante. 

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Por fim, Fernandes compartilha a emoção de integrar um time obstinado diante da busca pela melhoria do cuidado dedicado a cada cidadão e a cada cidadã cearense. “Sempre vi a Sesa como referência no Brasil pelo seu potencial de avançar continuamente. Ao longo de sua trajetória, o órgão vem reafirmando o seu compromisso diante do povo do Ceará”, reflete. 

Humanização

Os equipamentos estaduais são palco de diversas histórias nas quais a humanização é a personagem principal. No Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), o coordenador de atividades terapêuticas do Elo de Vida, Antônio Batista Monteiro, é um claro exemplo. De seus 66 anos de idade, 46 são compartilhados com os pacientes da unidade, que tem quase seis décadas de serviços prestados

“Este foi meu primeiro emprego, ao qual sempre me dediquei com amor. Aqui é a minha segunda família. Tenho muitas amizades. Trabalhar com saúde mental é levar experiências importantes para a nossa vida. Mesmo depois de tantos anos de serviço, ainda sinto a mesma alegria e disposição”, pontua.

Colagem composta pelas imagens de Dolores Fernandes, Maria Neule Cruz, Manoel Vieira da Silva e Antônio Batista Monteiro 

Outro profissional que fez história no HSM é Manoel Vieira da Silva, que vem dedicando 40 de seus 71 anos ao setor de Manutenção. “Aqui, constituo muitas parcerias no cotidiano, gosto do que faço e me sinto feliz por todos esses anos de atuação no mesmo local”, comemora.

Amor em servir 

A enfermeira e coordenadora do Programa de Cirurgia Eletiva, Maria Neule Cruz, 68, atua no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM) desde 1978 e tem orgulho de fazer parte da trajetória do equipamento.

As primeiras atividades desempenhadas, ainda enquanto auxiliar operacional de serviços diversos, prepararam o terreno para o que estava por vir. “Eu já estava me formando em Enfermagem quando houve o concurso da Sesa. Eu fiz e passei. Aqui estou até hoje”, recorda. 

Desde então, um repertório exemplar vem sendo consolidado. “Minha experiência profissional foi toda aqui. Todos os dias, venho trabalhar como se fosse o meu primeiro dia. Sempre acreditei no ser humano. Nós precisamos estar sempre dispostos a ajudar, a servir. Eu me emociono quando passo nos corredores e os pacientes dizem que fui um anjo na vida deles. Isso me motiva ainda mais. Não existe coisa melhor do que trabalhar de forma humanizada, ajudar e ouvir as pessoas”, compartilha.

O afeto pela profissão é tamanho, que a aposentadoria vem sendo propositalmente adiada. “Já devia ter me aposentado, mas eu tenho um amor tão grande, um compromisso tão grande com as pessoas, com os processos de trabalho que, às vezes, eu me pergunto se sou normal”, brinca. 

As histórias dos colaboradores acima retratam uma parcela do universo de quem faz a Saúde cearense. Profissionais de diversas áreas costuram, diariamente, o aprimoramento do cuidado, enxergando cada necessidade – seja ela individual ou coletiva.