Piauiense transplantado no Ceará torna-se triatleta e competirá na Austrália em 2023

5 de abril de 2022 - 16:54 # # # # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto: Letícia Maia
Fotos: Arquivo Pessoal/Jeferson Probo
Arte gráfica: Francisco Oliveira


“Eu renasci pelo amor de uma família de um doador compatível, que disse sim à minha vida”, diz Jeferson Probo, professor de 45 anos

O ano de 2018 configurou um importante divisor de águas na história do professor piauiense Jeferson Probo, 45. O diagnóstico de cirrose hepática veio após a investigação de episódios de fraqueza, diarreia, manchas avermelhadas pelo corpo, ascite e inchaço nos pés. Simultaneamente, à época, a obesidade mórbida, adquirida em virtude do sedentarismo, comprometia, dia após dia, a sua qualidade e a sua expectativa de vida.

“Quando criança, eu praticava esportes. Porém, ao longo da vida adulta, iniciei uma trajetória que me fez chegar aos 120kg com um quadro de hipertensão instituído. Além disso, no meu caso, a cirrose foi decorrente de uma hemocromatose hereditária e, após determinado momento, passou a avançar rapidamente”, conta.

Associadas, ambas as condições instalaram um cenário preocupante e desafiador, incitando a necessidade imediata de mudanças habituais. “Para tentar reduzir o impacto da doença no meu corpo, além do acompanhamento profissional da equipe do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), retomei a prática de caminhada e de corrida de rua, tentando aderir a uma alimentação saudável. Assim, consegui ficar mais estável, mesmo com o corpo mais debilitado”, aponta.

Ao relembrar a luta pelo resgate da própria saúde, Probo elenca os benefícios prontamente observados. “O esporte foi importante para fortalecer o meu organismo e a minha autoestima até que eu ingressasse na fila do transplante de fígado, fato que aconteceu em 2019”, afirma o piauiense.


O passo a passo até a cirurgia envolveu assistências multiprofissionais. “Fui acompanhado por hepatologistas, passei pela avaliação de anestesiologistas, recebi todas as informações necessárias, realizei os exames complementares e, em março daquele ano, fui encaminhado ao setor de transplante hepático para efetuar o cadastro e, atendendo aos requisitos exigidos, entrei na lista [de espera pelo órgão]”, recapitula.

Em novembro de 2019, a tão esperada notícia chegou por meio de uma ligação telefônica. “Meu transplante foi o maior desafio da minha trajetória. Eu renasci pelo amor de uma família de um doador compatível, que disse sim à minha vida. Mesmo diante das adversidades, sempre tive plena confiança nos profissionais. Senti medo, mas nunca perdi a esperança de viver”, relata.

Nesse contexto, as equipes do HGF, unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), asseguraram todo o suporte necessário ao longo do pré e do pós-operatório. “O Ceará é referência em transplante porque o Governo se planeja, mobiliza os profissionais e acolhe os pacientes sem fazer distinção. O binômio ‘doação e transplante’ depende do ato de amor de uma família em um momento de dor. Portanto, os profissionais que atuam nesse sentido estão em constante formação. Além disso, os exames para os transplantados e a entrega de imunossupressores na farmácia não deixam a desejar”, avalia.

Uma vida transformada


Jeferson Probo é membro da Liga Brasileira de Atletas Transplantados

Após os procedimentos, a biografia de Jeferson passou a ser composta por novos capítulos. “Voltei ao trabalho, pude presenciar meus filhos entrando na universidade, posso abraçar e viver com minha família dias de intensa gratidão, alegria e afeto”, pontua.

Ativismo

Para disseminar a importância da solidariedade, hoje, Probo é ativista da doação de órgãos. “Realizo palestras em escolas e desenvolvo projetos por meio da Rede Brasileira de Educação Doadora e Visibilidade TX”, compartilha.

Exemplo que inspira

Convencido da importância de uma rotina fisicamente ativa, novos hábitos saudáveis foram definitivamente incorporados ao seu dia a dia. Membro da Liga Brasileira de Atletas Transplantados, Jeferson passou a praticar natação, corrida e ciclismo seis vezes por semana.

“Estou me preparando para participar das Olimpíadas dos Transplantados na Austrália em 2023. Tenho participado de competições esportivas onde levo a mensagem da doação de órgãos e estimulo pessoas transplantadas a se exercitarem. A vida precisa continuar”, ensina.