Em estudo, HGF avalia eficácia de vacinas contra Covid-19 em cem voluntários com doenças reumáticas autoimunes

7 de julho de 2021 - 16:03 # # # # # #

Assessoria de Comunicação do HGF
Texto e fotos:
Felipe Martins
Arte gráfica: Saulo Cruz

 
Cem pacientes de doenças reumáticas autoimunes serão vacinados contra Covid-19 e acompanhados durante um ano no Serviço de Reumatologia do HGF

Um estudo liderado pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), em parceria com o Ministério da Saúde (MS), vai vacinar contra Covid-19 e acompanhar, durante um ano, cerca de duas mil pessoas com doenças reumáticas autoimunes em todo o Brasil. Representando o estado do Ceará, o Serviço de Reumatologia do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), ficará responsável pelo acompanhamento de cem voluntários.

Nomeada “Estudo de segurança, efetividade e duração da imunidade após a vacinação contra Sars-Cov-2 em pacientes com doenças reumáticas imunomediadas – SAFER”, a pesquisa tem como objetivo avaliar a eficácia, a segurança e a durabilidade da proteção das atuais vacinas contra a Covid-19 aplicadas no País, assim como os possíveis efeitos adversos delas, em pacientes com doenças reumáticas autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide.

Como explica a pesquisadora e reumatologista do HGF, Rejane Abreu, o interesse específico do estudo em doenças reumáticas autoimunes — também conhecidas como doenças reumáticas imunomediadas sob a sigla Drim — vem da particularidade de atacarem o próprio organismo por meio de anticorpos e da necessidade do uso de medicamentos imunossupressores.

“Esses anticorpos geram reações inflamatórias e uma série de alterações dentro do corpo, por isso precisamos controlar o ‘exagero’ da imunidade utilizando medicamentos imunossupressores”, ressalta a médica, que também faz parte da Comissão de Doenças Endêmicas e Infecciosas da SBR. “Como são vacinas novas e que estimulam a produção de anticorpos, precisamos entender como e quais podem ser os resultados nesses pacientes”.

Como funcionará o estudo

Após seleção pelas equipes da pesquisa, os voluntários serão vacinados e acompanhados durante um ano para coletas de sangue e realização de exames. O material será enviado ao laboratório da Escola Paulista de Medicina (EPM) para análise de resultados. “É um estudo muito rico e completo porque contempla contribuições de cidades de todas as regiões do País”, continua Abreu.


Equipe de Reumatologia e enfermeiras da Sala de Vacina do Hospital Geral de Fortaleza

Além do HGF, o estudo é realizado em mais 11 centros: São Paulo (Unifesp), Goiânia (UFG), Porto Alegre (UGRGS), Belo Horizonte (UFMG), Juiz de Fora (UFJF), Manaus (Ufam), Rio de Janeiro (UFF), Vitória (Ufes), João Pessoa (UFPB), Brasília (UnB/Ebserh) e Curitiba (Edumed).

Todas as vacinas utilizadas no estudo foram doadas diretamente pelo Instituto Butantan e pelas empresas AstraZeneca e Pfizer. São doses extras, não incluídas na contagem da atual campanha de vacinação do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Critérios para participação

No HGF, a pesquisa já está recrutando voluntários. Ao todo, serão cem pessoas selecionadas por meio de um formulário de pré-cadastro. Para participar, é preciso ter mais de 18 anos, possuir uma Drim (confira lista completa abaixo) e não ter sido vacinado contra a Covid-19. Não podem participar gestantes, pacientes com neoplasias, pessoas que já passaram por transplante de órgãos, além de imunossuprimidos por outras causas, como pessoas convivendo com HIV.