Hospital sedia curso sobre inserção do DIU no pós-parto e pós abortamento

29 de março de 2019 - 14:44 # # #

Assessoria de Comunicação do Hospital César Cals - Wescley Jorge

Profissionais de obstetrícia do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), Hospital Geral de Fortaleza (HGF), ambos do Governo do Ceará, e a Maternidade Escola Assis Chateaubriand estiveram reunidos nesta quinta-feira, 28, para o Curso Inserção de DIU Pós-parto e Pós-abortamento Imediato, realizado no Auditório II do Centro de Estudos do HGCC. Ao todo, 40 profissionais, entre médicos e enfermeiros, divididos em duas turmas, uma no período da manhã e outra à tarde, tiveram a oportunidade de conhecer e praticar as técnicas adotadas para a colocação do contraceptivo em casos específicos do puerpério.

Os três hospitais fazem parte do Projeto de Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Apice On), que busca a integração entre ensino e serviços de saúde para a qualificação das práticas do cuidado e a formação profissional, além de permitir que sejam adotadas e utilizadas práticas de cuidados baseados em evidências científicas na atenção ao parto, nascimento, atenção humanizada às mulheres em situação de violência ou abortamento e planejamento reprodutivo.

Na abertura da oficina, o diretor médico do HGCC, Antônio de Pádua Almeida Carneiro, ressaltou a tradição do HGCC, com 90 anos, e destacou sua característica de vanguarda. “O Hospital César Cals sempre está na vanguarda dos procedimentos em saúde”, disse. O curso foi conduzido pela médica Lizandra Moura Paravidine Sasaki, chefe da unidade Materno-Infantil do Hospital Universitário de Brasília, onde a inserção do DIU no pós-parto e pós-abortamento imediato já acontece com experiências exitosas.

“O nosso índice de expulsão demonstra que as inserções realizadas têm sido eficazes e os resultados são favoráveis, conforme a literatura”, explicou. Para ela, é preciso oferecer à mulher, pelo SUS, essa oportunidade de procedimento, que pode ser feito em períodos indicados, tanto no parto normal, como na cesariana. Tudo a partir de protocolos e termos de consentimentos.

Contraceptivo

O Dispositivo Intrauterino (DIU) é um método de contracepção seguro e de longo prazo, inserido no útero e que libera substâncias que o tornam um local não favorável para o espermatozoide, impedindo que haja a fecundação do óvulo, e pode durar de cinco a dez anos. No curso, foram abordadas as técnicas adequadas, materiais e procedimentos necessários para uma inserção segura e eficaz, com discussão de índices de expulsão e perfuração, exibição de estudos científicos, vídeos e estatísticas.

Num primeiro momento, foram apresentadas as evidências científicas sobre o DIU de cobre, com exposição da literatura sobre o assunto, técnicas e experiências exitosas. Já na segunda parte do curso, os participantes tiveram a oportunidade de treinar o procedimento com um simulador do aparelho reprodutivo feminino. Foram destacados também os aspectos sociais que envolvem o acesso a este método, como o planejamento familiar estruturado, além das indicações e contraindicações, protocolos e termos de consentimento.

O foco é o período pós-parto pela oportunidade de acesso direto, certeza da ausência de gravidez e ambiente adequado. De acordo com a mediadora estadual do projeto Apice On, Ana Fátima Braga, a oficina é uma oportunidade de ampliar as experiências, discutir os pontos pertinentes, proporcionar elementos para a qualificação e dar oportunidade de treinamento prático aos profissionais. “Temos uma legislação um pouco limitada sobre a cirurgia de laqueadura e a inserção do DIU no pós-parto é uma oportunidade de garantir à mulher um método contraceptivo não hormonal, de longa duração e que preveniria uma gravidez indesejada”.

Natália Passo, médica plantonista do setor de obstetrícia do HGCC, diz ter gostado do curso e considera relevante a disponibilidade do procedimento em um hospital público. “Foi muito interessante oferecer essa perspectiva do DIU como ferramenta de planejamento familiar, uma oportunidade que não se pode perder.” Carolina Santiago, enfermeira obstétrica do HGF também comentou sobre o curso. “Foi significativo pela interdisciplinaridade e a discussão sobre o público que chega ao serviço”, destacou.