HM é referência no tratamento de tuberculose multirresistente

23 de março de 2018 - 10:22 # # # #

Assessoria de Comunicação do Hospital de Messejana - Jessica Fortes - (85) 3101.4092

Em todo o mundo, dia 24 de março é marcado pela luta contra a tuberculose, uma doença infecciosa e transmissível, causada por uma bactéria que ataca prioritariamente os pulmões (tuberculose pulmonar), mas que também pode afetar outros órgãos do corpo (tuberculose extrapulmonar), como os rins, ossos, olhos, pleura e meninges. O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), do Governo do Ceará, é referência no tratamento dos casos mais complexos da doença, os chamados multirresistentes.

Em 2017, foram realizadas 2.410 consultas médicas no Ambulatório de Tuberculose Multirresistente do HM. Atualmente, 163 pacientes são acompanhados mensalmente pela equipe, como acontece com a dona de casa Fátima Bezerra, que há um ano foi diagnosticada com a doença e desde então recebe atendimento médico e as medicações gratuitamente. “Os sintomas já se foram, voltei a ganhar peso e estou trabalhando fora de casa alguns dias da semana. Já me sinto bem melhor”, comemora.

O caso de dona Fátima só tem sucesso porque ela não interrompeu o tratamento. Muitos pacientes abandonam a medicação com o desaparecimento dos sintomas, o que pode agravar a doença, tornando-a multirresistente. No Ceará foram notificados no ano passado 3.436 casos novos de tuberculose, com uma incidência de 38,3 por 100 mil habitantes. No ano de 2016, o indicador de cura foi de 63,3%, bem abaixo da meta preconizada pelo Ministério da Saúde, de 85%. O indicador de abandono de tratamento nesse mesmo ano foi de 11%, muito acima do parâmetro estabelecido pelo Ministério da Saúde, de menos de 5%.

A coordenadora do ambulatório de Tuberculose e do Setor de Pneumologia do HM, Tânia Brígido, ressalta a importância de não interromper o tratamento. “Quando o paciente é diagnosticado com tuberculose, ele precisa fazer o primeiro tratamento de forma correta para que não se torne resistente, tornando o caso mais severo, chegando a ter que ficar internado, longe do convívio social e familiar ou até a morte”, alerta.

Ela explica ainda, que os casos mais simples da doença são tratados na atenção primária, ou seja, nos postos de saúde, e levam em média seis meses de tratamento. Já os casos encaminhados para o Hospital de Messejana são os que não foram curados no primeiro tratamento por conta da irregularidade no uso dos medicamentos ou falência no esquema de tratamento, os chamados casos de multirresistência. “Quando os pacientes são encaminhados para o HM, eles já vêm com a doença bem avançada e o tratamento acaba sendo mais demorado, levando de 18 a 24 meses”, afirma Tânia.

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Os pacientes inscritos no ambulatório são atendidos por uma equipe multiprofissional formada por duas pneumologistas, duas enfermeiras, uma assistente social, uma farmacêutica e uma técnica de enfermagem. Eles recebem incentivos como vale-transporte e cesta básica, já que as condições socioeconômicas da maioria são precárias e a doença os afastam do ambiente de trabalho. As cestas são doadas pela Associação Hebert de Sousa, instituição filantrópica.

Atendimento

O Ambulatório de Tuberculose Multirresistente do Hospital de Messejana funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 16 horas. Para ser atendido, o paciente deve ser encaminhado por um posto de saúde.

O que é a tuberculose?

Doença infecto-contagiosa causada pelo “bacilo de Koch”, cujo nome científico é Mycobacterium tuberculosis.

Transmissão

A tuberculose não se transmite pelo compartilhamento de roupas, lençóis, copos e outros objetos. O contágio ocorre por meio das secreções respiratórias. Doentes não tratados costumam eliminar grande quantidade de bactérias no ambiente ao tossir, falar ou espirrar. Esses microrganismos podem ser inspirados por pessoas saudáveis e provocar o adoecimento.

Sintomas

Os principais sintomas são tosse por mais de três semanas, produção de catarro, febre (mais comum ao entardecer), sudorese, cansaço, dor no peito, falta de apetite e emagrecimento. Nos casos mais avançados, pode aparecer escarro com sangue. Pessoas com esses sintomas associados ou isolados devem procurar uma unidade básica de saúde (posto de saúde) o mais rápido possível, pois o tratamento é gratuito e deve ser iniciado imediatamente.

Tratamento

A tuberculose tem cura. Para obter sucesso no tratamento é necessário tomar os medicamentos corretamente sem interrupção.

Recomendações

– Não suspenda o uso da medicação antes do prazo previsto. Se você começar a tomar os remédios e parar no meio do caminho, com certeza selecionará uma colônia de bactérias resistentes aos medicamentos e ficará mais difícil ser curado;
– Lembre-se de que desnutrição, alcoolismo, uso de drogas ilícitas e de medicação imunossupressora aumentam o risco de contrair a doença;
– Familiares e pessoas próximas aos infectados devem manter certos cuidados básicos como forma de afastar o risco de contágio durante a fase inicial da doença. Se há muitas pessoas dormindo no mesmo quarto, em casas mal ventiladas e onde não bate sol, o risco de contágio é muito maior;
– Portadores do vírus HIV e de doenças como diabetes, por exemplo, podem desenvolver formas graves de tuberculose. Por isso, devem manter-se sob constante observação médica;
– Leve seu filho para tomar a vacina BCG contra a tuberculose. Se não foi vacinado, aos cinco anos, deve fazer o teste de Mantoux ou PPD. Caso não apresente reação, deve ser vacinado em qualquer faixa de idade.