Palavra de especialistas: “só com a população é possível vencer o mosquito”.

4 de fevereiro de 2016 - 21:16

Especialistas de diferentes áreas, que trabalham na vigilância e assistência do Ceará em arboviroses têm a mesma certeza de que a única forma eficaz de prevenir dengue, febre chikungunya e o vírus zika é não deixar o mosquito transmissor nascer. Só com, fundamentalmente, a participação e envolvimentoa de toda a população se vence o mosquito. O biólogo Luciano Pamplona, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), o infectologista Afonso Bezerra Lima, presidente do Comitê Estadual de Investigação dos Óbitos por Dengue, a farmacêutica bioquímica e sanitarista Fernanda Montenegro de Carvalho, o obstetra e ginecologista Herlânio Costa Carvalho, coordenador do Setor de Medicina Fetal da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC/UFC), o neurogeneticista do Hospital Infantil Albert Sabin André Luís Santos Pessoa e a neonatologista e geneticista do Albert Sabin Erlane Marques Ribeiro participaram nesta quinta-feira, 4 de fevereiro, do Simpósio Estadual de Vigilância Epidemiológica e Assistência de Microcefalia e Arboviroses, que preparou 600 profissionais das redes pública e privada de saúde de 84 municípios para o controle do Aedes aegypti e enfrentamento das doenças que o mosquito transmite.

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O simpósio já foi realizado em Sobral, onde foram preparados 160 profissionais da região Norte, na quarta-feira, 27 de janeiro. Na etapa de Fortaleza, realizada no auditório do Centro Universitário Christus, o simpósio reuniu duas turmas, a primeira formada por profissionais das regiões de saúde de Caucaia, Maracanaú, Baturité, Itapipoca, Cascavel, Canindé, Quixadá, Tauá, Aracati, Russas e Limoeiro do Norte. A segunda turma contou com a participação de profissionais dos hospitais, maternidades e Unidades Básicas de Saúde de Fortaleza e técnicos de vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde do município. Na terceira etapa, o mesmo simpósio será realizado para profissionais de saúde da Macrorregião do Cariri, em Juazeiro do Norte.

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Além da atualização sobre as ferramentas disponíveis e as perspectivas para o controle do Aedes aegypti, os profissionais de saúde são orientados sobre o manejo clínico de pacientes com dengue, chikungunya e zika, recebem informações sobre o diagnóstico laboratorial da microcefalia, zika em gestantes, microcefalia congênita e são orientados a reconhecer casos de crianças afetadas pela zika ainda no útero da mãe. Ao final do simpósio é apresentado o protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia e malformações congênitas relacionadas a infecções perinatais. Com a realização do simpósio, a Secretaria da Saúde do Estado promove o alinhamento técnico entre vigilância epidemiológico e atenção à saúde dos pacientes para assegurar a melhor resposta à ocorrência de casos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.

Casos

No Ceará, no período de novembro de 2015 até o último dia 29 de janeiro, há sete casos de microcefalia confirmados no Estado, sendo 1 confirmado de relação com a Zika, que é o do óbito de uma crianã em Tejuçuoca. Os outros são relacionados a infecção perinatal. Há 234 sendo investigados. Em relação à dengue foram registrados 63.777 casos prováveis em 2015. Este ano, em 2016, até o dia 23 de janeiro, são 218 casos prováveis de dengue. São considerados casos prováveis todas as classificações de dengue, dengue com sinais de alarme, dengue grave, ignorado e inconclusivo, como está definido no boletim epidemiológico da dengue do dia 22 deste mês de janeiro..

Sobre a febre chikungunya, em nenhum dos 14 casos registrados no Ceará a transmissão ocorreu dentro do Estado. Em 11 casos, os pacientes estiveram visitando países com transmissão da doença, como Haiti, República Dominicana e Suriname. Portanto, casos importados. Nos outros três casos os pacientes contraíram a doença em Pernambuco.

Assessoria de Comunicação da Sesa
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