Você sabe o que é?

 

A febre do Oropouche (FO) é uma doença viral transmitida pelo inseto Culicoides paraensis, conhecido como maruim, polvinha ou mosquito-pólvora, entre outras denominações.

 

A doença é considerada uma arbovirose, assim como a dengue e a chikungunya, por exemplo. Esse grupo de doenças têm como característica serem causadas por vírus e transmitidas principalmente por artrópodes, como mosquitos e carrapatos.

 

No Ceará, foram confirmados até agora, em 2024 e 2025, casos na região do Maciço do Baturité, distribuídos nos municípios de Pacoti, Aratuba, Capistrano, Palmácia, Redenção e Mulungu e Baturité.

 

E essa doença é nova?

 

 Não! A febre do Oropouche não é uma doença nova, mas o vírus, que era mais comum na região Norte, está se expandindo para outros estados, como o Ceará.

 

Quais são os sintomas?

 

Os mais comuns são febre, dor de cabeça, vômitos e dores musculares. Porém, tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia (intolerância à luz), dor lombar e náuseas também podem aparecer.

 

Os sintomas duram de dois a sete dias e são semelhantes aos de outras arboviroses, como a dengue. Por isso, o diagnóstico precisa ser feito por meio de exame laboratorial.

Já foram relatadas complicações na gestação devido à transmissão do vírus para o feto (transmissão vertical), podendo ocasionar malformações, anomalias congênitas e abortamento.

 

 

Em quais locais há mais risco de contrair a doença?

 

No Ceará, os casos confirmados se concentram na região do Maciço do Baturité, devido condições ambientais que favorecem a proliferação do inseto. Em sua maioria, as confirmações são de pacientes residentes em localidades da zona rural. Em 2025, especificamente no município de Baturité, a transmissão também foi observada na área urbana.

 

Na zona rural, são consideradas áreas de maior risco: áreas baixas de encostas com água corrente utilizada para a agricultura; presença de plantações que geram sombreamento e acúmulo de matéria orgânica, plantações de banana e chuchu junto a vegetação natural; residências de alvenaria construídas a menos de 5 metros das áreas de cultivo; locais protegidos de ventos fortes e com maior umidade do ar em relação a áreas vizinhas.

 

Por outro lado, na área urbana, localidades com presença de criação de animais como galinhas e porcos, depósitos de matéria orgânica (fezes de animais, restos de folhas, frutos e alimentos), pequenas plantações de banana, outras árvores frutíferas em quintais e hortas em geral, são propícias à reprodução do vetor.

 

E se eu estiver com sintomas?

 

Em caso de sintomas (febre, dor de cabeça, dor no corpo, vômito, náuseas), o paciente deve procurar a unidade de saúde mais próxima.

 

O atendimento é fundamental para realização de exame e diagnóstico correto. Se confirmado, o paciente pode receber as orientações corretas, além de gerar dados para ações locais da Vigilância em Saúde.