Dezembro Vermelho: Sesa realiza evento sobre medidas de prevenção ao HIV na Atenção Primária à Saúde
3 de dezembro de 2025 - 17:49 #dezembro vermelho #HIV/Aids
Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto e fotos: Jessika Sampaio
Seminário de Integração das Medidas de Prevenção ao HIV na Atenção Primária à Saúde (APS)
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) realizou, nesta quarta-feira (3), o Seminário de Integração das Medidas de Prevenção ao HIV na Atenção Primária à Saúde (APS), na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE). A atividade reuniu profissionais da área da saúde dos 44 municípios da Região de Saúde de Fortaleza.
A iniciativa buscou trabalhar com a formação permanente dos profissionais, qualificar as práticas de cuidado, fortalecer a prevenção combinada e ampliar a integração da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e da Profilaxia Pós-Exposição (PEP) na rotina das Unidades Básicas de Saúde, considerando o papel estratégico da APS na coordenação do cuidado e no enfrentamento ao HIV durante o Dezembro Vermelho.
Ainda há pessoas que deixam de buscar a medicação por receio da interpretação de terceiros – Lino Alexandre
Durante a abertura do Seminário, o médico infectologista e gestor da Superintendência da Região de Fortaleza (SRFOR), Lino Alexandre, falou o quão importante é que o profissional da APS esteja sensível ao tema, acolha o usuário e suspenda preconceitos. “Ainda há pessoas que deixam de buscar a medicação por receio da interpretação de terceiros. Por isso, é fundamental capacitar médicos, enfermeiros, psicólogos e farmacêuticos para acolher, orientar e deixar as portas abertas para quem quiser ser testado ou iniciar prevenção”, lembra.
Lino Alexandre comenta também que a integração da PrEP e da PEP na atenção primária foi e é essencial para reduzir infecções e romper barreiras socioculturais que dificultam o acesso.“Esses são mecanismos importantes de proteção. Precisamos ampliar a sensibilidade das equipes e facilitar o acesso na unidade de saúde, para superar barreiras como a vergonha ou o estigma associado ao medicamento”, afirma.
Prevenção deve ser tratada com naturalidade nas unidades, assim como outros procedimentos de rotina
Já o secretário executivo Administrativo-financeiro da Sesa, Ícaro Tavares Borges, lembra que a prevenção deve ser tratada com naturalidade nas unidades, assim como outros procedimentos de rotina, para que o cuidado seja integral e livre de estigmas. “A APS, presente nos territórios, é fundamental para que cada pessoa tenha acesso a informações claras, acolhimento adequado e cuidado contínuo. Essas são condições essenciais para reduzir infecções, evitar diagnósticos tardios e promover saúde com equidade”, relembra.
Leia também: Dezembro Vermelho relembra importância da prevenção contra HIV/aids e da adesão ao tratamento
Ampliação da testagem na APS tem permitido encontrar mais pessoas vivendo com HIV de forma precoce, o que é fundamental para evitar a evolução para casos avançados
Ao abordar o cenário atual no Ceará, Léa Barroso Diógenes, assessora técnica do GT IST/Aids e Hepatites Virais da Sesa, destacou que o diagnóstico oportuno ainda é um desafio e exige respostas articuladas. Segundo ela, a ampliação da testagem na APS tem permitido encontrar mais pessoas vivendo com HIV de forma precoce, o que é fundamental para evitar a evolução para casos avançados.“O Ceará inteiro realiza teste rápido na atenção primária. O aumento na detecção não indica agravamento, mostra que estamos conseguindo encontrar essas pessoas a partir do acesso ao diagnóstico”, explica.
Os testes rápidos podem ser realizados gratuitamente pelo SUS nas Unidades Básicas de Saúde do Estado. Léa explica ainda que há uma estratégia de ampliação durante o Dezembro Vermelho, acompanhada de sensibilização para profissionais e usuários. O foco é trabalhar com prevenção. “O que ainda observamos é a presença de diagnósticos tardios, e é por isso que o foco deste ano é fortalecer a prevenção, incluindo PrEP, PEP e autoteste, para ampliar o acesso e evitar que pessoas descubram a infecção já com aids”, completa.
Trabalhar o assunto na Atenção Primária faz toda a diferença
Trabalhar o assunto na Atenção Primária faz toda a diferença, é o que ressalta a orientadora da Célula de Atenção Primária e Promoção da Saúde, Sheila Santiago, “A UBS é a porta de entrada do sistema, é o primeiro espaço de escuta da população, é onde acolhemos, ouvimos e criamos vínculo. Por isso, tem papel central no trabalho de prevenção ao HIV”, explica.
Diferença entre PrEP e PEP
A PrEP, sigla para Profilaxia Pré-Exposição, é uma estratégia de prevenção utilizada antes da relação sexual. Consiste no uso contínuo ou programado de um medicamento que reduz significativamente o risco de infecção pelo HIV, indicada especialmente para pessoas que podem ter exposições frequentes ao vírus.
Já a PEP, a Profilaxia Pós-Exposição, é uma medida de urgência que deve ser iniciada em até 72 horas após uma situação de risco, como rompimento de preservativo ou contato com material biológico. O tratamento dura 28 dias e tem o objetivo de impedir que o vírus se estabeleça no organismo. As duas estratégias fazem parte da prevenção combinada e devem ser indicadas e acompanhadas por profissionais de saúde.
Tele PrEP e Tele PEP
O serviço é uma inovação que facilita o acesso à prevenção, sobretudo em regiões remotas do Estado. Por meio do teleatendimento, os usuários recebem orientação especializada e acompanhamento para o uso das profilaxias pré-exposição e pós-exposição, ampliando a proteção e reduzindo barreiras geográficas.
Diferença entre HIV e aids
O HIV é o vírus da imunodeficiência humana, responsável por infectar as células de defesa do organismo. Uma pessoa pode viver anos com o vírus sem apresentar sintomas, especialmente quando recebe diagnóstico precoce e inicia o tratamento adequado. A aids, por sua vez, é a fase avançada dessa infecção, quando o sistema imunológico já está comprometido e o risco de doenças oportunistas aumenta.
Com testagem regular, tratamento contínuo e acesso às estratégias de prevenção, é possível evitar a evolução do HIV para aids e garantir qualidade de vida à pessoa vivendo com HIV.