Julho Amarelo: Sesa promove ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das hepatites virais
9 de julho de 2025 - 10:53 #Hepatites Virais #julho amarelo #Vacinação
Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto: Kelly Garcia
Foto: Arquivo Sesa
Arte gráfica: Júlio Lopes
A vacinação ainda é a melhor forma de prevenção contra as hepatites virais
As hepatites virais são infecções que causam inflamações no fígado. Entre os tipos com maior incidência no Brasil, estão as dos tipos A, B e C, cada uma causada por um vírus específico. Neste mês, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) realiza a campanha Julho Amarelo para orientar sobre a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das hepatites.
O médico epidemiologista e coordenador da Célula de Vigilância e Prevenção de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis (Cevep), Carlos Garcia, destaca que cada tipo de hepatite possui formas distintas de transmissão. “A hepatite A é transmitida principalmente por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados, pois o vírus se propaga pela via fecal-oral. Já os tipos B e C são transmitidos pelo contato com sangue contaminado, especialmente através de objetos perfurocortantes, como seringas e agulhas, além da transmissão sexual. A possibilidade de transmissão vertical da hepatite B, de mãe para filho durante a gestação ou parto, aumenta a necessidade de assistência pré-natal de qualidade”, explica.
Segundo o gestor, o curso clínico das hepatites também varia conforme o tipo viral. “A hepatite A é geralmente uma infecção aguda, autolimitada e que não evolui para formas crônicas. Já a hepatite B pode se resolver espontaneamente ou evoluir para complicações graves, como a cirrose hepática. A hepatite C também pode se tornar crônica e requer tratamento específico”, afirma.
Garcia reforça que os tipos A e B podem ser prevenidos por meio da vacinação, e que os tipos B e C contam com testagem disponível na rede pública de saúde, facilitando o diagnóstico precoce. “Além da vacina, manter boas práticas de higiene é essencial para prevenir a hepatite A. Já para os tipos B e C, é importante evitar o compartilhamento de objetos perfurocortantes e utilizar preservativos nas relações sexuais”, orienta o epidemiologista.
Testagem
A articuladora de IST/HIV/Aids e Hepatites Virais da Sesa, Vilani Matos, destaca que o diagnóstico precoce dessas doenças pode salvar vidas. “As hepatites virais podem evoluir de forma silenciosa, muitas vezes sem sintomas aparentes nas fases iniciais. No entanto, quando não diagnosticadas e tratadas precocemente, podem levar a complicações graves, como cirrose, insuficiência hepática e câncer hepático”.
A periodicidade da testagem para as hepatites B e C depende do perfil do paciente e está disponível na Atenção Primária, nos postos de saúde dos municípios. “Pessoas que fazem uso de Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) devem testar trimestralmente. Usuários de drogas, pessoas privadas de liberdade, trabalhadores do sexo, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e imunossuprimidas devem se submeter à testagem a cada seis meses e as demais pessoas, ao menos uma vez na vida. A vacinação suspende a necessidade dos testes periódicos”, orienta.
Leia também: Conheça o serviço on-line de orientação sobre prevenção combinada contra o HIV
Além da vacinação e da testagem, outra estratégia são as campanhas educativas, como o Julho Amarelo. “As campanhas, assim como a capacitação dos profissionais de saúde e o fortalecimento da vigilância epidemiológica também desempenham papel essencial na promoção da saúde e na eliminação das hepatites como problema de saúde pública, conforme as metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde até 2030”, pontua.
Vacinação
A principal forma de prevenção das hepatites A e B é por meio da vacinação. A vacina para hepatite B é indicada para todas as pessoas que ainda não tenham sido vacinadas, de todas as idades, em três doses.
Já o imunizante contra a hepatite A faz parte do calendário de vacinação infantil, no esquema de uma dose aos 15 meses de idade (podendo ser utilizada a partir dos 12 meses até 5 anos incompletos — 4 anos, 11 meses e 29 dias).
A coordenadora de imunização da Sesa, Ana Karine Borges, destaca a proteção da vacina da hepatite B para os casos de transmissão de mãe para filho. “A vacinação infantil contra a hepatite B proporciona imunidade prolongada e, quando iniciado o esquema nas primeiras 12 a 24 horas de vida, é altamente eficaz na prevenção da transmissão vertical”.
No caso do imunizante contra a hepatite A, o ideal é garantir a dose até os cinco anos incompletos. “A vacina hepatite A faz parte do calendário infantil. Portanto, enfatizamos a necessidade de procurar uma sala de vacina para verificar se o esquema de vacinação está completo. Basta levar o cartão de vacinação. No entanto, se não tiver, não impede a vacinação. As unidades estão prontas para conferir o histórico vacinal e completar sempre que houver necessidade”.
Além disso, essa vacina está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), para quem tem condições especiais, como imunossuprimidos, transplantados, pessoas em uso da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) ou quem convive com o vírus HIV ou Aids. O esquema é de 2 doses, com intervalo mínimo de 6 meses. No Ceará, quatro unidades da Rede Sesa contam com Crie: o Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte; o Hospital Regional Norte, em Sobral; e, na Capital, os hospitais Infantil Albert Sabin (Hias) e Geral de Fortaleza (HGF).
Programação
Para marcar o mês de combate e prevenção às hepatites virais, a Sesa realiza várias ações de prevenção e conscientização sobre as doenças. A programação será aberta com testagem e vacinação das hepatites virais do dia 15 ao dia 19 de julho, no Vapt Vupt do Papicu. A mesma ação ocorre nos Vapt Vupts do Antônio Bezerra, do dia 22 ao dia 26 e de Messejana, do dia 29 de julho ao dia 2 de agosto.
Na segunda-feira (14), às 14h, irá acontecer um webinar sobre as “Hepatites Virais no Ceará: Desafios e Avanços na Rede de Atenção à Saúde”. Entre os assuntos abordados, estão o Cenário Epidemiológico das Hepatites Virais em 2025, o atendimento às doenças na Atenção Primária e vacinas e imunobiológicos especiais na prevenção dessas doenças. Será possível assistir no YouTube da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).
No dia 16, será promovido um seminário também com tema “Hepatites Virais no Ceará: Desafios e Avanços na Rede de Atenção à Saúde”, às 9h, no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), para estudantes e profissionais de saúde. Programação inclui palestras sobre o cenário epidemiológico no Brasil e no Ceará; Vacinas e Imunoglobulinas: Indicações e estratégias de prevenção; Cuidado integral ao paciente: o papel estratégico da atenção primária; e a atuação do HGF na prestação do cuidado ao paciente com hepatite.
Um evento de prevenção às hepatites virais ainda está programado para o dia 17, voltado para os trabalhadores do sexo, às 14h, no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Secretaria Municipal de Saúde. Essa é uma iniciativa do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest/CE) da Sesa, em parceria com o Centro Estadual de Referência LGBT Thina Rodrigues.