Com investimento de R$ 231 mil, mutirão amplia atendimento para pacientes com alergia à proteína do leite em todo Ceará

7 de julho de 2025 - 16:08 # # # #

Assessoria de Comunicação do Hias
Texto e fotos: Levi Aguiar

Para garantir o cuidado e a nutrição adequada para crianças com alergia, famílias recebem a fórmula gratuitamente

Dúvidas, medo e sintomas que assustam marcaram os primeiros meses de vida do pequeno Lucas, de 9 meses, diagnosticado com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). “Meu filho começou a ter diarreia, refluxo e sangue nas fezes. Vê-lo naquele estado era um misto de incerteza e desespero. Mas, depois da consulta com o pediatra e do acolhimento que recebemos pelo Programa do Governo do Ceará, ganhamos esperança”, relata Angélica Barbosa, mãe do bebê, e moradora de Ubajara, a mais de 350 km de Fortaleza.

“Receber a fórmula, que é caríssima, gratuitamente pelo Programa, além do acompanhamento com especialistas, fez toda a diferença na nossa vida. Hoje, temos um norte. A APLV tem afetado cada vez mais crianças, e esse trabalho é essencial para que nenhuma mãe se sinta sozinha nesse caminho”, completa Angélica, que faz parte de uma das 158 famílias atendidas no mutirão realizado no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), no último sábado (5).

A ação foi voltada para 200 crianças de diversas regiões do estado, mas 42 pacientes não compareceram. Ao longo do dia, os pequenos passaram por triagem de enfermagem, consulta médica, avaliação nutricional, receberam a fórmula e foram inseridos no Programa.

Atendimento gratuito e especializado

Profissionais do Hias atuaram no mutirão para oferecer atendimento especializado e multiprofissional para as crianças com APLV

Criado em 2005, o Programa APLV oferece acompanhamento com equipe multiprofissional, incluindo gastroenterologistas, alergologistas, nutricionistas e enfermeiros, e garante a distribuição gratuita da fórmula infantil, assegurando o crescimento saudável das crianças com a condição.

Presente na abertura do mutirão, a secretária da Saúde do Ceará, Tânia Mara Coelho, ressaltou a importância da iniciativa: “Temos cerca de 3 mil crianças acompanhadas pelo programa, e os mutirões ajudam a reduzir a espera. Estamos cuidando da criança e da família, com um atendimento especializado e acolhedor. Já iniciamos a descentralização da entrega das fórmulas”, conta.

A secretária da Saúde do Ceará, Tânia Mara Coelho, participou da abertura do Mutirão realizado no Hias

Investimento e compromisso estadual

Nesta edição do mutirão, o Governo do Estado investiu R$ 231.844,80, reforçando o compromisso com o cuidado integral das crianças com a alergia. Para 2025, o Programa conta com um orçamento de R$ 23.910.953,20. Só nos últimos seis meses, foram distribuídas, em média, 22.314 latas de fórmula por mês, com um investimento mensal de aproximadamente R$ 2,5 milhões.

A diretora-geral do Hias, Fábia Linhares, explica que os mutirões são planejados conforme a demanda da população. “Normalmente realizamos três mutirões por ano, para cadastrar cerca de 600 novos pacientes e reduzir a fila de espera, tanto na capital quanto no interior”, afirma.

O que é APLV?

A alergia é frequente nos primeiros 12 meses de vida

Conforme a coordenadora do Programa, Aline Lacerda, a APLV ocorre quando o organismo da criança identifica a proteína do leite de vaca como uma ameaça, gerando reações que podem incluir cólicas intensas, diarreia, prisão de ventre, vômitos frequentes, sangue nas fezes e até manifestações na pele, como manchas, coceiras e assaduras. A dificuldade para ganhar peso também é comum.

“Os sintomas podem surgir mesmo em bebês alimentados exclusivamente com leite materno, caso a mãe consuma derivados do leite de vaca. Por isso, ao menor sinal, é fundamental procurar um profissional de saúde para avaliação”, alerta.

O atendimento começa nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), onde os casos são avaliados e encaminhados à Central de Regulação. A fila é organizada conforme a ordem de chegada e a gravidade do quadro.