Histórias de amor e esperança marcam encontro de cuidadores do Serviço de Atendimento Domiciliar do HGWA

30 de junho de 2025 - 16:35 # # #

Assessoria de Comunicação do HGWA
Texto e fotos: Bruno Brandão

Na oportunidade, médicos e equipe assistencial promoveram um debate com os pacientes falando sobre o dia a dia no SAD

Com histórias emocionantes de pacientes e familiares, o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) do Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), celebrou 22 anos de existência com um encontro marcado por afeto, memórias e a força do cuidado em casa. O encontro reuniu pacientes, cuidadores e profissionais de saúde do SAD.

Vitória e Dionatan estiveram presentes no encontro. Vitória, que é atendida pelo SAD, contou sua história de vida

Uma dessas histórias é a da escritora Vitória Ribeiro, de 27 anos, diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal tipo 2 (AME). Atendida pelo SAD há nove anos, Vitória é um exemplo de autonomia, criatividade e esperança. Ela chegou ao encontro ao lado do marido, Dionatan Muniz, com quem se casou há apenas quatro meses.

Com um sorriso sereno e palavras firmes, Vitória compartilhou como o atendimento domiciliar transformou sua relação com o próprio corpo e com o mundo. “Tem muita gente que passa por um problema como o meu e acha triste ou que a vida acabou, mas não é assim. Eu gosto bastante do SAD. Temos todo o apoio em casa com a visita médica e assistência. Eu sou motivada a ter uma vida mais livre. A vida fica muito melhor quando aprendemos a aceitar que tudo bem não andar, que está tudo bem em não termos um corpo ‘padrão’, que não tem problema em precisarmos de ajuda e cuidados. Tudo fica melhor quando enxergamos nossas limitações como algo que faz parte de nós, mas não é quem nós somos“, destaca.

Vitória é também autora do livro de crônicas “Agridoce”, onde relata, em palavras, parte do que vive e sente. Sua história com o esposo Dionatan começou em 2022, durante uma conversa on-line, enquanto jogavam na internet. Após quatro meses de namoro à distância, ele se mudou de Santa Catarina para Fortaleza. Dois anos depois, celebraram o amor em uma cerimônia à beira-mar. Hoje, Dionatan é o principal cuidador da esposa e um parceiro presente em todos os momentos, inclusive nas visitas regulares do SAD.

“Conheci a Vitória por meio de um jogo na internet. O nosso dia a dia é muito bom. Cuido dela integralmente. Acompanho todas as visitas do SAD, eles sempre estão dispostos quando ela precisa de alguma coisa”, diz.

Selma e Ivanildo também participaram do momento levando um pouco da história do filho atendido pelo SAD

Outro relato é o de Ivanildo e Selma Maria, pais de Anselmo David, de 28 anos, que há uma década é acompanhado pelo serviço. Um choque elétrico mudou radicalmente a vida da família, deixando o único filho do casal acamado e com diagnóstico de encefalopatia. Desde então, a casa se tornou também um espaço de cuidados intensivos, mas repleto de amor.

“Somos muito bem atendidos. No começo foi muito difícil. Meu único filho e nunca imaginei que pudesse acontecer. A nossa qualidade de vida é em casa. Apesar de ele não falar e nem andar, sinto que ele sente todo o carinho que damos para ele”, diz Selma.

Cuidar de quem cuida

O encontro deste mês teve um tom ainda mais especial. A psicóloga do SAD, Renata Mesquita, reforça que o momento foi pensado como uma homenagem aos cuidadores e uma oportunidade de visibilizar os desafios e conquistas de quem vive a rotina do cuidado domiciliar. “Nossos encontros são emocionantes, mas também essenciais para trazer reflexões e mudanças no nosso modo de contribuir para a saúde. Temos visto que muitos pacientes aproveitam suas vidas. Nosso intuito é compartilhar essas histórias e dar voz a essas pessoas. Foi um momento de dialogar sobre o SAD e os desafios dos cuidadores”, afirma.

Amabili Couto, coordenadora do SAD, destaca que as ações do serviço vão além da assistência médica, sendo um suporte afetivo e educativo para quem está na linha de frente do cuidado diário. “O encontro de cuidadores já acontece mensalmente, onde trabalhamos a saúde mental do cuidador, o autocuidado, um momento para esses cuidadores que cuidam dos pacientes em casa. É um elo fundamental conosco. Trabalhamos a família como um todo: o paciente, o cuidador e a família”, pontua.

SAD

O Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) do HGWA oferece cuidado integral no domicílio de pacientes que residem em Fortaleza e necessitam de acompanhamento contínuo, mas que podem ser tratados fora do ambiente hospitalar. O objetivo é garantir qualidade de vida, promover o vínculo entre profissionais e famílias, e humanizar o cuidado. O serviço realiza mensalmente encontros com os cuidadores dos pacientes para debater temas como saúde mental, direitos, orientações práticas e fortalecimento emocional.