Sesa promove capacitação sobre vigilância do trabalho infantil

18 de junho de 2025 - 14:20 # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto e fotos: Kelly Garcia

De acordo com a diretora do Cerest/CE, Mara Tavares, o trabalho infantil e de adolescentes está ligado a agravos de saúde

A Saúde do Ceará, por meio do Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora Manuel Jacaré (Cerest/CE), realizou uma capacitação sobre vigilância à saúde de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. O evento ocorreu nesta quarta-feira (18), no Nível Central da Sesa, no auditório Waldir Arcoverde.

Voltada para profissionais de saúde, da assistência social, da educação e de conselhos tutelares, a oficina teve o objetivo de fortalecer a identificação e a notificação dos casos de trabalho infantil, além de qualificar a vigilância em saúde e ampliar o enfrentamento às violações de direitos que atingem crianças e adolescentes.

A conselheira tutelar Ana Camila Vasconcelos viajou 103 quilômetros, de Pacoti a Fortaleza, para participar do momento. “É sempre bom aprender sobre como podemos melhorar a abordagem nessas situações de trabalho infantil. Na nossa região, encontramos alguns casos de crianças e adolescentes trabalhando na agricultura”, explicou.

A conselheira tutelar Ana Camila Vasconcelos viajou 103 quilômetros, de Pacoti a Fortaleza, para participar do momento

Na programação, além de palestras, mesas-redondas e oficinas sobre o assunto, foi lançada a cartilha educativa “Erradicação do Trabalho Infantil”. Segundo a diretora-geral do Cerest, Mara Tavares, a cartilha pretende mostrar os impactos do trabalho infantil na saúde. “Essa cartilha foi pensada de forma muito cuidadosa e busca orientar os profissionais sobre os fluxos de notificação, os procedimentos de investigação, inclusive as inspeções sanitárias nos ambientes de trabalho, além de reforçar a importância da atuação intersetorial para enfrentar esse grave problema social”, disse.

De acordo com a diretora, o trabalho infantil e de adolescentes está ligado a agravos de saúde. “Quando falamos disso, estamos falando de uma violação de direitos que também gera agravos à saúde. É importante que a sociedade entenda que esses casos são de notificação compulsória no Sistema de Informação de Agravos de Notificação”, destaca.

A gestora também explica o papel do Cerest no cuidado com essas crianças e adolescentes. “Além da notificação, o Cerest Estadual faz o acompanhamento dos agravos quanto à investigação de acidentes de trabalho que vitimizam esse público, além de inspeções nos ambientes para verificar as ocorrências, riscos e adotar medidas para proteger a saúde e a vida dessas crianças e adolescentes”, explica.

O procurador do Trabalho e coordenador do Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Peteca), Antônio de Oliveira Lima, fez a palestra magna sobre “O Trabalho Infantil como Violação de Direitos e Determinante Social da Saúde”.

O procurador do Trabalho e coordenador do Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Peteca), Antônio de Oliveira Lima, fez a palestra no evento

Para Antônio de Oliveira Lima, o trabalho infantil carrega consigo questões culturais que dificultam a erradicação. “Um dos grandes desafios é mudar o pensamento das pessoas, porque muitas trazem consigo um sentimento de conformação. Antes de 1988, o trabalho era permitido por lei a partir dos 12 anos. Por isso, sempre precisamos estar conscientizando os profissionais, porque temos um cenário diferente”, ressaltou.