Picadinha que protege: teste do pezinho detecta doenças precocemente e evita sequelas graves

6 de junho de 2025 - 09:52 # # # # #

Assessoria de Comunicação do HGF e do HGCC
Texto: Eva Sullivan e Wescley Jorge
Fotos: Eva Sullivan e Thiago Freitas

O teste do pezinho deve, preferencialmente, ser feito entre o 3º e o 5º dia de vida (Foto: Eva Sullivan)

Celebrado em 6 de junho, o Dia Nacional do Teste do Pezinho é um convite à conscientização sobre a importância do exame. No início, é só uma picadinha no calcanhar. Rápida e, às vezes, até imperceptível no meio de tanta coisa nova que acontece no universo dos primeiros dias de um recém-nascido. Mas, para quem trabalha na neonatologia do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), equipamento da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), o teste do pezinho é muito mais que um procedimento de rotina: é um gesto de cuidado que pode mudar a vida do bebê.

A segunda filha de Liara Gomes Soares, 27, a pequena Maria Liz, só tem sete dias de vida e já realizou o teste do pezinho. “É bom saber que o exame identifica doenças antes mesmo de a criança apresentar qualquer sintoma. E isso tranquiliza demais, porque a gente já está aqui, com o bebê tão pequeno… já se antecipa, já trata, se precisar”, relata a mãe.

Liara e Maria Liz: a pequena realizou o teste do pezinho no HGF (Foto: Eva Sullivan)

A triagem neonatal faz parte da rotina do nascimento do bebê, como explica a coordenadora médica da Neonatologia, Gabrielle Monteiro. “Todo recém-nascido deve sair da maternidade com o teste feito, pois ele permite identificar doenças genéticas, metabólicas, endócrinas e hematológicas ainda no início da vida, quando é possível intervir precocemente e evitar sequelas graves, especialmente neurológicas”, afirma.

Entre as doenças rastreadas estão a fenilcetonúria, o hipotireoidismo congênito, a fibrose cística, a hiperplasia adrenal congênita, a deficiência de biotinidase e algumas hemoglobinopatias, como a anemia falciforme.

O exame está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos 388 postos de coleta distribuídos nos 184 municípios cearenses. Os hospitais da Rede Sesa que contam com maternidade e/ou atendimento neonatal realizam o teste, geralmente destinado aos bebês que nascem ou se tratam na unidade. As amostras coletadas são encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen-CE), onde são analisadas em tempo médio de cinco dias. Só em 2024, mais de 86 mil bebês foram testados no Ceará, o que resultou em mais de 517 mil diagnósticos realizados.

No HGF, o número de testes também tem aumentado significativamente, somente em 2025, entre janeiro e maio, já foram realizados 954 testes. Em todo o ano de 2024 foram 390 exames.

“O teste do pezinho é um direito da criança e um dever nosso, como profissionais e como sociedade. Aqui, no HGF, ele é feito com responsabilidade e acolhimento”, finaliza a médica, Gabrielle Monteiro.

No Hospital Geral Dr. César Cals, o cuidado e acolhimento também fazem parte do processo

Técnica do HGCC coleta de material para a realização do teste do pezinho (Foto: Thiago Freitas)

Toda criança que nasce no Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), também da Rede Sesa, garante a realização dos exames do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), composto pelo teste do pezinho, teste do olhinho, teste da orelhinha, teste do coraçãozinho e teste da linguinha. Também são garantidas as vacinas e acompanhamento da criança no Ambulatório de Seguimento. Para os bebês que não nasceram no HGCC, o teste do pezinho também é garantido e pode ser realizado no setor ambulatorial, de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h.

Para ter acesso, basta ir ao Anexo do HGCC, na Avenida Imperador, 545, Centro. Os pais deverão levar ainda o documento do responsável e a Declaração de Nascido Vivo (DNV), para confirmação das informações sobre o recém-nascido. Para os bebês internados no Centro de Neonatologia ou em enfermarias com as mães, há mais um cuidado envolvido na realização do exame.

Os setores responsáveis, como Laboratório e Enfermagem, criaram uma diretriz para uma coleta única de material, evitando o incômodo aos pequenos, em mais uma ação de humanização. Tudo foi pensado para promover mais conforto e menos incômodo aos bebês, principalmente aos prematuros, que passam por mais intervenções.

“Quando é necessário realizar o teste do pezinho e mais um exame de sangue, os auxiliares do laboratório e enfermeiros aproveitam a coleta do material e já separam o sangue que será examinado daquele que será utilizado para o teste”, explica o coordenador de laboratório do HGCC, Daniel Soares.

Acolhimento e cuidado desde os primeiros dias (Foto: Thiago Freitas)

Para obter o resultado, os pais podem acessar pela internet, no site www.hgcc.ce.gov.br, na área de Serviços, no botão Resultado de Exames Laboratoriais. “O resultado, disponibilizado em até 30 dias, após análise no Lacen, vai para o site do hospital, no qual a mãe ou responsável pode imprimir pela internet, ou o pediatra pode acessar o exame por meio de login e senha, durante a consulta. O responsável não precisa mais se deslocar de casa para pegar o resultado”, explica Soares.

Somente em 2025, de janeiro a maio, já foram realizados, ao todo, 1.277 testes. Já em 2024, o total de exames foi de 2.761.