Escuta e humanização transformam cuidado pediátrico de alta complexidade no Hospital Infantil Albert Sabin
2 de junho de 2025 - 09:43 #Acolhimento #Experiência do paciente #Hias #Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) #humanização
Assessoria de Comunicação do Hias
Texto: Levi Aguiar
Foto: Levi Aguiar e arquivo pessoal
Léia Oliveira, 31 anos, acompanha há oito meses a internação da filha Bella Vitória no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias). Em meio à rotina hospitalar, a proximidade do seu aniversário despertou um desejo especial: transformar aquele dia em um momento de fé, união e esperança — não apenas para si, mas também para outras mães. “Queria celebrar com minhas companheiras de jornada, com os profissionais do hospital, minha família e meus amigos da igreja”, conta Léia.
O desejo da mãe da Bella encontrou acolhimento no Escritório de Experiência do Paciente (EEP) da unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Em uma sexta-feira pela manhã, o Espaço da Família — ambiente dedicado ao acolhimento e descanso de acompanhantes — se encheu de música, lanches e emoção. Cerca de 20 pessoas participaram da comemoração.
“Nunca imaginei comemorar meu aniversário em um hospital. Mas, mesmo diante da internação da minha filha, me senti leve e alegre. Rimos, choramos e trocamos palavras de esperança. Foi uma injeção de força para mim e para minhas colegas. Um dia marcante, em que me senti verdadeiramente presenteada”, compartilha Léia, emocionada.
Mãe de Bella Vitória, paciente do Hias, celebra aniversário ao lado de outras acompanhantes, profissionais de saúde, família e amigos
Cuidar é ouvir
Para Beatriz Dias, assessora técnica do EEP, ações como a celebração do aniversário refletem a visão do cuidado em saúde pediátrica. “Na pediatria, o acompanhante se entrelaça ao paciente. Precisamos olhar para ambos com o mesmo cuidado e empatia”, afirma.
O Escritório, vinculado à Ouvidoria do Albert Sabin, atua como elo entre pacientes, familiares e profissionais, auxiliando a promoção de ações que humanizam a jornada hospitalar e dão voz a quem vive a assistência em saúde.
Acolher para transformar
Projeto Cuidando com Escuta realiza visitas semanais aos setores do Hias, promovendo diálogo e acolhimento entre usuários e equipe
Uma das frentes do EEP é o projeto “Cuidando com Escuta”, que realiza visitas semanais aos setores do Hias em parceria com as coordenações, promovendo um espaço de diálogo e acolhimento junto aos usuários.
Foi por meio dessa escuta ativa que surgiu, por exemplo, a Sessão de Cinema, realizada pela primeira vez em outubro do ano passado. A iniciativa levou filme, telão e pipoca para dentro do hospital, promovendo um momento de leveza em meio ao ambiente clínico.
Adriana Késsia, 27 anos, agricultora e mãe da pequena Ágata Ayla, compartilha a importância dessa experiência: “Estar em um hospital buscando a cura de um filho é muito difícil. Mas atividades como essa mostram o cuidado. Sair da rotina dos sons dos oxímetros e vivenciar algo diferente nos dá forças. Isso conforta a gente, que só quer voltar para casa com os filhos bem”.
A Sessão de Cinema no Hias nasceu como uma iniciativa para promover momentos de descontração entre os acompanhantes em meio à rotina hospitalar
Escuta que gera mudança
A equipe do Escritório da Experiência do Paciente do Hias conta com três assessoras técnicas
“Acredito que um hospital de excelência atua além da técnica. Ele precisa acolher, escutar e valorizar cada história que passa por aqui. O Escritório nasceu da vontade de promovermos uma mudança de cultura, em que o paciente é colocado no centro do cuidado. Isso significa ouvir com atenção, respeitar as individualidades e garantir que cada pessoa que entra no Hias se sinta segura, acolhida e bem cuidada, em todos os momentos”, destaca a diretora-geral do Hias, Fábia Linhares.
Para Jamile Castro, coordenadora da Ouvidoria do Hospital, o Escritório de Experiência é uma ferramenta utilizada para promover um serviço público mais sensível e eficiente. “O setor é um braço atuante da nossa missão de cuidar. Nosso trabalho é transformar relatos em ações reais, para que as pessoas se sintam verdadeiramente ouvidas e acolhidas”.
Essa conexão direta com a vivência dos usuários permite ajustes na rotina hospitalar. Entre os resultados estão desde melhorias no cardápio de refeições para acompanhantes até a criação de novos espaços de descanso e escuta.
A pediatra Érica Coutinho, coordenadora médica da Emergência, que participa das visitas do EEP aos leitos do setor, reforça: “os relatos das famílias são nosso termômetro. Por meio deles conseguimos repensar fluxos, identificar falhas e melhorar continuamente nossa assistência. Escutar quem está do outro lado é, acima de tudo, um exercício de empatia e um privilégio”, finaliza.