“Vacinar é ato de amor”, diz especialista sobre proteção de crianças e idosos contra gripe
20 de maio de 2025 - 08:57 #gripe #Hospital Regional Norte (HRN) #HRN #Vacinação
Assessoria de Comunicação do HRN
Texto: Thais Menezes
Fotos: Thais Menezes / Arquivo Sesa
Vacinação é ferramenta importante de proteção contra formas mais graves de síndromes gripais
Com a chegada dos meses de maior circulação de vírus respiratórios, reforçar os cuidados com crianças e idosos se torna ainda mais necessário. A gripe, muitas vezes considerada uma doença leve, pode evoluir para quadros graves, especialmente em pessoas com o sistema imunológico mais vulnerável. A vacinação é uma das principais estratégias de proteção e prevenção contra essas complicações.
Para entender melhor os benefícios da vacina e tirar dúvidas comuns da população, conversamos com a médica pediatra Carla Ceres, do Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) em Sobral. Ela destaca a importância de manter o cartão de vacinação atualizado e alerta para os riscos de não se vacinar.
Confira a entrevista:
Por que a vacinação contra a gripe é tão importante, especialmente para crianças e idosos?
Carla Ceres: A vacina da gripe é muito importante, porque, apesar de ser comum, em alguns grupos de pessoas – especialmente em crianças e idosos – ela pode ser bastante grave. O que seria uma gripe simples, com febre, dor no corpo e tosse, pode se tornar bem mais grave e levar à internação hospitalar. Por que crianças e idosos? As crianças porque ainda não têm um sistema imune bem eficaz, e os idosos porque o sistema imune já está um pouco mais fraco. Então a vacinação vai servir para preparar o corpo para a doença. Quando você toma a vacina, você vai entrar em contato com o vírus, mas não vai desenvolver a doença.
Quais os riscos da gripe em crianças pequenas e em pessoas idosas que não se vacinam?
C.C: Quando não há vacinação, principalmente naqueles grupos de risco, pode se tornar uma ameaça real. Nas crianças, pode levar a complicações como bronquiolites, otites, pneumonias, levando a internações hospitalares. O mesmo acontece com os idosos, que, muitas vezes, têm comorbidades como pressão alta, diabetes, insuficiência cardíaca, e tudo isso pode piorar, levando ao internamento hospitalar.
“Vacinar é proteger, é dizer sim à vida, à saúde, à proteção e à prevenção”, diz médica pediatra do Hospital Regional Norte (HRN), Carla Ceres
A vacina da gripe pode prevenir síndromes agudas graves e pneumonias?
C.C: Sim, com certeza. O vírus abre verdadeiros caminhos para que infecções mais graves venham, principalmente pneumonias. Então a importância da vacinação vem para servir como uma verdadeira barreira contra essas infecções mais graves.
A vacina contra a gripe muda todo ano. O que isso significa e por que ela precisa ser atualizada?
C.C: A vacina da gripe precisa ser atualizada todos os anos porque o vírus vem mudando constantemente, causando infecções cada vez mais graves. Especialistas do mundo todo ficam pesquisando quais são os tipos que podem causar doenças mais graves e, em cima desses vírus mais potentes, são feitas as vacinas. Então é importante fazer a vacinação todo ano, porque o vírus vai se modificando e você precisa constantemente se proteger contra ele.
É comum vermos pais com receio da vacina. Quais mitos sobre a vacinação contra a gripe precisam ser desmentidos?
C.C: Há vários mitos com relação à vacinação da gripe. O mais comum é o de que a vacina “dá gripe”. Na verdade, o vírus da vacinação não dá gripe porque é um vírus morto, inativado. Então, se ele está morto, ele não vai causar a doença. O que acontece é que as crianças e idosos podem pegar outros tipos de resfriados comuns com outros vírus, que causam sintomas mais leves – pode haver febre baixa, tosse seca. Já os sintomas da gripe são bem mais fortes, com febre alta, muita dor no corpo e tosse persistente, bem diferente desses outros vírus que causam resfriados comuns.
Além da vacinação, que outros cuidados as famílias podem tomar para proteger crianças e idosos durante o período de maior circulação do vírus?
C.C: É importantíssimo tomar outras precauções, como, por exemplo, fazer a higienização das mãos de forma adequada e evitar o contato com pessoas gripadas. É importante também que as pessoas que estão doentes evitem visitar crianças menores – principalmente recém-nascidos – e idosos, já que eles têm a imunidade mais comprometida. E, quando estiver em algum local com grande aglomeração e precisar tossir ou espirrar, faça isso de forma contida: use um lenço ou espirre no cotovelo para evitar a disseminação do vírus pelo ar.
Crianças com alergias ou doenças crônicas podem se vacinar normalmente? E os idosos com comorbidades?
C.C: Crianças com doenças crônicas, como asma, síndrome nefrítica ou alguma outra condição que comprometa a imunidade, incluindo idosos com hipertensão e diabetes, não só podem como precisam fazer uso da vacinação para evitar formas mais graves da doença, que podem levar a complicações e internamentos hospitalares.
Por fim, qual mensagem a senhora deixaria para quem ainda tem dúvidas ou pensa em não vacinar sua criança ou familiar idoso?
C.C: Vacinar é proteger, é dizer sim à vida, à saúde, à proteção e à prevenção. Quando falamos em prevenção, é importante lembrar que a vacinação evita a superlotação dos hospitais. Quanto mais gente vacinada, mais gente protegida e menos necessidade de internações. Vacinação é um ato de amor que você oferece principalmente às suas crianças e aos idosos da sua família.