Cuidados paliativos: trabalho de equipe multiprofissional proporciona qualidade de vida a pessoas com doenças incuráveis
20 de maio de 2025 - 12:43 #cuidados #cuidados paliativos #HGWA #Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara #paliativismo #saúde #SUS
Assessoria de Comunicação do HGWA
Texto e foto: Bruno Brandão
Suele acompanha a filha Laísa Selene internada na pediatria do HGWA com diagnóstico de microcefalia
Cada vez mais reconhecidos como parte essencial do cuidado integral, os cuidados paliativos têm como objetivo oferecer suporte físico, emocional, social e espiritual a pessoas com doenças ameaçadoras da vida. A abordagem é voltada não apenas ao paciente, mas também à família, proporcionando acolhimento e orientação durante todo o processo de enfrentamento da doença.
Um exemplo dessa atuação é o caso da pequena Laísa Selene Freire, de nove anos, internada há cinco meses no Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), em Messejana. Diagnosticada com microcefalia, ela precisou de internação após algumas intercorrências. Acompanhada diariamente pela mãe, a dona de casa Maria Suele Coelho, Laísa recebe cuidados paliativos oferecidos pela equipe do hospital.
“Temos um apoio, um grupo que participo com as equipes dos cuidados paliativos e elas sempre nos explicam o que são esses cuidados. Aprendemos a cuidar durante o hospital e também em casa. Tem gente que vê os cuidados paliativos como o fim da vida, mas eu não vejo assim. Vejo que para nós, que somos mães de crianças atípicas é uma forma de dar uma qualidade de vida melhor para a Laísa”, afirma a mãe da paciente.
Cuidados paliativos
Diferente do que se pensa no senso comum, cuidados paliativos não significam desistência do tratamento, mas sim a adoção de uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida em situações em que a cura não é possível ou está associada a sofrimento intenso. Eles podem ser iniciados em qualquer fase da doença e não somente nos momentos finais da vida.
A médica Carla Almeida, coordenadora do Serviço de Cuidados Paliativos do HGWA, explica que a equipe da unidade é composta por dois médicos voltados para o atendimento de adultos, uma médica para a pediatria e uma enfermeira. Segundo ela, a indicação para cuidados paliativos ocorre sempre que o paciente apresenta uma condição de saúde grave e ameaçadora à vida.
“Os cuidados paliativos são uma abordagem fundamental no tratamento de pacientes com doenças ameaçadoras à vida voltados para a promoção da qualidade de vida. No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) do Ceará, essa abordagem é essencial para garantir um atendimento digno e integral, especialmente àqueles em estágios avançados de doenças crônicas e incuráveis”, afirma.
Acompanhamento multiprofissional
A enfermeira Emanuelle Madeiro, que integra a equipe, conta que no dia a dia sua rotina com pacientes paliativos inclui acompanhar a evolução, realizar intervenções com a equipe multiprofissional e participar de reuniões familiares com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e familiares.
“O principal intuito é de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e familiares, proporcionando conforto, minimizando dor e sofrimento no contexto em que os mesmos se encontram. A abordagem vai depender do nível de consciência e instrução do paciente. Mas tento me comunicar de forma clara e empática, acolhendo as necessidades e tirando as dúvidas que surgirem”, pontua.
A coordenadora da psicologia no HGWA, Jamile Vasconcelos, ressalta ainda o papel da psicologia, prestando apoio à equipe de cuidados paliativos, quando são identificadas demandas emocionais do paciente ou da família relacionadas ao processo de adoecimento e/ou terminalidade.
“O acompanhamento psicológico nos cuidados paliativos é muito importante, pois muitas vezes é o único espaço que o paciente e a família têm para falar sobre como realmente estão se sentindo, para abordar temas difíceis como a própria terminalidade, os seus medos, os seus valores, e serem acolhidos sem julgamento. Além do acolhimento, a psicologia auxilia na mediação da comunicação entre paciente, família e equipe de saúde e busca oferecer estratégias que recuperem a subjetividade e a humanização no processo de cuidado”, finaliza.