Extrofia de bexiga: Hias realiza procedimento de alta complexidade para tratamento de condição rara
21 de março de 2025 - 14:03 #extrofia de bexiga #Hias
Assessoria de Comunicação do Hias
Texto: Levi Aguiar
Fotos: Levi Aguiar/ Arquivo pessoal
Grupo multi-institucional, composto por profissionais de diversas localidades brasileiras, virá a Fortaleza aplicar a denominada técnica de Kelly
A extrofia de bexiga é uma condição rara e grave que resulta na exposição da bexiga fora do abdômen. Essa má-formação causa descontrole da urina, infecções recorrentes, problemas nos órgãos genitais e complicações estéticas.
Para oferecer tratamento a pacientes com essa condição, o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), receberá, no dia 29 de março, o Grupo Cooperativo Brasileiro Multi-Institucional para Tratamento de Extrofia de Bexiga pela Técnica de Kelly, composta por profissionais de todo o país e especializado em tratar essa patologia rara e de alta complexidade.
A Técnica de Kelly, um procedimento cirúrgico com duração aproximada de 12 horas, visa restaurar tanto a funcionalidade quanto a estética do sistema urinário e genital das crianças afetadas pela condição.
O cirurgião do Hias, Augusto Abreu Filho, explica que a extrofia é uma patologia extremamente rara, afetando de 1 em 50 mil a 1 em 500 mil crianças. “Antes, para corrigir a má-formação, era necessário realizar três cirurgias em momentos distintos. Hoje, com a Técnica de Kelly, todo o processo é realizado em uma única cirurgia”, afirma.
Durante o período anterior à cirurgia, a criança vive com a bexiga e os órgãos genitais expostos, o que impacta não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional. Após o procedimento, a criança apresenta uma aparência física muito mais próxima do normal, com a correção da bexiga e dos órgãos genitais, o que representa uma melhora significativa na qualidade de vida.
Hias tem equipe especializada para tratar casos de doenças raras em crianças
O Hias já realizou o procedimento com sucesso em quatro casos por meio da equipe itinerante. Entre os casos atendidos, destaca-se o do pequeno Vinícius, de 4 anos, filho de Milena Ferreira, 32, agricultora. Vinícius foi submetido à cirurgia quando tinha apenas um ano e dois meses. “Foi um ano muito difícil, e eu tinha medo de tudo, por não saber como cuidar dele. A bexiga dele era exposta, e eu vivia com receio de ele pegar alguma infecção. Não deixava ele brincar no chão, por exemplo”, conta Milena, emocionada.
Hoje, ela relata com alívio: “Ele é muito mais feliz, brinca livremente e interage com os amigos. Depois da cirurgia, tudo mudou. A qualidade de vida dele melhorou 80%. Quando me ligaram para avisar que ele recebeu alta, foi uma emoção muito grande. Meu filho é um guerreiro saudável, e eu sei que o tratamento foi essencial para isso.”