Cirurgia recupera qualidade de vida de crianças com escoliose grave no Hias; procedimento impacta saúde física e psicológica dos pacientes
27 de fevereiro de 2025 - 15:18 #cirurgia #cirurgia de coluna #Hospital Infantil Albert Sabin (Hias)
Assessoria de Comunicação do Hias
Texto e fotos: Levi Aguiar
Momento de carinho: Rita cuida e abraça o filho Daniel após sua cirurgia no Hias
“Quando meu filho completou 10 anos, percebi que a coluna dele começou a se curvar cada vez mais. A situação piorou e ele passou a sentir dificuldades para respirar e dores nas costas, especialmente quando precisava ficar sentado por mais de uma hora. Meu filho era uma pessoa até a escoliose chegar”, relata Rita de Cássia, 50 anos, diarista e mãe de Daniel Rodrigues, 14 anos.
A doença não afetou apenas a saúde física de Daniel, mas também o bem-estar psicológico e social do jovem. “As dores o impediam de frequentar a escola. A escoliose afastou meu filho do convívio com outras crianças da idade dele. O menino alegre que ele era foi se tornando cada vez mais uma criança tímida. Tivemos que buscar ajuda psicológica e psiquiátrica, e eu precisei parar de trabalhar para cuidar dele integralmente”, explica a mãe.
A mudança veio com a cirurgia realizada no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), onde Daniel recebeu o tratamento de uma equipe multidisciplinar composta por médicos especialistas, fisioterapeutas, psicólogos e enfermeiros. No último ano, 47 crianças passaram por procedimentos corretivos da coluna na unidade, com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos pequenos cearenses.
Para fazer a cirurgia, é necessário que a criança seja avaliada no município de origem para então ser encaminhada à Sesa, que vai fazer a regulação para a unidade correta.
“Desde a cirurgia, já conseguimos perceber a mudança na saúde dele e na forma como se relaciona com os outros. Ele já estava conversando com a fisioterapeuta, e parecia outro menino. O Daniel, que antes era tímido e não falava com ninguém, agora está mais aberto e comunicativo. O humor dele, o meu e o de todos ao nosso redor mudou completamente. Estamos todos muito felizes e animados. Este foi o maior presente que poderíamos receber. E isso não tem preço”, diz Rita emocionada, com lágrimas nos olhos.
José Alberto Alves, ortopedista da unidade, explica que problemas respiratórios, dores nas costas, limitações de mobilidade e impacto nas atividades diárias são apenas algumas das dificuldades enfrentadas por pacientes com curvaturas anormais na coluna vertebral. “A escoliose grave pode afetar até mesmo as atividades cotidianas, como caminhar, ficar em pé ou dormir, devido ao desconforto gerado pela curvatura da coluna”, conta.
“No caso do Daniel, ele foi diagnosticado com escoliose idiopática grave, uma curvatura lateral da coluna em formato de ‘S’. Ele foi submetido a um tratamento cirúrgico de fusão vertebral, que corrigiu a curvatura e melhorará drasticamente a qualidade de vida do rapaz”, comemora.