Profissionais da saúde participam de capacitação sobre manejo clínico da tuberculose

19 de agosto de 2024 - 14:33 # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto e fotos:Evelyn Ferreira

Treinamento terá duração de três dias

O Ministério da Saúde (MS), em parceria com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), realiza o Curso de Manejo Clínico da Tuberculose nesta segunda-feira (19), na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE). A capacitação segue na terça (20) e se encerra no dia 21 com uma oficina sobre Vigilância do Óbito com Menção de Tuberculose.

Ana Cabral, coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa, destaca a importância do evento. “É um treinamento muito importante para os profissionais que estão à frente dos pacientes com tuberculose no estado do Ceará. É atualização do manejo clínico, é um espaço também de diálogo, troca de experiências, de tirar dúvidas e também é um importante momento como ação para poder entrar dentro do processo de eliminação da tuberculose como problema de saúde pública até 2030 [meta da Organização Mundial de Saúde]”, diz.

O evento foi fruto de uma parceria entre Ministério da Saúde e Sesa

A coordenadora diz ainda que um dos desafios a serem superados no estado é a falta de registros da doença em alguns municípios cearenses. “A gente tem alguns municípios com alta incidência de tuberculose, sendo 80% desses municípios na Região de Saúde de Fortaleza. O que preocupa são os municípios silenciosos, que ainda não têm diagnóstico de tuberculose, que possivelmente têm [registros da doença], mas não são detectados. É importante que haja uma intensificação da detecção da tuberculose no estado para que a gente possa verificar qual é realmente o cenário e a gente possa avançar nesse processo de eliminação da doença como problema de saúde pública”.

Uma forma de enfrentamento desse cenário é a capacitação dos profissionais de saúde que lidam com a doença, como destaca Yolanda Morano, articuladora dos Programas de Tuberculose e Hanseníase da Sesa. “O Ministério da Saúde é um grande parceiro nosso. A gente tem tido bons resultados com as capacitações. O estado do Ceará é um dos estados que têm incidência de tuberculose muito intensa e a gente precisa dessa ajuda”.

Segundo Melissa Medeiros, coordenadora de telessaúde e fila cirúrgica da Sesa, outro problema a ser superado no Ceará é a adesão ao tratamento, que é longo e dura seis meses na maior parte dos casos. Muitos pacientes, por motivos diversos, não levam o tratamento até o final, agravado a situação.

“A falta de adesão, que é o abandono do tratamento, tem sido um problema importante porque toda vez que o paciente abandona é preciso recomeçar. Mais do que isso: ele, enquanto não está com o tratamento efetivo, volta a ter o risco de transmissão para a população. E se o paciente não toma adequadamente o antibiótico, é como se ‘treinasse’ o bacilo para ficar mais resistente. Então um outro problema grave é um aumento da resistência às medicações para tuberculose”, reforça.

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Yolanda Morano e equipe do Ministério da Saúde: Victor da Silva Oliveira, Gisela Unis, e Eleny Guimarães 

O evento também abordou a situação da transmissão da doença entre públicos considerados mais vulneráveis, como a população indígena. Mateus Neves, consultor técnico da Secretaria de Saúde Indígena, afirma que esse público tem três vezes mais chances de desenvolver a doença.

“Por questões étnico-culturais, eles têm um comportamento de agregar. Então isso significa que se tem um caso nessa população, mais pessoas têm o risco de adoecer. A gente tem aqui o DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena do Ceará), que desenvolve um trabalho de vigilância bastante forte. Na saúde indígena, a gente tem que, a partir do primeiro sintoma respiratório, já testar para tuberculose, por ser uma população já vulnerável”, afirma.