Mamografia detecta cerca de 95% de alterações na mama; exame está disponível em 25 serviços da Rede Sesa

14 de junho de 2024 - 14:19 # # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto e fotos:Kelly Garcia
Arte gráfica: Iza Machado

Mamografia busca identificar nódulos nos seios

Medo da dor, receio do resultado. São muitos os motivos para que as mulheres não realizem a mamografia, um dos exames mais importantes para o rastreamento e diagnóstico do câncer de mama. Esse exame é capaz de detectar alterações em cerca de 95% dos casos e é recomendado como rotina para todas as mulheres com mais de 50 anos, pelo menos a cada dois anos, segundo o Ministério da Saúde.

O medo da dor fez com que a costureira Verônica Alves, 51, adiasse por mais de um ano a sua primeira mamografia. Como ela tem displasia mamária, que é um problema que deixa as mamas mais sensíveis, imaginou que seria doloroso. No entanto, depois de conversar com a irmã mais velha, decidiu enfrentar esse receio e foi até a policlínica de Pacajus, ligada à rede estadual, onde o exame é realizado. “A prevenção é mais importante do que o medo. Então, resolvi fazer, mesmo nervosa”, disse.

O desconforto por conta do exame foi bem menor do que o que ela imaginou. “É muito rápido, nem dá tempo de a gente sentir tanto”, disse.

De acordo com a mastologista Gabriela Carvalho, a mamografia é o principal exame de rastreio

A mamografia é um exame bastante simples, uma espécie de raio X das mamas, que busca identificar nódulos nos seios antes de eles se tornarem palpáveis. As imagens são registradas com a utilização de baixa radiação, o que possibilita visualizar a estrutura interna dos tecidos em alta resolução. Em 2023, foram realizadas 131.188 mamografias em todo o Estado, mais de 20 mil a mais do que no ano anterior. 

Segundo a coordenadora das Redes de Atenção à Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Rianna Nobre, existem mais de 60 mamógrafos em todo o Ceará, sendo 25 da rede estadual. Eles estão em todas as regiões cearenses, distribuídos nas Policlínicas Regionais e em Fortaleza, nos Hospitais Geral César Cals (HGCC) e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA) e no Instituto de Prevenção do Câncer (IPC).

Rianna Nobre afirma: é importante falar sobre o assunto durante todo o ano e não apenas no chamado “outubro rosa”

A gestora destaca que o estímulo para que as mulheres realizem o exame deve ocorrer durante todo o ano e não apenas no conhecido outubro rosa –  movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama. “Em janeiro, solicitamos que todas as cinco regiões de saúde e as áreas descentralizadas de saúde (ADS) fizessem um plano de ação com foco no rastreamento do câncer de mama e de colo de útero, para que as atividades de prevenção fossem durante todo o ano e não apenas no mês de outubro. Dessa forma, vamos fazer nesse mês de maio o monitoramento do primeiro quadrimestre, para perceber se houve alguma melhora no número de exames, em comparação com o ano passado”, ressalta.

O caminho para o exame começa na consulta de rotina nos postos de saúde. “A mulher vai para o posto e o médico ou enfermeiro solicita a mamografia de rastreamento. O município, através de sua Secretaria da Saúde, regula e agenda para a Policlínica Estadual de referência. Depois de realizar o exame, o paciente retorna ao município para continuidade de seu rastreamento, conforme o resultado, ou é encaminhada para o mastologista da própria policlínica”, explica.

Sedentarismo ainda é fator de risco para o câncer de mama

De acordo com a mastologista Gabriela Carvalho, que trabalha na Policlínica Regional Dra. Márcia Moreira de Meneses, em Pacajus, a mamografia é o principal exame de rastreio. “Mesmo sem qualquer sintoma, recomendamos que mulheres a partir dos 40 anos realizem a mamografia, porque ela detecta alterações que não são possíveis de perceber no toque, por exemplo”.

Apesar de algumas pacientes relatarem dor ao realizar o exame, a sensibilidade de cada mulher é muito relativa. “Eu, por exemplo, fiz e não senti nada. Para minimizar o desconforto, o ideal é realizar o exame cerca de dez dias após a menstruação e tentar relaxar, porque às vezes a tensão pode aumentar a dor”, esclarece.

Como fatores de risco para o câncer de mama, a mastologista destaca a obesidade e o sedentarismo. “Os principais fatores são a obesidade e o sedentarismo, além de uma alimentação inadequada e o consumo de álcool. O uso de hormônios, seja por reposição hormonal ou de anticoncepcionais, também influencia, assim como ter parentes diretos que tenham tido câncer, como mãe, irmã ou filha”, pontua.