Atuação especializada de fonoaudiologia auxilia na prevenção e reabilitação de pacientes do Hospital de Messejana

8 de dezembro de 2023 - 13:08

Assessoria de Comunicação do Hospital de Messejana
Texto e fotos: Jessica Fortes

A atuação do fonoaudiólogo dentro do ambiente hospitalar é fundamental na busca pela recuperação do paciente

O papel do fonoaudiólogo em um ambiente hospitalar vai além de simplesmente tratar sintomas físicos. Eles auxiliam na reintegração social e contribuem significativamente para a qualidade de vida dos pacientes. Com técnicas especializadas, esses profissionais avaliam, orientam, previnem e auxiliam na retomada da função vocal, da deglutição segura e na melhoria da respiração, permitindo que os pacientes reconquistem sua autonomia e qualidade de vida. No Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, unidade da Secretaria de Saúde do Ceará, o serviço de fonoaudiologia é ofertado desde 2012.

Composto por uma equipe de dez profissionais, sendo dois residentes, o setor de fonoaudiologia do HM estende seu cuidado por diferentes setores do hospital, incluindo pediatria, Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), enfermarias e recentemente, ao Programa de Reabilitação Pulmonar, acompanhando os pacientes do “Coral Viva o Ar”.

“Iniciamos nossa atuação apenas dando pareceres e hoje integramos a equipe multiprofissional e estamos mais perto dos pacientes, dentro das unidades de internação prevenindo, dando diagnóstico e reabilitando de sequelas, como a disfagia – dificuldade de sucção, mastigação e de deglutição, ocasionada pelo uso de sondas, intubação prolongada, ou outras condições secundárias. Ainda temos muito a crescer, mas eu considero que hoje oferecemos um serviço de qualidade, com profissionais competentes”, destaca a coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia do HM, Joana Angélica Marques.

Reabilitação

Na pediatria do HM, o trabalho realizado com as crianças com cardiopatias têm foco no desenvolvimento da alimentação oral e na reabilitação de funções afetadas pelo quadro de saúde. Como é o caso da pequena Esther Nascimento, de três anos, que após passar por uma cirurgia está saindo da alimentação por sonda, para a dieta por via oral, com o auxílio das fonoaudiólogas.

Através de técnicas, exercícios, adaptação de consistências alimentares e orientações específicas, os profissionais buscam minimizar riscos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

“Nós estamos reabilitando as funções orais e fazendo o desmame da sonda, de acordo com a aceitação dela e da forma segura. Ela está na dieta pastosa, atualmente. Gradativamente vamos treinando a mãe para ofertar a alimentação, aumentando os horários e o volume da dieta, até que ela volte a se alimentar somente por via oral. É uma evolução e nós acompanhamos de perto”, explica a fonoaudióloga, Valéria Girão.

“Ela fez a cirurgia, passou dias entubada e precisa reaprender a se alimentar. As fonos vem duas vezes ao dia pra auxiliar na alimentação da Esther. As outras refeições são feitas através da sonda. Mas logo, logo estará comendo sozinha”, disse a mãe da Esther, Maria Rogerlania Nascimento.

Prevenção

Em pacientes idosos, o trabalho é majoritariamente preventivo. Com o avanço da idade, a musculatura vai ficando enfraquecida e o paciente vai apresentando mais risco de engasgo e de broncoaspiração, – condição na qual alimentos, líquidos, saliva ou vômito são aspirados pelas vias aéreas, o que pode ocasionar desde desconforto respiratório até uma pneumonia aspirativa.

A disfagia é uma condição comum em pacientes hospitalizados e pode levar à broncoaspiração, aumentando o risco de infecções pulmonares

É também comum auxiliar adultos com dificuldades de deglutição por problemas pulmonares e/ou após a cirurgia cardíaca. Por conta da patologia de base, intubação prolongada, da ventilação mecânica, ou do uso do traqueóstomo, esses pacientes apresentam uma maior dificuldade de deglutição ou na fala.

Marques destaca a importância da parceria com a família. “O diálogo é fundamental para que os cuidados também sejam mantidos em casa. Nós orientamos cuidadores e acompanhantes sobre como deve ser a alimentação do paciente, os cuidados que devem ser tomados na hora da alimentação e que funções devem ser estimuladas para prevenir os riscos de broncoaspiração”, reforça Marques.

Atuação abrangente e especializada

Recentemente, os residentes de fono passaram a acompanhar os pacientes da Reabilitação Pulmonar que integram o “Coral Viva o Ar”, permitindo a continuidade dos cuidados e a assistência em diferentes estágios.

O Coral Viva o Ar é uma atividade de extensão do Programa de Reabilitação Pulmonar, que permite uma continuidade dos cuidados e acompanhamento dos pacientes em diferentes estágios de recuperação

“Nós montamos uma cartilha com um programa de exercícios de fonoterapia, para auxiliar na melhora da capacidade respiratória e da potência vocal. São exercícios de aquecimento, respiração e desaquecimento da voz, que podem ser feitos em casa e aqui, durante os ensaios. É um trabalho multiprofissional com resultados relevantes para os pacientes” destaca, a residente de fonoaudiologia, Ana Paula Botão.

Painel comemorativo

Para marcar o Dia do Fonoaudiólogo, celebrado em 9 de dezembro, um painel mostrando a evolução da equipe foi montado no corredor principal do HM. O painel traz fotos e uma linha do tempo mostrando os ganhos do serviço ao longo dos anos.
“Começamos com duas profissionais e hoje somos dez. É um trabalho gratificante poder reabilitar o paciente, proporcionar uma alimentação por via oral segura, devolver a comunicação e auxiliar no retorno desses pacientes a sua família”, resume a coordenadora do serviço.