Grávidas devem redobrar cuidados para evitar a diabetes gestacional

4 de dezembro de 2023 - 12:47 # # # #

Assessoria de Comunicação do HRN
Texto e fotos: Teresa Fernandes

Gestante de 25 semanas e à espera do quinto filho, a costureira Francineuda Gomes Barbosa, 35, desenvolveu pela primeira vez a diabetes gestacional. A doença, associada a uma insuficiência do pâncreas de produzir mais insulina na gestação, é o diagnóstico mais prevalente entre as gestantes de alto risco atendidas na Obstetrícia do Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Secretaria da Saúde (Sesa). Entre janeiro e outubro, das 3.415 pacientes atendidas pela unidade hospitalar, 1.060 eram portadoras de diabetes, representando 31,04% do total.

“A gestante que desenvolve diabetes tem um risco aumentado de manter este quadro, mesmo após a gestação, mas os riscos para o bebê ainda no útero, são maiores e mais graves. Podemos citar óbito fetal súbito ou malformações, se a diabetes for desde o início da gestação, como também polidrâmnio (quando o líquido amniótico aumenta muito), e obesidade na infância ou vida adulta”, explica a médica obstetra do HRN, Renata Nogueira. Os principais sinais de que a gestante pode apresentar diabetes gestacional são o ganho elevado de peso durante a gestação, crescimento do feto acima do esperado e outros sinais de descompensação materna, como aumento importante na frequência urinária e muita sede.

A médica ressalta que a paciente com o diagnóstico deve ser encaminhada ao pré-natal de alto risco para o acompanhamento e prevenção das complicações maternas e fetais. Foi o que aconteceu com Francineuda. A paciente, acompanhada pelo pré-natal da unidade básica de saúde do distrito de Taperuaba, onde mora, teve o diagnóstico da diabetes gestacional a partir de um exame de sangue e passou a ser atendida pela Policlínica e está vinculada ao HRN. “Aqui é muito bom, tem profissionais de toda área, até psicólogo vem ver a gente”, diz.

A paciente Francineuda Barbosa é acompanhada pela Obstetrícia do HRN para controlar diabetes gestacional

O tratamento “baseia-se principalmente na modificação do estilo de vida, como dieta adequada para diabético e atividade física adequada para cada período da gestação” e envolve equipe multiprofissional, com profissionais como médico, nutricionista, enfermeiro e no seguimento pós-alta, também o educador físico. A gestante deve realizar a curva glicêmica para avaliar o controle dos níveis glicêmicos e, caso seja necessário, deverá ser iniciado insulina, que é o tratamento de escolha para essas pacientes. O parto poderá ser via vaginal, não sendo indicado cesariana em todos os casos.

Os principais fatores de risco para diabetes gestacional são: idade materna acima dos 25 anos, obesidade, ganho peso excessivo na gestação, história familiar de 1º grau de diabetes, diabetes gestacional na gestação anterior ou antecedente de feto grande para a idade gestacional ou macrossômico (acima de 4kg no nascimento).

Outra paciente atendida pela Obstetrícia do HRN é Maria Simone Paiva Bezerra, 37, mãe de três filhos. Na gestação da segunda filha, Larissa, 4, Simone teve diabetes gestacional e deu à luz a criança no HRN. Na gestação do filho mais novo, Francisco Wedson, que nasceu no dia 29 de novembro, a doença não se desenvolveu. “Fui acompanhada desde o começo por nutricionista e aqui no HRN me trataram super bem, me levaram na palma da mão”, diz.

Acompanhada desde o início da gestação por nutricionista, Maria Simone Bezerra não desenvolveu diabetes gestacional na segunda gravidez

Obstetrícia 10 anos

A atenção ao binômio mãe/bebê da Obstetrícia do HRN completou 10 anos de atuação no mês de novembro. Nesta primeira década, foram registradas 25.693 pacientes atendidas, além de 16.140 partos. O serviço recebe gestantes de alto risco reguladas pela Central de Regulação (Cresus), vinculadas a Policlínica e pelo Centro de Especialidades Médicas (CEM) ao HRN.

“Compilamos dados relativos ao número de pacientes atendidas, desfecho e conseguimos ver que as boas práticas tem sido nosso norte e temos tentado melhorar cada vez mais o atendimento às gestantes de alto risco, pacientes complexas que precisam da equipe multiprofissional para atuar conjuntamente”, ressalta a coordenadora médica da Obstetrícia do HRN, Eveline Linhares.