CEO Regional em Maracanaú capacita dentistas da Atenção Básica para frenectomia em bebês

9 de novembro de 2023 - 17:45 # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto:Fernanda Teles
Foto: Arquivo pessoal

Para a capacitação, foram selecionados oito dentistas, um de cada município da região de Saúde de Maracanaú

Dentistas das unidades da Atenção Primária dos oito municípios que compõem a região de Saúde de Maracanaú participaram, no último dia 26 de outubro, de capacitação em frenectomia lingual e labial para bebês. O objetivo da iniciativa é que os participantes atuem como multiplicadores, transferindo o conhecimento para outros dentistas das unidades básicas. A frenectomia em bebês é uma cirurgia que consiste no corte ou pique do freio lingual ou labial. O resultado é imediato, com recuperação em poucos minutos.O procedimento é indicado para crianças com a chamada “língua presa”, que pode acarretar em prejuízos na amamentação, na deglutição e na fala. A capacitação foi realizada pelo cirurgião e traumatologista bucomaxilofacial, Roniele Lima dos Santos, colaborador do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) Neusa Prado Gondim de Oliveira.

“Essa iniciativa de treinar os dentistas da Atenção Primária neste tipo de procedimento é inovadora, exitosa e pioneira no Estado. Com a realização da frenectomia já nas unidades básicas, podemos reduzir possíveis filas de espera”, afirma a diretora do CEO Regional em Maracanaú, Jamille Maia. Ainda segundo a diretora, como se trata de um procedimento de baixa complexidade, a realização da frenectomia pelos dentistas da Atenção Primária nos municípios possibilitará que os profissionais de unidades especializadas priorizem os procedimentos de média complexidade.

“Uma das funções previstas nos estatutos dos consórcios de saúde no Ceará é a capacitação dos níveis de atenção e a integração entre eles. Importante que esses profissionais treinados repassem os conhecimentos para os demais dentistas dos municípios consorciados. Desta forma, as crianças que precisarem deste procedimento poderão ser atendidas no posto de saúde perto da sua casa”, ressalta o secretário executivo do Consórcio Público de Saúde da Região de Maracanaú, Bruno Eloy Farias. Segundo ele, a frenectomia em bebês é um serviço oferecido pelo CEO de Maracanaú desde a sua fundação, em 2013, e agora deverá ser oferecido pelas unidades básicas de cada município da região de Saúde.

Treinamento contou com aulas teóricas e práticas

A dentista da unidade básica do município de Palmácia, Ana Gisele Farias, uma das participantes da capacitação do CEO, destaca a importância da iniciativa.“Será um benefício a mais para a população dos nossos municípios, evitando deslocamentos desnecessários e desgaste para os bebês e para as famílias”, diz.

A capacitação realizada pelo CEO Neusa Prado contou com aulas teóricas e práticas, realizando ainda o procedimento em seis bebês dos municípios de Maranguape e Maracanaú. A pequena Emma Cristiny do Nascimento, de três meses, filha da dona de casa Dayane Sheron do Nascimento (28), foi uma das atendidas na capacitação. “Quando nasceu, minha filha realizou o teste da língua no hospital, mas os médicos não identificaram nenhum tipo de alteração. Com o passar dos dias, comecei a perceber dificuldades na amamentação e eu sentia dores. Somente ao relatar essas dificuldades à pediatra do posto de saúde é que foi identificado o problema”, explica Dayane. De acordo com a dona de casa, após a realização da frenectomia no CEO, a filha passou a se alimentar melhor e teve também melhora considerável no refluxo gastroesofágico.

Emma Cristiny do Nascimento, de três meses, foi um dos bebês atendidos na capacitação

Problemas gerados pelo tamanho do frênulo lingual

Dentre os problemas causados pelo freio da língua curto em bebês, um dos mais preocupantes é a dificuldade gerada na amamentação, que acontece devido ao fato dos bebês possuírem uma capacidade limitada de movimentar a língua, não conseguindo posicioná-la adequadamente. Dessa forma, o bebê acaba não ganhando o peso adequado. Se não for tratada durante a infância, a “língua presa” pode fazer com que o paciente tenha dificuldades na pronúncia de alguns fonemas ou de falar as letras T, L, R, além de algumas outras consoantes.