Brinquedos produzidos por internas do sistema prisional são entregues a pacientes do Hias

9 de outubro de 2023 - 17:24 # # #

Assessoria de Comunicação do Hias
Texto e fotos: Ana Lídia Coutinho

Semana da criança começou com visita especial no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias)

A semana da criança começou com uma visita especial que alegrou o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), trazendo emoção e sorrisos aos pacientes da Unidade de Cuidados Prolongados (UCP) e do Hospital Dia, nesta segunda-feira (9). A Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP) entregou “companheiros” de pano bordados à mão às crianças em tratamento.

Os brinquedos artesanais foram confeccionados pelas mulheres detentas da unidade prisional Auri Moura Costa, sob a tutela do projeto sem fins lucrativos “À Flor Da Pele”. A iniciativa trouxe uma dose de conforto e carinho às crianças que enfrentam os desafios do ambiente hospitalar.

Equipe da SAP presenteou crianças nesta segunda-feira (9)

A diretora-geral do HIAS, Fábia Linhares, expressou a importância da parceria em prol do mês das crianças: “Este gesto é um grande diferencial, que cria memórias para toda a vida. Um abraço, um sorriso de cada criança ao abraçar seu novo companheiro pode tornar o enfrentamento das dificuldades mais leve e fazer com que essas crianças sintam o amor que está por trás de cada boneco“, disse.

Equipe do Hias e da SAP durante ação na manhã desta segunda-feira (9)

O titular da SAP, Mauro Albuquerque, ressaltou a capacidade do sistema prisional em contribuir para este tipo de iniciativa: “Os internos fazem isso com amor, pois a maioria aprendeu essas habilidades dentro das instituições, desafiando preconceitos e demonstrando o quanto podem mudar suas vidas e servir à sociedade. O Estado tem a missão de criar as condições para que isso seja possível”, frisou.

Contação de histórias

A coordenadora do projeto “À Flor da Pele” no Ceará, Madalena Fontenelle, explicou que cada boneco entregue tem uma história bordada, que é narrada para a criança no leito por voluntárias da iniciativa, as chamadas “Fadinhas”.

Além disso, cada criança escolhe um nome para o seu companheiro e uma certidão de nascimento. Vamos dar continuidade ao projeto: iniciamos com a participação 20 internas na confecção dos bonecos e já vamos aumentar para 30. Essa entrega será a primeira de muitas que ainda vamos realizar“, afirmou.

A enfermeira Francisca Grinalda da Silva foi homenageada pelas crianças e teve seu nome dado a duas bonecas

No Hospital Dia do Hias, duas das crianças decidiram nomear suas bonecas em homenagem a uma das enfermeiras que cuida diretamente delas durante as infusões. Francisca Grinalda da Silva, que trabalha há 22 anos na unidade, todos os anos se emociona com alegria proporcionada por ações como essa.

Eu amo o que faço e antes de ser profissional, sou um ser humano. Se eu tivesse uma criança que precisasse de tratamento, ficaria muito feliz em vê-la sendo acolhida aqui, e considero todas essas crianças como se fossem meus próprios filhos”, compartilhou.

Sheila Costa, mãe da Vitória, de 12 anos, que se recupera de uma pneumonia na UCP, também expressou gratidão e emoção: “Achei ótimo, isso traz alegria para todos nós. Vitória não vai mais largar a boneca dela, ela vai ficar segurando-a todos os dias, observando os detalhes dos bordados e relendo a história”, declarou.

Cada boneco entregue tem uma história bordada, que é narrada para a criança no leito por voluntárias da iniciativa

Amigurumis serão distribuídos em ação no próximo dia 17 de outubro

No dia 17 de outubro, cerca de 200 bonecos de amigurumis (bonecos de tricô) também serão entregues às crianças do Hias por meio da ação social dos policiais penais e internos do projeto “Rede Artesã”, projeto da SAP. Os brinquedos foram confeccionados por detentos da Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo (UP-Pacatuba), em parceria com o Instituto Vou.

O artesanato é uma das principais atividades desenvolvidas para os internos no sistema prisional do Ceará. Além da perspectiva artística e o retorno financeiro, a prática também contribui para a qualificação, a ocupação, a elevação da autoestima, a projeção de futuro positivo e a remição de pena para as pessoas privadas de liberdade.