Hospital São José orienta a população sobre transmissão, sintomas e prevenção da leishmaniose em humanos

11 de agosto de 2023 - 16:46 # # # # #

Assessoria de Comunicação do HSJ
Texto: Bárbara Danthéias
Foto: Diego Sombra
Arte gráfica: Josias Jeronimo

Na Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, que finaliza neste dia 11 de agosto, o Hospital São José (HSJ), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), orienta a população sobre as formas de transmissão, sintomas e prevenção da doença. As leishmanioses são um grupo de doenças causadas por protozoários, transmitidas por meio da picada da fêmea do mosquito flebotomíneo — popularmente conhecido como mosquito-palha.

Segundo a infectologista do HSJ, Lisandra Damasceno, existem duas formas de leishmaniose: a tegumentar ou cutânea, doença localizada que acomete, principalmente, a pele e as mucosas; e a visceral, também conhecida como calazar, doença sistêmica que atinge órgãos como fígado, baço e medula óssea, causando sintomas mais graves.

A infectologista do HSJ, Lisandra Damasceno, informa que existem duas formas de leishmaniose: a tegumentar e a visceral

De janeiro de 2018 a dezembro de 2022, foram diagnosticados 2.437 casos de leishmaniose tegumentar no Ceará, com uma média de 487 casos ao ano. Já com relação à leishmaniose visceral, foram confirmados 6.926 casos humanos de janeiro de 2007 a outubro de 2022, com uma média de 433 casos ao ano no estado.

“Todas as pessoas são suscetíveis a essas doenças, desde que elas estejam residindo em locais em que haja proliferação desses mosquitos, possibilitando a transmissão da doença. Existem pessoas que podem desenvolver quadros mais graves, como idosos, crianças abaixo de um ano de idade e pessoas que têm alguma doença que leva à imunossupressão. A leishmaniose visceral, principalmente, pode até levar ao óbito pessoas que tenham esse perfil”, alerta a infectologista.

Sintomas

Após a picada do mosquito, os pacientes com leishmaniose tegumentar demoram cerca de 2 a 4 meses para desenvolverem os sintomas. “Os principais sintomas são lesões na pele: começa como se fosse uma manchinha onde houve a picada e, com o passar do tempo, essa manchinha pode se abrir levando a uma úlcera, uma ferida na pele de difícil cicatrização”, explica Damasceno. Esses mosquitos, conforme a médica, costumam se proliferar em locais de climas mais frios, como as serras.

Já a leishmaniose visceral costuma ocorrer próximo a matas e em áreas periurbanas [transição entre espaços completamente rurais e áreas urbanas]. Os sintomas também demoram a aparecer após a picada do mosquito, podendo levar até dois anos para a doença se manifestar no organismo.

“O período de incubação é muito longo, e as pessoas começam a ter febre, emagrecimento, fraqueza, aumento do volume abdominal — porque aumentam o fígado e o baço —, anemia e, em casos mais graves, podem evoluir com insuficiência renal, alterações hepáticas e pneumonia. Esses pacientes demoram um pouco para chegar no sistema de saúde, porque a progressão da doença é lenta”, assinala a médica.

Prevenção

A melhor forma de evitar a leishmaniose é evitar a proliferação dos mosquitos-palha. Em locais onde há muita proliferação dos insetos, a infectologista orienta que o ideal é ter tela nas casas e janelas, usar mosquiteiro, aplicar repelente e manter sempre o ambiente limpo, não acumulando lixo.

Lisandra Damasceno ressalta a importância de também estar atento aos sintomas da doença nos animais. “Se houver algum cão doméstico doente com esses mesmos sintomas de fraqueza, perda de peso e pêlo, é importante buscar um veterinário para que se tenha um diagnóstico precoce e se evite que o cão seja um reservatório da doença dentro do ambiente, com possibilidade de transmissão para o ser humano”, salienta.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da leishmaniose tegumentar é feito por meio da raspagem ou de biópsia das lesões, a fim de verificar se há a presença do protozoário. No caso da leishmaniose visceral, o método mais indicado é a punção aspirativa da medula óssea, no qual se retira um pouco de sangue do osso, uma vez que, nesse tipo da doença, a medula é um dos órgãos onde o protozoário costuma se alojar.

“Existe um método menos invasivo, que é o método sorológico, ou seja, um exame em que a gente vai colher uma amostra de sangue e ver se o indivíduo tem anticorpos contra esse protozoário”, complementa a infectologista. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para a doença, com medicamentos específicos à base de antimoniato pentavalente e anfotericina B.