Sesa orienta sobre o que fazer em casos de agressão por animais domésticos ou silvestres

5 de maio de 2023 - 18:56 # # # # #

Assessoria de Comunicação da Sesa
Arte gráfica: Josias Jeronimo

A raiva é uma doença viral que pode ser transmitida de um animal para uma pessoa por meio, principalmente, de mordedura ou lambedura. A condição é fatal e a melhor forma de evita-la é a vacinação pós-exposição. “O esquema completo, realizado conforme orientação médica, confere proteção superior a 99%”, informa a coordenadora da Imunização da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), Ana Karine Borges.

A Sesa orienta a população sobre os cuidados para evitar acidentes com animais infectados com o vírus rábico. Vacinar o cachorro e o gato e ter cautela diante do contato com mamíferos desconhecidos, por exemplo, são algumas das principais medidas preventivas.


Se uma pessoa sofrer agressão por um mamífero, a exemplo de gato, cachorro, morcego, sangui ou raposa, imediatamente deve lavar o local da ferida com água e sabão e buscar a Unidade Básica de Saúde mais próxima. “A avaliação da necessidade da profilaxia antirrábica pós-exposição varia conforme o tipo da lesão e a espécie do animal que ocasionou o ferimento”, afirma a médica infectologista Ruth Araújo, do Hospital São José (HSJ), vinculado à Sesa.

Sinais e sintomas

A doença é causada por um vírus que tende a migrar para o sistema nervoso central. Nos humanos, a condição pode causar um quadro de encefalite [inflamação no cérebro] aguda, resultando em alta taxa de letalidade: aproximadamente 100% dos casos são fatais.

“Como a raiva é uma doença que ataca, principalmente, o sistema nervoso central, as lesões nos locais do nosso organismo que são mais enervados, como cabeça e extremidades, são mais graves”, explica a médica.

Dentre os principais sinais e sintomas da doença em humanos, destacam-se dificuldade de engolir (alimento, água ou saliva), fotofobia (desconforto visual em relação à claridade), tremores involuntários e salivação excessiva. Em animais domésticos, como cães e gatos, também ocorre salivação em excesso associada à agressividade ou à mudança comportamental.

Cenário epidemiológico no Ceará

A busca por assistência médica imediata e o cumprimento do protocolo nacional recomendado pelo Ministério da Saúde tornam-se fundamentais para evitar consequências irreversíveis. De 2017 a 2022, foram realizados 236.447 atendimentos envolvendo casos antirrábicos no Ceará, sem nenhum óbito registrado.
De 2007 a 2016, houve cinco óbitos por raiva humana, registrados nos municípios de Camocim (sagui/2008), Chaval (cão/2010), Ipu (sagui/2010), Jati (sagui/2012) e Iracema (morcego/2016).

sete anos sem registrar óbito por raiva humana, a Sesa confirmou novo óbito ocasionado pela doença, notificado na última quinta-feira (4). Um agricultor do município de Cariús, de 36 anos, foi agredido por um sagui em fevereiro deste ano. A procura por atendimento só ocorreu no fim do mês de abril, após o início dos sintomas da doença.

Constatada a suspeita de raiva humana, o Município comunicou à Área Descentralizada de Saúde e ao GT Zoonoses da Sesa. Foi providenciada a transferência para hospital de referência, onde veio a óbito, com causa confirmada pelo Lacen após coleta minimamente invasiva realizada pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO). A Sesa reforça, ainda, que irá apoiar todas as medidas de prevenção e controle da doença em Cariús.

Diante de casos suspeitos ou confirmados da doença, são realizadas ações de vigilância, incluindo inquéritos epidemiológicos, busca de humanos contactantes de animais suspeitos/confirmados e coletas de amostras para diagnóstico laboratorial, além de assistência quanto à profilaxia antirrábica humana. Periodicamente, são desenvolvidas, ainda, iniciativas voltadas à educação em saúde envolvendo todos os níveis de Atenção.