III Encontro de Coordenadores Intra-hospitalares de Transplantes do Ceará é realizado com parceria entre ESP, HGF e Sesa

2 de dezembro de 2022 - 10:15 # # # # # #

Assessoria de Comunicação da ESP/CE
Texto e foto: Juliana Marques

Cerca de 60 profissionais da área da saúde de todo o Ceará participaram, nessa quinta-feira (1º), do III Encontro de Coordenadores Intra-hospitalares de Transplantes do Ceará (III ENCIHDOTT/CE). O evento, que aconteceu no auditório principal do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), teve como objetivo fazer um balanço das ações realizadas ao longo do ano e um novo planejamento para 2023, com base nos dados.

De acordo com a assistente social da Central Reguladora de Transplante do Ceará (Cetra), Rosângela Cavalcante, o processo de doação e transplante de órgãos não ficou isento dos problemas causados pela pandemia. “Houve uma queda nos números principalmente porque os hospitais que são Centros Transplantadores foram usados para tratamentos da covid-19, mas nós não paramos de trabalhar e, ainda em 2021, conseguimos retomar com as doações”, explica.

Da doação ao transplante

No processo de doação de órgãos e tecidos até o dia do transplante existem algumas etapas que não podem ser puladas. Os primeiros passos são a identificação do potencial doador e sua avaliação, o diagnóstico de morte encefálica do paciente e a comunicação da equipe assistencial à Comissão de Transplante do hospital ou à Organização de Procura de Órgão (OPO). Na ausência dessas entidades, a notificação deve ser feita à Central Estadual de Transplante.

Em seguida, vem o processo de acolhimento à família com os assistentes sociais e as equipes especializadas, para que depois seja feito o oferecimento da doação. “Nós oferecemos essa possibilidade como direito da pessoa que faleceu e da sua família de exercerem esse ato de solidariedade”, revela a médica e coordenadora da Central de Transplante, Eliana Régia Barbosa.

Com o sim da família, acontece a logística intra-hospitalar com o agendamento do bloco cirúrgico, a realização de exames específicos para os casos de doação e os procedimentos externos, como notificação à Central de Transplante e à Central Nacional de Transplante, em caso de transferência dos órgãos para outros estados.

O material doado é enviado aos Centros Transplantadores, onde se encontram os receptores, para que seja feito o procedimento. “É importante frisar que esse é um processo que inicia e termina com a sociedade, pois ela doa e se beneficia com essa ação. Hoje posso me tornar uma doadora, mas amanhã posso ser alguém na fila de espera”, complementa a médica.

Sobre o evento

O encontro marcou a retomada dos eventos presenciais, já que os últimos tinham acontecido em 2014 e 2015. A iniciativa compõe o Projeto de Educação Permanente em Transplante 2022, resultado de parceria entre a Gerência de Educação Permanente em Saúde (Geduc) da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) com a Central de Regulação de Transplante (Cetra), a Coordenação de Ensino e Pesquisa do HGF e a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

Atualmente, no Ceará, a lista de espera para receber algum tipo de transplante conta com 1169 pacientes.