Tuberculose tem cura: Hospital de Messejana reforça a importância do tratamento completo
16 de novembro de 2022 - 10:04 #Ceará #hospital de messejana #saúde #Tuberculose
Assessoria de Comunicação do HM
Texto e foto: Jéssica Fortes
Arte gráfica: Priscila Lima
A tuberculose é uma doença milenar. Infecciosa e transmissível, é causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis e ataca prioritariamente os pulmões (tuberculose pulmonar), mas pode afetar outros órgãos do corpo (tuberculose extrapulmonar), como rins, ossos, olhos, pleura e meninges. Os principais sintomas são tosse por mais de três semanas, produção de catarro, febre (mais comum ao entardecer), sudorese, cansaço, dor no peito, falta de apetite e emagrecimento.
Em casos mais graves, há escarro com sangue. Pessoas com essas manifestações, associadas ou isoladas, devem procurar uma unidade básica de saúde. O tratamento é gratuito e deve ser iniciado imediatamente.
A tuberculose tem cura. A falta de diagnóstico precoce, a descontinuidade do tratamento e as falhas terapêuticas, no entanto, são fatores que adiam a recuperação e agravam a doença, podendo levar a óbito. O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM) é referência na assistência a pessoas com tuberculose de maior complexidade – aqueles que necessitam de terapia especial, com o uso de medicações mais potentes.
A pneumologista e coordenadora do Ambulatório de Tuberculose Multirresistente do HM, Tânia Brígido, explica que a unidade recebe pacientes que não foram curados no primeiro tratamento por causa da irregularidade no uso dos medicamentos ou pela falência no esquema inicial da terapia. “Essas pessoas desenvolvem resistência à medicação e necessitam de um acompanhamento mais especializado, podendo durar de 18 a 24 meses”, afirma.
Em 2022, até outubro, foram realizadas 2.149 consultas médicas no equipamento, em funcionamento desde 2011. Cerca de cem pacientes são acompanhados mensalmente pela equipe.
É o caso do eletricista Alex Santana, 44. Há um ano, ele foi diagnosticado com a doença e, desde então, recebe atendimento e medicações no ambulatório. “Tive covid-19 e, durante a internação, soube que também estava com tuberculose. No começo, estava assustado, mas, depois das orientações, fiquei tranquilo”, lembra.
Santana segue todas as recomendações da equipe do HM. “Tomo os remédios diariamente, conforme a indicação dos profissionais. Todo mês venho para fazer o acompanhamento e repetir os exames. Estou melhor e já voltei a fazer alguns trabalhos”, comemora.
O caso do eletricista só teve sucesso porque ele não interrompeu a terapia. Muitos pacientes abandonam a medicação com o desaparecimento dos sintomas, o que não deve ser feito.
“Quando o primeiro esquema de tratamento falha, ou é descontinuado antes dos seis meses, o paciente pode desenvolver resistência às medicações. As possibilidades terapêuticas estreitam, o caso fica mais complexo, aumentando as internações e diminuindo as chances de cura. Por isso, sempre reforçamos a importância de manter o rigor da terapia”, explica a Tânia Brígido.
Ambulatório de Tuberculose
As pessoas acompanhadas no ambulatório são atendidas por uma equipe multiprofissional formada por pneumologistas, enfermeiras, assistente social, farmacêutico e técnica de Enfermagem. Os pacientes recebem incentivos como vale-transporte e cesta básica, considerando que as condições socioeconômicas da maioria deles são precárias e a doença os afasta do ambiente de trabalho. As cestas são doadas pela instituição filantrópica Associação Hebert de Sousa.
O Ambulatório de Tuberculose Multirresistente do Hospital de Messejana funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. Para a primeira consulta, o paciente deve ser encaminhado por um posto de saúde.
Tuberculose no Ceará
No Estado, conforme dados do último boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), foram notificados no ano passado 3.530 novos casos de tuberculose, com uma incidência de 38,7 casos por 100 mil habitantes.
Em 2020, o indicador de cura foi de 56,6%, abaixo da meta preconizada pelo Ministério da Saúde, de 85%. O indicador de abandono de tratamento nesse mesmo ano foi de 13,4%, acima do parâmetro estabelecido pelo órgão federal, de até 5%.
Serviço
Ambulatório de Tuberculose Multirresistente do Hospital de Messejana
Contato: (85) 3101-4068