Profissionais do HGF alertam para hábitos de prevenção da perda auditiva

10 de novembro de 2022 - 11:20

Assessoria de Comunicação do HGF
Texto: Eduarda Talicy
Fotos: Felipe Martins


Reduzir exposição a ruídos e consumir certos tipos de alimentos ajudam a prevenir alguns casos de surdez

Mais de dez milhões de brasileiros vivem com algum grau de surdez. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), esta parcela corresponde a 5% da população. Instituído em 10 de novembro, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez busca conscientizar sobre a prevenção de problemas auditivos e a luta pela educação e inclusão de pessoas com surdez.

Além de questões congênitas, explica o coordenador do serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Sérgio Tadeu, existem causas preveníveis de surdez que podem ser evitadas ou amenizadas com hábitos simples, como redução de exposição a ruídos, consumo de alimentos com vitaminas C e E, além de um pré-natal bem feito.

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  • “É importante ter um diagnóstico precoce e tentar identificar as principais causas para propor um tratamento eficaz”, ressalta o médico. “Na infância, é importante que seja feito o teste da orelhinha. Faz parte da triagem neonatal universal para identificar aquelas crianças com risco de perda auditiva. Assim, pode-se começar um trabalho de reabilitação ou cirúrgico, se for a indicação”, acrescenta.

    No caso de adultos ou idosos, Sérgio Tadeu reforça que, caso a família identifique problemas no entendimento e na comunicação, é importante que seja feita a audiometria.

    José Everson de Sousa Rodrigues, 25, é diagnosticado com problemas auditivos desde os cinco anos. Após um processo infeccioso na infância, ele desenvolveu um colesteatoma, espécie de tumor benigno que afeta o ouvido médio. “Eu só ouvia se a pessoa falasse bem mais alto. E tinha muita secreção saindo do ouvido”, relata.

    Rodrigues já realizou cinco procedimentos cirúrgicos no HGF e é acompanhado pela equipe de Otorrinolaringologia do hospital. “Depois das cirurgias, eu escuto muito melhor”.

    Reduza o volume

    Outro problema que requer cada vez mais atenção, segundo a fonoaudióloga do HGF Emília Kelma, é o volume ao qual crianças e jovens têm sido expostos devido aos fones de ouvido. “A gente tem recebido aqui no ambulatório pacientes jovens com a perda auditiva induzida por pressão sonora elevada. Então, temos de alertar a população sobre o uso correto de fones e a presença em ambientes muito ruidosos, como festas”. Em alguns casos, a perda auditiva pode ser irreversível.

    Reduzir o volume, fazer pausas a cada 30 minutos e evitar o uso por mais de oito horas por dia são atitudes indicadas quando o assunto é o uso dos dispositivos. Muitos equipamentos já notificam o alerta de volume elevado.

    Consequências da perda auditiva

    Isolamento, dificuldade de comunicação e até depressão são alguns dos impactos em adultos e idosos com perda auditiva. O otorrinolaringologista Sérgio Tadeu alerta que, no caso de crianças, há ainda as repercussões de dificuldade de cognição e aprendizagem.

    “É muito importante estar atento aos sinais. A criança com atraso no desenvolvimento da linguagem deve ser encaminhada para uma avaliação. Qualquer adulto que perceba que está tendo uma dificuldade na comunicação também. Então, é fundamental essa a detecção precoce para identificar causas que possam ser tratáveis e, se porventura não for, essas pessoas podem ter uma reabilitação com aparelho auditivo ou até mesmo indicação cirúrgica”, diz.