Umidade colabora para aumento de dengue e viroses; saiba mais

10 de março de 2022 - 17:06 # # # # # # # # # # #

Assessoria de Comunicação das UPAs
Texto e foto: Márcia Catunda


Em 2022, apenas no mês de janeiro, foram registrados 119 casos de dengue nas seis UPAs estaduais

O calor e as chuvas da estação fazem o cenário ideal para a multiplicação de insetos comuns e até mesmo do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, febre amarela, zika e chikungunya. O aumento da temperatura e da umidade contribuem, ainda, para a proliferação de diversas doenças, tanto infecciosas quanto parasitárias. Além disso, a falta de precauções em casa podem agravar o contexto. As principais manifestações deste período são febre alta, dores musculares intensas e ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. Por isso, adotar cuidados na rotina é de fundamental importância para evitar surto de ocorrências e sobrecarga dos serviços de saúde.

Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), em caso de suspeita de dengue, por exemplo, é aberto um protocolo no sistema com a descrição dos sintomas, idade e, se houver, comorbidades. “Isso serve para guiar o médico à conduta mais precisa, que vai desde a hidratação, que é a medida inicial para o tratamento, até a internação, com medidas mais invasivas”, explica Patrícia Santana, diretora de Cuidados e Saúde das UPAs geridas pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).

Com a suspeita confirmada de arbovirose, o caso é, então, guiado pelo próprio protocolo do equipamento, com intervenção médica. “Esse mesmo protocolo, se aplicado corretamente à suspeita, ajuda a evitar complicações e óbitos”, pondera Santana.

Em 2022, no mês de janeiro, foram registrados 119 casos de dengue nas seis UPAs estaduais (Messejana, Praia do Futuro, José Walter, Canindezinho, Autran Nunes e Conjunto Ceará). No mês seguinte, em fevereiro, foram notificados mais de 180 casos.

Para combater o mosquito, é fundamental manter o domicílio sempre limpo e cobrir recipientes que possam acumular água. Independentemente do estágio da doença, é preciso procurar a orientação de um profissional de saúde, que pode recomendar acompanhamento ambulatorial nos casos mais simples ou encaminhar o paciente para internação. Diante de sinais de menor gravidade, a recomendação é fazer repouso e ingerir bastante líquido, como água, sucos, chás, soro caseiro ou água de coco.

Os sintomas de alarme na dengue são: vômitos, dor abdominal, falta de ar, tontura ou sensação de desmaio, redução na quantidade de urina e sangramento.

Gastroenterite viral

Nas últimas semanas, no Ceará, foi percebido um aumento de casos de gastroenterite viral, popularmente conhecida como “virose da mosca”. “A falta de higiene atrelada ao período de chuvas, que provoca umidade, facilita a reprodução dos insetos, ampliando a possibilidade de contaminação de alimentos e água. Vale ressaltar que, com as chuvas, as pessoas tendem a frequentar mais os ambientes fechados, provocando aglomerações. Esse tipo de virose é contagiosa”, alerta Alessandra Leitão, médica e coordenadora de Serviço Médico da UPA Praia do Futuro.

Entre os sintomas mais comuns deste tipo de virose, estão vômitos, febre, diarreia e dor abdominal. “Assim como em caso de dengue, é importante o paciente se manter bem hidratado e não tomar medicamentos por conta própria, principalmente antibióticos”, acrescenta.

Em 2022, no mês de janeiro, foram registrados 1.344 casos de gastroenterite viral nas UPAs estaduais. No mês seguinte, foram notificadas 5.519 ocorrências – quatro vezes mais que no mês anterior. Lavar bem as mãos e os alimentos, utilizar álcool em gel, manter o ambiente limpo e adotar os demais protocolos sanitários continuam sendo eficazes para combater e prevenir qualquer virose, inclusive a covid-19, que também é causada por um vírus. Ao primeiro sinal de manifestação, o paciente deve procurar o posto de saúde ou a UPA mais próxima de casa.