Especialista do HGCC orienta gestantes sobre prevenção à Covid-19 e gripe

21 de janeiro de 2022 - 14:12 # # # # #

Assessoria de Comunicação do HGCC
Texto: Wescley Jorge
Fotos: Thiago Freitas


Alimentação saudável e hidratação podem ser aliadas no fortalecimento da imunidade e na prevenção contra síndromes gripais

O período da gestação, que tem duração de até 40 semanas ou 280 dias, é um momento de cuidados para a mulher e o bebê. É o tempo em que a criança se desenvolve no útero da mãe até o nascimento. O pré-natal é essencial para uma gestação mais tranquila, pois acompanha mensalmente as transformações que vão ocorrendo. Em meio à pandemia de Covid-19 e, simultaneamente, da epidemia de gripe, as gestantes precisam redobrar os cuidados para evitar a contaminação pelos vírus.

De forma geral, as mulheres grávidas precisam seguir todos os cuidados e orientações, como o respeito ao distanciamento social, o uso de máscara, a lavagem frequente e correta das mãos com água e sabão – ou álcool em gel –, além da vacinação completa contra a doença.

O médico Flávio Ibiapina, chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) referência no atendimento terciário a gestantes, ressalta a importância das medidas preventivas contra as infecções.

Porque reforçar os cuidados…

“O importante é que a gente reforce que, tanto a contaminação por Covid-19 quanto pela influenza tem as mesmas vias de transmissão, como gotículas, respiração, tosse e o contato próximo com as pessoas. Isso é muito importante porque, particularmente, a influenza tem um potencial maior de complicações em alguns grupos de risco, como gestantes, crianças abaixo de cinco anos, idosos e aqueles pacientes que fazem uso de medicações imunossupressoras, que diminuem a imunidade, como o uso de corticoide de forma crônica”, pontua Ibiapina.

Duas doenças simultâneas

“Evidentemente que agora a gente está superpondo, à essa sazonalidade antecipada de infecção por influenza, a nova variante Ômicron da Covid-19, que tem um grau de transmissão muito superior às outras variantes. Muito embora o quadro clínico tenha se mostrado com menos complicações do que com as variantes anteriores”, diz o médico.

Atenção! Caso as gestantes apresentem sintomas gripais…


Flávio Ibiapina, chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HGCC, afirma que gestantes, diante de síndromes gripais, devem procurar assistência médica

“As gestantes, por ser grupo de risco, tão logo apresentem sintomas gripais, devem procurar algum tipo de atenção médica. Elas têm sido atendidas em qualquer lugar de atenção da rede (pública de saúde). Se a gestante não tem nenhuma intercorrência obstétrica, se ela está sendo atendida tão somente pela infecção respiratória, pela síndrome gripal, ela também pode ser atendida nas UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] e receber a prescrição de medicamento”, ressalta Ibiapina.

Quando procurar a maternidade

“A maternidade, embora seja um local de referência para as gestantes, é importante naqueles casos em que há alguma indicação obstétrica de atendimento. Então, se estou sentindo dor, perdendo líquido, tendo sangramento, e estou também com a síndrome gripal, nestes casos, a maternidade é o local mais adequado. Mas se está com síndrome gripal, com sintomas leves e recentes, ela pode ser atendida por um clínico em qualquer local de atendimento da rede de assistência”.

Alimentação e hidratação

“Evidentemente que as gestantes, naturalmente, já tenham uma prescrição de suplementação vitamínica durante o seu pré-natal; já tenham uma orientação para uma boa alimentação com frutas, verduras, aquelas regras gerais de boa alimentação, com alimentos ricos em ferro, como vegetais verdes e proteínas da carne vermelha, etc. A questão da hidratação é um fator fundamental para que essas infecções permaneçam apenas como síndrome gripal, não tenham complicações, como pneumonia, por exemplo”, afirma Flávio Ibiapina.


Atendimento a gestantes com síndromes gripais, a depender do caso, pode ser realizado na atenção básica

“Como as síndromes gripais, tanto por Covid-19 como por influenza, caracterizam-se muito pela secreção nasal, fica muito fluidificada quando a gente ingere bastante líquido. O fato de fluidificar vai fazer com que ela não se acumule no nosso trato respiratório superior. A gente consegue expectorar, consegue se assoar, fazer uma boa limpeza nasal, de forma fácil”, continua o especialista.

Hidratação x infecção

“Às vezes, essa secreção, esse muco espesso que fica acumulado, pode sofrer a contaminação por bactérias, provocando complicações, por exemplo, como sinusite ou, se essa secreção se deposita no trato respiratório inferior, pneumonia. A secreção, quanto mais espessa, é um bom meio de cultura para a presença das bactérias. Quando a gente se hidrata bem, a gente vai prevenir o acúmulo dessas secreções, desse muco mais espesso, que vai ser eliminado de forma mais rápida, diminuindo a chance de um bom meio para a proliferação bacteriana”.