Infectologista do HSJ orienta sobre uso de máscara N95 e similares, obrigatórias a partir de segunda (24) para alguns grupos

20 de janeiro de 2022 - 09:54 # # # # # # # #

Assessoria de Comunicação do HSJ
Texto: Diego Sombra
Fotos: Tatiane Fortes/Gov. do Ceará


Os itens serão exigidos para trabalhadores da área da Saúde e funcionários de farmácias, supermercados e escolas, serviços que mantêm contato direto com o público

Com o intuito de reforçar a prevenção à Covid-19, o Governo do Ceará determinou o uso obrigatório de máscara N95 e modelos semelhantes para trabalhadores da área da Saúde e funcionários de farmácias, supermercados e escolas – que mantêm contato direto com o público. A medida entra em vigor na próxima segunda-feira (24), conforme decreto publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) no último sábado (15), e leva em consideração o potencial de transmissibilidade da variante Ômicron.

A médica Christianne Takeda, infectologista do Hospital São José (HSJ), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), avalia a decisão de forma positiva, tendo em vista a maior eficácia desses Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) frente ao risco de infecção pelo coronavírus. “A N95 e a similar dela no Brasil, a PFF2, oferecem uma proteção contra os aerossóis, que são partículas muito pequenas filtradas pelas camadas existentes em ambas as máscaras”, explica.

Outro ponto benéfico das máscaras indicadas no decreto estadual é a durabilidade. Diferentemente do modelo cirúrgico, que precisa ser descartado em até quatro horas, a N95 pode ser reutilizada outras vezes. “É importante verificar a recomendação do fabricante e, principalmente, o estado da máscara após o uso no dia a dia. Se a máscara estiver muito úmida por dentro ou molhada na parte externa, está na hora de trocar”, orienta Takeda.

Para evitar contaminação, a retirada da máscara deve ser feita sempre pelos elásticos, sem que a parte externa seja tocada. No caso da N95, o ideal é guardá-la em um saco plástico, em um lugar limpo e bem arejado. “É fundamental que a pessoa higienize as mãos com álcool em gel ou água e sabão após retirar a máscara do rosto e armazená-la”, complementa a infectologista.

Máscaras de tecidos

As máscaras de tecido se tornaram populares durante a pandemia, mas é preciso utilizar o modelo adequado para garantir a proteção contra o vírus. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o item deve ser produzido nas medidas corretas para cobrir totalmente o nariz e a boca, sem deixar espaços nas laterais. O órgão também recomenda evitar tecidos que possam irritar a pele, como poliéster puro e outros sintéticos. O ideal, portanto, é dar preferência às máscaras com algodão na composição.

Os modelos de tecido podem ser lavados e reutilizados de forma regular. Porém, conforme a Anvisa, o produto já não tem mais a mesma eficácia a partir da 30ª lavagem. O processo de limpeza dos itens deve ser feito à parte, com água corrente e sabão neutro, para que não haja contato com roupas ou outras peças. Depois de limpas e secas, as máscaras podem ser armazenadas em um recipiente fechado.


Comum em ambientes hospitalares, a máscara N95 tem maior capacidade de filtragem durante procedimentos geradores de aerossóis, por exemplo

Sobre a alternância de máscara no rosto, Christianne Takeda indica que a troca deve ser feita, em média, após quatro horas de uso ou quando o item estiver dificultando a respiração, sujo, danificado ou úmido. “O que a gente vê são máscaras feitas com uma camada única de tecido, que muitas vezes não é o adequado. As pessoas acabam passando muito tempo sem trocar essas máscaras, quando, na verdade, isso deveria acontecer de três a quatro vezes por dia”, aponta a médica, reforçando que as máscaras N95, cirúrgicas e as de tecido não devem ser colocadas diretamente na lixeira ou perto de materiais recicláveis.

A infectologista reforça que o uso correto da máscara deve ser associado a outras medidas de prevenção, como o distanciamento social e a higienização constante e correta das mãos. “A vacinação tem se mostrado imprescindível para evitar as formas graves da Covid-19. No entanto, mesmo vacinadas, as pessoas ainda podem se infectar e transmitir o vírus. Por isso, é necessário continuar tendo todos os cuidados, seja em ambientes abertos ou fechados”.