Hemoce fecha 2021 com mais de cem mil doações de sangue recebidas

11 de janeiro de 2022 - 15:24 # # # # # # #

Assessoria de Comunicação do Hemoce
Texto: Emmanuel Denizard
Fotos: Divulgação/Hemoce


O hemocentro cearense recebeu, no ano passado, 102.658 bolsas de sangue, o que representa um aumento de mais de 10% em relação a 2020

O ano de 2021 foi marcado por desafios e conquistas para o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), equipamento vinculado à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Mesmo em meio à pandemia de Covid-19, o hemocentro recebeu, no ano passado, mais de cem mil doações de sangue, mantendo estável o atendimento transfusional em todo o Ceará. O Hemoce enviou, ainda, bolsas de sangue para outros estados brasileiros que tiveram seus estoques impactados pelo agravamento do período pandêmico, sendo, inclusive, destaque no plano de contingência de sangue do Ministério da Saúde (MS). Na área de Hematologia, o Hemoce também teve conquistas e cadastrou cerca de 12 mil pessoas como possíveis doadores de medula óssea.

O hemocentro cearense recebeu, no ano passado, 102.658 bolsas de sangue, o que representa um aumento de mais de 10% se comparado a 2020, ano em que o equipamento recebeu 92.524 doações. O sangue doado no Hemoce beneficia pacientes que necessitam de transfusão em cerca de 500 unidades de saúde espalhadas pelos 184 municípios do Estado.

O auxiliar de engenharia Antônio Raul, 23, é um dos voluntários que, em 2021, contribuiu para ajudar a salvar vidas doando sangue. Ele realiza o gesto altruísta com regularidade no posto de coleta do Hemoce na Praça das Flores, em Fortaleza, e considera que a ação é essencial para ajudar quem mais precisa. “Realizei minha primeira doação de sangue em 2018, depois fiquei inapto por um período e ano passado retornei com as doações. Realizar esse gesto de solidariedade foi a maneira que encontrei de ser útil e conseguir ajudar pacientes que estão nos hospitais precisando de transfusão. Sempre que posso estou convidando pessoas próximas a também estarem doando”, afirma o jovem, que já completou sua quinta doação.

Diante da pandemia do coronavírus, o Hemoce adotou várias medidas sanitárias para continuar recebendo os voluntários com segurança. O apoio, a solidariedade e o compromisso da população cearense foi um dos diferenciais que ajudaram o hemocentro a manter, durante os 12 meses do ano, o estoque sempre dentro da margem de segurança transfusional, chegando, inclusive, a enviar 1.253 bolsas de sangue para outros estados do País, como São Paulo, Alagoas, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, que tiveram seus estoques afetados.

“Nós que fazemos parte do Hemoce só temos a agradecer a todos os doadores voluntários do estado do Ceará, que permaneceram com a solidariedade em dia e ajudaram a salvar vidas durante o ano inteiro. Queremos agradecer também a todos os parceiros que contribuíram e incentivaram a doação de sangue e o cadastro para doação de medula óssea. Desejamos a todos um 2022 repleto de solidariedade, amor e doação. Esperamos que, neste novo ano, as doações possam continuar acontecendo com regularidade”, diz Nágela Lima, coordenadora de Captação de Doadores do Hemoce.

Sangue raro

O Hemoce garante à população, há mais de oito anos, o serviço especializado de identificação de pessoas com tipos sanguíneos raríssimos. O Banco de Sangue de Doadores Raros do Hemoce fechou o ano de 2021 com 216 doadores que apresentam diferentes tipos sanguíneos raros no mundo. No ano passado, a unidade enviou 27 bolsas de sangue raro para outros estados, atendendo a solicitações do Ministério da Saúde. O Hemoce já encaminhou uma bolsa de sangue para Colômbia, sendo o primeiro hemocentro do Brasil a direcionar o material para outro país.

Cadastro de Medula Óssea


Ao todo, o Hemoce já cadastrou mais de 220 mil voluntários como possíveis doadores de medula óssea

No Ceará, o Hemoce é responsável pela realização do cadastro para doação de medula óssea. Em 2021, o hemocentro cadastrou 11.997 voluntários como possíveis doadores de medula, chegando à marca de mais de 220 mil possíveis doadores cadastrados. Atualmente, o Estado possui o maior cadastro entre as regiões Norte e Nordeste. Além do registro, a unidade realiza a coleta de células de medula óssea. Desde 2012, já foram feitos 86 procedimentos – sete deles aconteceram no ano passado.

Certificação

O Hemoce se tornou em 2021 a primeira hemorrede do Nordeste a ser certificada pela ISO 9001:2015. O reconhecimento veio após os hemocentros regionais de Iguatu e Quixadá, o hemonúcleo de Juazeiro do Norte e o Centro de Diagnóstico Clínico (CDC) do Hemocentro Coordenador de Fortaleza passarem por auditoria externa de escopo (áreas para análises).


A ISO é uma entidade de padronização e normatização que foi criada em Genebra, na Suíça, em 1947, para manter a qualidade permanente de produtos e serviços por meio de um conjunto de ações preventivas

A certificação é conferida a instituições no mundo todo que se destacam pela excelência de seus processos e serviços, após análises de resultados e auditorias que indicam se os critérios da norma internacional foram atendidos. As três unidades do Hemoce e o CDC se juntam ao Hemocentro Coordenador, certificado em 2012, e aos hemocentros regionais de Crato e Sobral, reconhecidos em 2018.

Tratamento revolucionário para Hemofilia A

O hemocentro cearense passou a oferecer, no ano passado, uma nova medicação que auxilia no tratamento de pessoas com hemofilia A. O novo tratamento, o Emicizumabe, é injetável, via subcutânea, que imita a função do fator de coagulação VIII e promete mais eficácia no organismo de algumas pessoas que apresentaram resistência a medicações anteriores.


A hemofilia é um distúrbio genético que impede a coagulação do sangue

A terapia ajuda a melhorar a qualidade de vida dos pacientes, prevenindo hemorragias de pessoas com o distúrbio de forma mais rápida e eficiente. O remédio passou a ser disponibilizado pelo Ministério da Saúde e beneficia pessoas que já tentaram fazer o tratamento convencional (com aplicação intravenosa do fator VIII), mas apresentaram resistência mesmo com altas dosagens.

Inovação

O Hemoce passou a realizar imunofenotipagem por citometria de fluxo para distúrbios funcionais de plaquetas. A técnica é capaz de diagnosticar patologias de coagulação do sangue e identificar o diagnóstico de pessoas com sangramentos que estão em investigação para casos suspeitos de doenças plaquetárias, proporcionando um tratamento mais eficaz e melhorando a qualidade de vida dos pacientes do Hemoce.


Em todo o Ceará, mais de 1.500 pessoas com coagulopatias e hemoglobinopatias são acompanhadas pelo Hemoce

Foi por meio da citometria de fluxo que o equipamento da Rede Sesa fechou o primeiro diagnóstico de uma pessoa com síndrome de Bernard-Soulier. Antes, quem precisava realizar o exame no Ceará tinha de se deslocar até outro estado para fazer a coleta, não havendo a possibilidade de enviar apenas a amostra – por causa do tempo necessário para seu processamento.