Pela primeira vez, Helv realiza procedimento cirúrgico “látex free” em paciente alérgica

15 de dezembro de 2021 - 11:11 # # # # #

Assessoria de Comunicação do Helv
Texto: Débora Morais
Fotos: Divulgação/Helv


Além da esterilização do ambiente, os materiais utilizados precisaram ser substituídos por outros de silicone

Sofrer de um tipo de alergia já não é nada agradável. E quando esta alergia é grave e vem acompanhada de limitações, como não poder ingerir certos alimentos ou realizar cirurgias convencionais, a situação fica ainda mais complicada. Sandra Paulino do Amaral, 52, vivencia este cenário.

Ela, que é alérgica a látex, passou por uma cirurgia de retirada de pedra na vesícula no Hospital Estadual Leonardo Da Vinci (Helv), vinculado à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e administrado pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH). Para que o procedimento pudesse ser feito sem intercorrências, houve uma readequação no centro cirúrgico. Além da esterilização do ambiente, os materiais utilizados precisaram ser substituídos por outros de silicone. Foi a primeira vez que o Helv adaptou uma intervenção.

“Há dois anos, eu vinha sentindo dores na vesícula. Da última vez, tive uma pancreatite e vim transferida para cá. Fiz o tratamento, fiquei boa e, em seguida, fiz a cirurgia para retirada da pedra. A equipe foi completamente atenciosa com a minha condição; tudo foi verificado algumas vezes para que eu tivesse a assistência segura”, conta.

A alergia a látex pode ser caracterizada como uma reação imunológica a determinadas proteínas da borracha. O crescente número de ocorrências deste evento emerge no cenário da saúde como um problema de grande relevância, sendo considerada a segunda causa de anafilaxia (reação alérgica aguda e grave) na área anestésico-cirúrgica, as quais podem ser fatais, de acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).

“Temos que separar todo o material ‘látex free’ e ter todo o cuidado para não haver material com a substância. Nessas cirurgias, a recomendação é de que a sala passe por um processo de limpeza e esterelização antes. Então, tivemos o cuidado com essa limpeza e em deixar a sala fechada para não entrar ninguém com materiais alheios àquela cirurgia para não haver nenhuma contaminação”, afirma Lucas Cavalcante, cirurgião do Helv.

Uma nova vida

Foi durante o processo de tratamento contra um câncer que a paciente recebeu o diagnóstico de alergia a látex. Sandra também convive com outros tipos de alergia, como medicamentosa e alimentar – ela é intolerante à lactose e a algumas frutas.


Sandra Amaral, 52, possui alergia medicamentosa, alimentar e a látex; por isso, a equipe teve de se adaptar para realizar a cirurgia de retirada de pedra na vesícula à qual a paciente teve de ser submetida

“Esse trabalho que vocês estão fazendo é, também, uma esperança de renovação de uma vida mais estável para mim, sem dores. Graças a Deus que vocês resolveram isso. Essa não é uma nova vida só ‘de salvar’, mas é de vocês darem a possibilidade da pessoa refazer a sua vida. É dar um bem-estar à vida daquelas pessoas. Que vocês continuem nessa jornada”, ressalta Sandra.

A atenção para estes pacientes ocorre desde sua admissão no centro cirúrgico até a saída da recuperação anestésica e encaminhamento para a enfermaria.

A farmacêutica responsável pela preparação do material cirúrgico, Alyne Mara, explica que, depois dessa experiência, o hospital está pronto para novos procedimentos. “A cirurgia da dona Sandra veio para nos mostrar que temos toda a condição de realizar um procedimento desse porte na unidade. Listamos todos os materiais necessários para a cirurgia e vimos que foi o suficiente. Diante de qualquer paciente que chegue ao Helv e necessite de um procedimento ‘látex free’, nós estamos preparados para fazer, visto essa primeira experiência exitosa”, destaca.

O látex está presente na fabricação de diversos produtos utilizados no hospital, tais como máscaras faciais, sondas vesicais, seringas e êmbolos, equipos de infusão venosa, eletrodos, drenos, entre outros.