HRN é referência em nutrição enteral na Região Norte; saiba mais sobre este tipo de dieta

3 de setembro de 2021 - 09:14 # # # # #

Assessoria de Comunicação do HRN
Texto e fotos:
Teresa Fernandes
Arte gráfica: Fabio dos Santos


Dieta enteral é uma forma líquida de tratamento nutricional utilizada quando o paciente não pode ingerir alimentação por via oral

Nutrição e saúde têm entre si uma relação estreita. No Hospital Regional Norte (HRN), vinculado à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e administrado pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), a equipe de 18 nutricionistas é responsável pelo atendimento a pacientes, monitoramento do estado nutricional, além de elaboração dos cardápios – que recebem cuidado personalizado. Os pacientes graves ou crônicos podem ter a necessidade de alimentação pela via enteral.

Este tipo dieta é uma forma líquida de tratamento nutricional utilizada quando o paciente não pode ingerir alimentação por via oral. A administração pode ser realizada por meio de uma sonda com acessos pelo nariz (nasogástrica) ou abdômen (gastrostomia), dependendo da indicação do médico para a necessidade do paciente. “Diante da complexidade do cuidado nutricional dentre as interfaces do cuidado sistematizado, o profissional nutricionista é habilitado para adequar as necessidades nutricionais nas diferentes etapas clínicas e ciclos de vida, sendo capaz de acompanhar a evolução nutricional, além de realizar os ajustes na terapia conforme possíveis intercorrências associadas”, explica a gerente de Nutrição do HRN, Patrícia Narguis Grun.

A dieta enteral pode ser utilizada de forma exclusiva ou combinada com a dieta oral e ainda de forma temporária ou definitiva. Os critérios para a definição da dieta dos pacientes dependem da condição clínica do paciente, diagnóstico clínico e nutricional, além da idade. “A terapia nutricional enteral surge como uma alternativa dietoterápica quando a alimentação por via oral está impossibilitada ou quando a ingestão desta não fornece a quantidade necessária de nutrientes para manter ou recuperar o estado nutricional do indivíduo”, ressalta Grun.


Administração dos alimentos pela via enteral pode ser realizada por meio de uma sonda com acessos pelo nariz (nasogástrica) ou abdômen (gastrostomia)

Segundo ela, reconhecer a necessidade do uso da via enteral é tão importante quanto a transição para a via oral. “A oferta tardia da terapia nutricional enteral pode favorecer uma recuperação clínica mais lenta, contribuir para potencializar a desnutrição, em especial no ambiente hospitalar, além de prolongar o período de internação hospitalar e riscos de novas reinternações”, orienta.

O comerciante Antonio Evandro Chaves Rodrigues, 44, precisou fazer uso de sonda após ser intubado e traqueostomizado. O paciente está internado no HRN desde o dia 23 de julho. A esposa do comerciante, Maria Leonor Braga, 39, explica que aprendeu a cuidar do esposo enquanto estava com o uso da sonda. “Sempre com a cabeceira elevada para não ter perigo de voltar alimentação para o pulmão”, lembra.

Cuidados com a alimentação

Pacientes com problemas de deglutição de todas as idades podem ter disfagia, dificuldade grave de engolir alimentos, líquidos ou sólidos, que pode acarretar sérias complicações, se não tratada. A disfagia é uma sequela que pode ter como origem doenças de base neurológica, traumas e acidentes, além de transtornos psiquiátrico ou psicológico que possam afetar a deglutição.

Entre os sintomas principais, estão tosses e engasgos na hora da alimentação, mudança de voz enquanto se alimenta e dificuldade para engolir. O paciente também pode passar muito tempo para finalizar as refeições, queixar-se de alimento parado na garganta, apresentar pneumonia ou perda de peso sem motivo.


O risco da disfagia é de broncoaspiração, condição na qual alimentos, líquidos, saliva ou vômito são aspirados pelas vias aéreas. Segundo a coordenadora do serviço de Fonoaudiologia do HRN, Havenna Portela, a broncoaspiração é causa de reinternações hospitalares. “Os sinais da pneumonia podem vir após alguns episódios de tosse, engasgo. A pneumonia aspirativa é diagnosticada pelo médico, que poderá encaminhar o paciente ao fonoaudiólogo para uma avaliação funcional da deglutição e reabilitação da capacidade de engolir”, detalha.

Treinamentos

No HRN, o serviço de Fonoaudiologia realiza triagens para avaliar quais pacientes têm risco de desenvolver pneumonia aspirativa ou broncoaspiração. Em parceria com a Nutrição e a Enfermagem, a Fonoaudiologia promove treinamentos para acompanhantes e cuidadores de pacientes com disfagia para orientá-los acerca dos cuidados na alimentação via oral ou por sonda. O paciente com dificuldade de deglutição pode passar a se alimentar exclusivamente por sonda, com a dieta mista (oral e enteral) ou oral com as consistências modificadas que ele consiga deglutir.

Este é o caso de Maria Beatriz Silveira, 22. Portadora de paralisia cerebral, ela está internada no HRN desde o dia 29 de julho com uma pneumonia decorrente da broncoaspiração. A mãe da jovem, Maria das Graças Araújo Silveira, 53, conta que ela costumava se engasgar ao se alimentar. Agora, a filha voltará para casa com uma sonda para facilitar a alimentação. “Quando ela for se alimentar pela sonda, tem que elevar a cabeceira da cama. Já me ensinaram tudinho”, conta a agricultora.