Referência no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, Programa de Transplante Pulmonar do HM completa 10 anos

11 de junho de 2021 - 10:35 # # # #

Assessoria de Comunicação do HM
Texto: Jéssica Fortes
Fotos:
Holanda Júnior


Ao todo, 48 transplantes pulmonares foram realizados no Hospital de Messejana

Ser referência em transplante de pulmão no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País há dez anos é motivo de orgulho para o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM), da Secretaria da Saúde do Ceará. Desde junho de 2011, pacientes com doenças respiratórias graves, como fibrose pulmonar, fibrose cística e enfisema pulmonar, que antes não tinham alternativa de tratamento e sofriam com a certeza de uma expectativa de vida curta, têm a oportunidade de recuperar a qualidade de vida sem precisar viajar para São Paulo ou Rio Grande do Sul – únicos estados, afora o Ceará, que realizam o procedimento.

É o caso da produtora rural Maria Eudes Rabelo, de 59 anos. Moradora de Limoeiro do Norte, no Vale do Jaguaribe, ela veio a Fortaleza após ser diagnosticada com fibrose pulmonar, doença que cicatriza e “engrossa” o tecido que envolve os alvéolos dos pulmões, comprometendo os movimentos de contração e expansão pulmonar. A fibrose também prejudica o processo de troca de oxigênio por gás carbônico, diminuindo a respiração e o fluxo de oxigênio para todo o corpo.

“Eu sempre fui uma pessoa ativa, mas comecei a sentir muita dificuldade de fazer coisas simples, ficava muito cansada. Procurei um médico e descobri que tinha fibrose pulmonar, mesma doença que levou minha mãe, meu tio e minha prima (à morte). Graças a Deus descobri a tempo de tratar, fui listada para o transplante e consegui um doador. Até poucos meses atrás, eu dependia do oxigênio até para fazer coisas simples, ficava muito cansada”, lembra.

Avaliação multiprofissional

Assim como Maria Eudes, outros 47 pacientes já foram transplantados no Hospital de Messejana. A terapia, indicada para pacientes com doenças pulmonares avançadas, é a última alternativa de tratamento. Por isso, requer uma avaliação complexa e envolve uma equipe multidisciplinar que acompanha o paciente antes da cirurgia e para além do período pós-operatório.

O cirurgião torácico e coordenador do Programa de Transplante Pulmonar do HM, Israel Lopes, explica que os bons resultados conquistados pela equipe devem-se a alguns fatores, como a qualidade, competência e dedicação da equipe médica e multidisciplinar do hospital. “Os pacientes são acompanhados por pneumologistas, cirurgiões, assistente social, enfermeira, fisioterapeuta, dentista, psicólogo, entre outros profissionais, e é esse trabalho multiprofissional que faz a diferença e é fundamental para o sucesso do programa”, ressalta.


Maria Eudes Rabelo, de 59 anos, realizou transplante de pulmão após ser diagnosticada com fibrose pulmonar

A seleção de candidatos para a realização do transplante deve ser muito criteriosa, visando a beneficiar os indivíduos com chances de maior sobrevida a longo prazo. Desta forma, os pacientes passam por uma avaliação clínica do pneumologista, na qual são vistos os critérios de indicação ao transplante. Também é necessário uma avaliação do Serviço Social para observar questões como moradia e estrutura familiar, entre outros aspectos.

Referência

Antes de realizar o primeiro transplante pulmonar, o HM tornou-se referência em Pneumologia e Cirurgia Torácica de alta complexidade. O cirurgião torácico Antero Gomes Neto coordenou o desenvolvimento do programa de transplante e lembra com alegria as conquistas alcançadas.

“Foram anos de treino e muito preparo até conseguirmos realizar o primeiro transplante, no dia 14 de junho de 2011. Nós começamos com os casos mais simples, menos complexos, unilateral, atendendo aqueles pacientes que precisavam de transplante de apenas um pulmão. Com o passar do tempo, a equipe foi se especializando, ganhando experiência e, com muito esforço, fomos ampliando o serviço e passamos a incluir na lista doenças de maior complexidade e o transplante bilateral (dos dois pulmões)”, relembra Gomes Neto.


A terapia, indicada para pacientes com doenças pulmonares avançadas, é a última alternativa de tratamento

Além de comemorar os resultados positivos, o médico também destaca o ato de doar órgãos. “O transplante de pulmão é algo desafiador, dado a complexidade do procedimento. Então, comemoramos cada resultado de sucesso. As pessoas que entram em uma lista de espera por um órgão já esgotaram todas as outras modalidades de tratamento e lhes resta o transplante como última e única chance de resgatar a saúde e ter uma nova vida. Na hora da doação, é importante que as pessoas reflitam e compreendam que, embora estejam perdendo um ente querido, estão tendo a oportunidade de dar a vida ao próximo”, diz.

Evento online

Em celebração aos dez anos do Programa de Transplante Pulmonar do HM, na próxima segunda-feira (14), às 19h30, acontecerá um webinar no canal da Escola de Saúde Pública Dr. Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE).

O evento, destinado a profissionais da área da saúde, discutirá temas relevantes e atuais voltados ao transplante pulmonar e contará com a participação de nomes importantes nos cenários nacional e internacional.

Serviço

Programa de Transplante Pulmonar
Contato: (85) 3101-4064