Ceará vacina 80,43% da população indígena com a primeira dose contra a Covid-19

23 de fevereiro de 2021 - 13:56 # # # #

Assessoria de Comunicação da SPS


Inicialmente, estão sendo vacinados os povos residentes nos territórios. Em seguida, de acordo com as fases dos grupos em que cada um estiver inserido, serão imunizados os que moram em áreas urbanas

A campanha de vacinação contra a Covid-19 no Ceará já contabiliza 80,43% da população residente nos territórios indígenas vacinada com a primeira dose, equivalente a 16,4 mil pessoas, e 14,53% (2.968 pessoas) vacinadas com a segunda dose do imunizante. Todas as 22 áreas indígenas no Estado estão sendo visitadas regularmente pelas equipes municipais e estaduais de saúde. A meta é imunizar, inicialmente, 20.028 aldeados.

Os percentuais de vacinação referem-se ao dia 19 de fevereiro e constam no Vacinômetro, ferramenta do Distrito Sanitário Especial Indígena do Ceará (DSEI), que atualiza, diariamente, o total de indígenas vacinados. “Essa alta cobertura da primeira dose revela o compromisso do Governo do Ceará com a saúde e com a vida dos indígenas cearenses. Sabemos o quanto esta doença está afetando as comunidades indígenas e como precisamos priorizá-las nesse momento”, destaca a titular da Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), Socorro França.

“A vacinação acontece, paralelamente, em todos os 22 territórios indígenas, onde estão distribuídas 15 etnias”, confirma a coordenadora Especial de Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial (Ceppir) da SPS, Martir Silva. Inicialmente, ela explica, estão sendo vacinados os povos residentes nos territórios. Em seguida, de acordo com as fases dos grupos em que cada um estiver inserido, serão imunizados os que moram em áreas urbanas.

Critérios históricos, culturais, epidemiológicos e políticos

Martir Silva explica que a prioridade de vacinação dos indígenas está fundamentada em critérios históricos e culturais, epidemiológicos e políticos. “Os indígenas, em sua maioria, vivem em comunidades isoladas, distantes de áreas urbanas, o que os torna mais suscetíveis às doenças que vêm de fora. Como convivem aldeados, muito próximos no trabalho na terra, no preparo de alimentos e no uso comum de utensílios e adereços, potencializam os riscos de contágios entre si, ainda mais em uma pandemia”, frisa a coordenadora.

Todas as 22 áreas indígenas no Estado estão sendo visitadas regularmente pelas equipes municipais e estaduais de saúde

A técnica da Ceppir e coordenadora da Federação dos Povos Indígenas do Ceará (Fepoince), Ceiça Pitaguary, também destaca a importância da determinação política do Estado em priorizar a vacinação dos povos indígenas, como forma de lhes garantir a sobrevivência e preservar a história das diversas etnias. “Com a chegada das vacinas, estamos mobilizando nossas diversas comunidades para que todos sejam imunizados. Não podemos deixar acontecer conosco o que ocorreu no passado, com vários povos dizimados por doenças e mazelas trazidas para dentro das aldeias”, acrescenta.